IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

DOI: 10.5935/2359-4802.20180030 323 ARTIGO ORIGINAL International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(4)323-332 Correspondência: Christina Grüne de Souza e Silva Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco, 255 - 8º andar - Cidade Universitária, Campus do Fundão. Cep: 21941-913, Rio de Janeiro, RJ - Brasil. E-mail: christina.g.dss@gmail.com Ponto Ótimo Cardiorrespiratório em Futebolistas Profissionais: Uma Nova Variável Submáxima do Exercício Cardiorespiratory Optimal Point in Professional Soccer Players: A Novel Submaximal Variable During Exercise Christina Grüne de Souza e Silva, 1,2 Claudia Lucia Barros de Castro, 3 João Felipe Franca, 3 Altamiro Bottino, 4 Jonathan Myers, 2 Claudio Gil Soares de Araújo 3 Instituto do Coração Edson Saad, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1 Rio de Janeiro, RJ - Brasil Veterans Affairs Palo Alto Health Care System/Stanford University, 2 Palo Alto, Califórnia - EUA Clínica de Medicina do Exercício, CLINIMEX, 3 Rio de Janeiro, RJ - Brasil São Paulo Futebol Clube, 4 São Paulo, SP - Brasil Artigo recebido em 26/01/2018; revisado em 09/04/2018; aceito em 22/04/2018. Resumo Fundamentos: Oconsumomáximode oxigênio (VO 2 max) e o limiar anaeróbico (LA) obtidos no teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) são utilizados na avaliação de atletas. Todavia, dificuldades na identificação e mensuração dessas variáveis dificultam sua utilização prática. O ponto ótimo cardiorrespiratório (POC) é uma variável submáxima do TCPE de mensuração objetiva e com significado clínico prognóstico. Contudo, é desconhecido o seu comportamento em atletas. Objetivo: Descrever o comportamento do POC em jogadores profissionais de futebol e sua associação com VO 2 max e LA. Materiais e Método: Análise retrospectiva de 198 futebolistas submetidos a TCPE máximo em esteira rolante com protocolo em rampa, divididos pela posição em campo: goleiro, zagueiro, lateral, meio-campo e atacante. Foram determinados VO 2 max, LA e POC. O POC correspondeu ao menor valor de ventilação/consumo de oxigênio em um dado minuto do TCPE. Variáveis contínuas foram comparadas pelo teste t de Student não emparelhado ou ANOVA, ou teste de Mann-Whitney ou de Kruskal-Wallis dependendo na distribuição das mesmas, e variáveis categóricas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado. A correlação de Pearson foi utilizada para testar a associação entre POC e outras variáveis ventilatórias. Adotou-se um nível de 5% para significância estatística. Resultados: O POC (média ± desvio-padrão) foi de 18,2 ± 2,1 a uma velocidade 4,3 ± 1,4 km.h -1 menor do que a do LA. Enquanto o VO 2 max (62,1 ± 6,2 mL.kg -1 .min -1 ) tendeu a ser menor nos goleiros (p < 0,05), o POC não variou conforme a posição em campo (p = 0,41). Não houve associação significativa entre POC e VO 2 max (r = 0,032, p = 0,65) nem com LA (r = -0,003, p = 0,96). Conclusão: O POC pode ser facilmente determinado em exercício submáximo realizado com velocidades incrementais em futebolistas e não varia pela posição em campo. A ausência de associação com VO 2 max e LA indica que o POC traz uma informação distinta e complementar a essas variáveis. Estudos futuros são necessários para determinar implicações práticas do POC na avaliação de atletas. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)323-332) Palavras-chave: Exercício, Futebol / tendências, Espirometria / métodos, Broncospirometria / métodos, Desempenho Atlético.

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