IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

445 Cristo et al. Telerreabilitação em cardiopatas Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)443-450 Artigo de Revisão estudo, e que, alémdisso, tiveramdesfechos semelhantes, considerando-se nesses casos o primeiro trabalho. Dois revisores examinaram de forma independente os resumos. Os estudos selecionados foram sujeitos a avaliação do texto completo para inclusão de acordo com os critérios estabelecidos. Identificação e seleção dos estudos Dois pesquisadores independentes fizeram a leitura dos títulos e resumos de cada trabalho pré-selecionado identificando, separadamente, artigos que preenchessem corretamente os critérios de inclusão e exclusão. Após essa etapa, cada pesquisador realizou a leitura integral dos artigos que respeitaram os critérios expostos no resumo, sendo selecionados apenas os compatíveis com os critérios propostos para esta revisão sistemática. Em casos de dúvida, um terceiro pesquisador teria sido consultado; porém, não houve, neste estudo, discordância entre os dois primeiros pesquisadores. Extração dos dados Dois pesquisadores foram responsáveis pela extração de dados. Seguem características extraídas dos estudos: título, autores, ano de publicação, revista científica de publicação, forma de publicação, palavras-chave, origem geográfica, desenho de estudo, tamanho da amostra, métodos, período de realização da pesquisa, instrumento utilizado para telerreabilitação, outros resultados da pesquisa e conclusões. Além disso, foram registrados os dados sobre os participantes de cada trabalho: número, gênero, idade, intervenções realizadas, tempo de reabilitação, desfechos. O Risco de Viés dos ensaios clínicos randomizados foi avaliado utilizando a Ferramenta da Colaboração Cochrane (Tabela 2). Análise dos dados Foi realizada de forma descritiva e qualitativa, e está apresentada em forma de figuras e tabelas. Resultados A presente revisão sistemática reuniu 154 estudos pela estratégia de busca traçada nos bancos eletrônicos. Desses, foram excluídos 109 por estarem duplicados entre as bases de dados, 29 foram excluídos por se tratarem de resumos, revisões sistemáticas ou outros estudos. Foram incluídos 16 estudos clínicos para análise na íntegra, dos quais 2 foram excluídos por serem prospectivos, 2 por apresentarem duplicidade de coorte, e 5 por não contemplarem desfecho. Ao final, foram incluídos 7 estudos para análise completa nesta revisão (Figura 1). Os dados referentes à metodologia e aos resultados dos estudos incluídos nesta revisão estão descritos na Tabela 3. Verifica-se que avaliaram a efetividade da telerreabilitação em relação à RCV convencional, alémde comparar a efetividade da reabilitação cardíaca híbrida (RCH) (paciente realiza os exercícios em casa com a utilização de sensores que transmitem informações ao centro de reabilitação) com a reabilitação convencional. Dentre os desfechos dos estudos, encontram-se influência da reabilitação no consumo de oxigênio (VO 2 ), capacidade física, bem como aceitação e eficácia da técnica, em diversos pacientes. Dentre as patologias de base que levaram o indivíduo a procurar a reabilitação destacam- se doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca crônica (ICC) e diabetes mellitus (DM). Discussão A presente revisão sistemática de literatura analisou 7 estudos clínicos envolvendo telerreabilitação em pacientes cardiopatas, somando uma amostra total de 1.133 pacientes. Os estudos são heterogêneos tanto em sua população quanto emsuas intervenções; sendo assim, não foi possível realizar meta-análise. Catalina et al., 10 sugerem que a DAC ainda está entre as principais causas de morte prematura na Europa e no mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Considerando esses dados, alguns estudos avaliaram os efeitos da reabilitação cardíaca e telerreabilitação nesses pacientes com DAC. Para Vieira et al., 11 o grupo que realizou telerreabilitação apresentou melhor desempenho nas funções executivas, resolução de conflitos e atenção em relação ao grupo que realizou RCV convencional. Segundo Brouwers et al., 12 a telerreabilitação promoveu melhores níveis de atividade física em longo prazo, quando comparada à RCV convencional. Da mesma forma, outros autores evidenciaram que pacientes com DAC que realizaram telerreabilitação apresentaram aumento significativo no nível de atividade diária e VO 2 pico após 6 semanas. A RCH também vem sendo utilizada em pacientes com DAC. Szalewska et al., 13 compararam a utilização dessa técnica em pacientes portadores de DAC e DM e pacientes com DAC sem DM. Os autores referem que a

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