IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

321 1. Ross R, Blair SN, Arena R, Church TS, Despres JP, Franklin BA, et al; American Heart Association Physical Activity Committee of the Council on Lifestyle andCardiometabolic Health; Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Cardiovascular and Stroke Nursing; Council on Functional Genomics and Translational Biology; Stroke Council. Importance of assessing cardiorespiratory fitness in clinical practice: a case for fitness as a clinical vital sign: a scientific statement From the American Heart Association. Circulation. 2016;134(24):e653-99. 2. Kodama S, Saito K, Tanaka S, Maki M, Yachi Y, Asumi M, et al. Cardiorespiratory fitness as a quantitative predictor of all-causemortality and cardiovascular events in healthy men and women: a meta-analysis. JAMA. 2009;301(19):2024-35. 3. Laukkanen JA, Kurl S, Salonen R, Rauramaa R, Salonen JT. The predictive value of cardiorespiratory fitness for cardiovascular events in men with various risk profiles: a prospective population-based cohort study. Eur Heart J. 2004;25(16):1428-37. 4. Laukkanen JA, Zaccardi F, Khan H, Kurl S, Jae SY, Rauramaa R. Long- term change in cardiorespiratory fitness and all-cause mortality: a population-based follow-up study. Mayo Clin Proc. 2016;91(9):1183-8. 5. Kunutsor SK, Kurl S, Khan H, Zaccardi F, Laukkanen JA. Associations of cardiovascular and all-cause mortality events with oxygen uptake at ventilatory threshold. Int J Cardiol. 2017 Jun 1;236:444-50. 6. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee of the Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Peripheral Vascular Disease; Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research. Clinician's guide to cardiopulmonary exercise testing in adults: Referências Laukkanen O ponto ótimo cardiorrespiratório é um indicador relevante de desempenho esportivo? Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)320-322 Editorial A aplicação do POC para a avaliação do desempenho de atletas pode ser interessante. 8 Além disso, sendo o POC uma variável submáxima do TCPE, seu uso é de particular interesse para indivíduos que não conseguem alcançar umTCPEmáximo por limitações funcionais. No cenário dos esportes, onde há muito pouca oportunidade ou intenção de realização de repetidos TCPE máximos durante a temporada de competição, o POC seria uma opção, pois sua medida e seu acompanhamento ao longo da temporada seriamde mais fácil obtenção e aceitação. 8 Como já descrito pelomesmo grupo de pesquisa, 9 o valor do POC aumenta com a idade e tende a ser ligeiramente mais alto em mulheres, com modestas associações com outras medidas ventilatórias, sugerindo uma contribuição independente e potencial na interpretação da resposta cardiorrespiratória ao TCPE. Ramos e Araujo, 9 também mostraram que o POC fornece valiosa informação quanto ao risco de mortalidade por todas as causas emmulheres e homens a partir dameia-idade. Em indivíduos saudáveis com POC < 22, não houve morte durante um acompanhamento de seis anos, sugerindo que o menor nível de POC seja um indicador de bom prognóstico. Ao longo dos anos, pode-se considerar que haja piora na VE e redução no VO 2 max, que são variáveis diretamente envolvidas no cálculo do POC. Entretanto, o declínio na ventilação pulmonar pode ser menos significativo ou numericamente importante do que a redução no VO 2 , explicando, assim, os valores mais altos de POC em idosos. 9 O estudo publicado nesta edição por Souza e Silva et al., 10 é o primeiro a descrever o perfil do POC em atletas, tendo se baseado em jogadores de futebol de elite submetidos a TCPE em esteira rolante conforme protocolo de rampa. Os autores relataram que os valores de POC não diferiram significativamente conforme a posição em campo dos atletas. 10 A ausência de associação com VO 2 max e LV indica que o POC acrescenta informação aos parâmetros convencionais do TCPE; entretanto, falta determinar se esse POC tem papel significativo em termos de desempenho no futebol e/ ou no monitoramento das respostas ao treinamento ao longo da temporada de competições. Não obstante, a informação fornecida por esse novo estudo 10 é original e deveria ser confirmada em futuros estudos que incluam a interpretação de outras variávels de TCPE em atletas, emespecial aqueles que participamde eventos esportivos de resistência muito longos, como maratona ou triatlon, situações em que o atleta se exercita em intensidade inferior ao LV e provavelmente mais próxima ao POC. Concluindo, o POC, definido como o mais baixo valor de VE/VO 2 em um dado minuto do TCPE, foi associado com mortalidade por todas as causas na população frequentemente avaliada em teste de exercício clínico de rotina. O POC é uma variável reproduzível e fisiologicamente baseada no TCPE. Além disso, a disponibilidade de dados de referência quanto a idade e sexo em uma grande amostra de indivíduos saudáveis é uma vantagem em comparação aos demais índices de TCPE frequentemente obtidos em um TCPE máximo. O estudo recente de Souza e Silva et al., 10 representa um avanço para o POC ao sugerir seu potencial uso em jogadores de futebol adultos profissionais. Futuros estudos longitudinais são necessários para confirmar a relevância do POC e se sua medida poderia substituir outras variávels ventilatórias relevantes do TCPE, como LV ou VO 2 max, em atletas.

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