IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

454 DOI: 10.5935/2359-4802.20180040 RELATO DE CASO International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(4)454-456 Correspondência: Marcos Garcia-Guimaraes Calle Tutor 68 Bajo interior Izquierda. CEP: 28008, Madrid - Espanha. E-mail: marcos.garcia.guimaraes@gmail.com , guima85@hotmail.com Tratamento com Balão Farmacológico Eluidor de Sirolimus na Anastomose Distal da Artéria Mamária Interna: Análise de Tomografia de Coerência Óptica Sirolimus-Eluting Balloon Treatment of Distal Internal Mammary Artery Anastomosis: Optical Coherence Tomography Findings Marcos Garcia-Guimarães, RamónMaruri-Sanchez, Javier Cuesta, Fernando Rivero, Teresa Bastante, Fernando Alfonso Hospital Universitario de La Princesa, Madrid - Espanha Artigo recebido em 25/3/2017, revisado em 23/10/2017, aceito em 22/2/2018. Angioplastia Coronária com Balão / métodos, Doença da Artéria Coronariana / diagnóstico, Stents Farmacológicos, Resultado do Tratamento, Sirolimo. Palavras-chave Os balões farmacológicos (BF) representam uma alternativa interessante para os stents farmacológicos (SF) da geração atual em cenários anatômicos específicos, como reestenose intra- stent , doença de pequenos vasos e lesões de bifurcação, quando a implantação sistemática de SF pode ser menos atrativa. 1,2 Em particular, as lesões localizadas na anastomose distal de um enxerto de bypass (uma bifurcação criada artificialmente) constituem um ambiente anatômico único, no qual o BF pode superar algumas limitações inerentes do SF decorrentes da implantação de uma plataforma metálica ao longo do enxerto de bypass em e através do vaso distal nativo. Apresentamos aqui, que seja de nosso conhecimento, o primeiro relato sobre o tratamento de uma lesão localizada na anastomose distal de uma artéria mamária interna esquerda (AMIE) para a artéria coronária descendente anterior esquerda (ADAE) com o novo BF eluidor de sirolimus. Curiosamente, os achados da tomografia de coerência óptica (TCO) provaram ser de grande valor para orientar o procedimento. Homem de 83 anos, com histórico de hipertensão, hiperlipidemia e ex-fumante, foi admitido com síndrome coronariana aguda. A angiografia coronária revelou doença aterosclerótica coronária em três vasos, com oclusão total no segmento médio da ADAE e lesões adicionais importantes no ramo marginal obtuso (RMO) e no segmento médio da artéria coronária direita (ACD). Após deliberações da equipe de cardiologia, decidiu-se adotar a estratégia de revascularização híbrida. A cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) sem circulação extracorpórea foi realizada com a AMIE anastomosada à ADAE distal e um enxerto de veia safena da AMIE ao RMO. O pós-operatório não apresentou intercorrências. Uma semana depois, foi realizada, com sucesso, a intervenção coronária percutânea programada, com SF implantado no segmento médio da ACD. No entanto, durante o procedimento, uma avaliação dos enxertos de bypass revelou uma lesão significativa na anastomose distal da AMIE até a ADAE (Figura 1A). Devido a uma suspeita de pseudoestenose secundária a edema ou espasmo relacionado à cirurgia recente, decidiu-se reavaliar essa lesão posteriormente. O angiograma de controle programado para 1 mês revelou a persistência da mesma imagem de uma lesão grave na anastomose distal da AMIE. A aparência da lesão permaneceu inalterada após bólus repetidos de nitroglicerina. Para obter mais informações diagnósticas, foi realizada TCO. Esta técnica de imagem confirmou a presença de estenose crítica com um lúmen severamente reduzido (área mínima do lúmen 1,0 mm²) (Figura 2A). Após a pré-dilatação da lesão com balão semicomplacente de 2,0 mm, utilizou-se um BF eluidor de sirolimus de 2,5/15 mm (MagicTouch, Concept Medical Inc, Surat, Índia) para tratar a anastomose distal (Figura 1B). Um resultado satisfatório imediato foi confirmado tanto pela angiografia (Figura 1C) quanto pela TCO (Figuras 2B e 2C). Opaciente recebeu alta no dia seguinte e permanecia completamente assintomático aos 9meses de seguimento. O diagnóstico de lesões localizadas na anastomose distal da AMIE pode ser bastante desafiador. Quando tais lesões são detectadas no início do pós-operatório, os problemas técnicos devem ser diferenciados de causas reversíveis, como edema ou espasmo. No entanto, é

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