IJCS | Volume 31, Nº4, Julho / Agosto 2018

418 Tabela 1 - Características sociodemográficas e clínicas em pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca Variáveis sociodemográficas N (76) Sexo Feminino 52,6% (n = 40) Masculino 47,4% (n = 36) Idade (média ± DP) 63,03 ± 13,5 anos Cor autodeclarada Branca 67,1% (n = 51) Afrodescendente 28,9% (n = 22) Indeterminada 3,9% (n = 3) Nível de escolaridade* Alfabetização 2,6% (n = 2) Ensino Fundamental I 56,6% (n = 43) Ensino Fundamental II 36,8% (n = 28) Ensino Médio 3,9% (n = 3) Renda familiar em reais (média ± DP) R$ 1.118,74 ± 576,32 Classe funcional (NYHA) I 30,3% (n = 23) II 51,3% (n = 39) III 18,4% (n = 14) Hipertensão arterial 100% (n = 76) Dislipidemia 81,6% (n = 62) Diabetes 56,6% (n = 43) IMC (kg/m 2 ) Baixo peso 1,3% (n = 1) Peso normal 23,7% (n = 18) Sobrepeso 14,5% (n = 11) Pré-obesidade 15,8% (n = 12) Obesidade I 30,3% (n = 23) Obesidade II 9,2% (n = 7) Obesidade III 5,3% (n = 4) Anemia 19,7% (n = 15) IRC 23,7% (n = 18) DPOC 3,9% (n = 3) AVE 5,3% (n = 4) N: número de pacientes; DP: desvio padrão; NYHA: New York Heart Association ; IMC: índice de massa corporal; IRC: insuficiência renal crônica; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; AVE: acidente vascular encefálico. Tabela 2 - Prevalência (P) da depressão em pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca Instrumento Resultados HAM-D 72,4% (n = 55) BDI-II 67,1% (n = 51) PHQ-9 40,8% (n = 31) Concordância entre os três instrumentos k ↓ F = C ↓ k = 0,27 Consistência dos três instrumentos ( ↓ C 0,602; p < 0,000 n: número de pacientes; HAM-D: Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton; BDI-II: Inventário de Depressão de Beck-II; PHQ-9: Patient Health Questionnaire-9 . Guerra et al. Rastreamento: depressão na insuficiência cardíaca Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(4)414-421 Artigo Original Considerando o BDI-II como instrumento padrão-ouro paraodiagnósticodedepressão, foi investigadaaassociação da depressão com as características dos pacientes. Não houve associação significativa entre depressão e os seguintes fatores: sexo (p = 0,291), cor autodeclarada (p = 0,976), escolaridade (p = 0,918), obesidade (p = 0,324), diabetes (p = 0,316), dislipidemia (p = 0,056), DPOC (p = 0,250), AVE (p = 0,296) e IRC (p = 0,536). A idade e a renda de pacientes com e sem depressão também não estiveram associadas à depressão (p = 0,862 [teste t de Student não pareado] e p = 0,776 [teste de Mann-Whitney], respectivamente). Portanto, das variáveis consideradas neste estudo, nenhuma se mostrou associada ou constituiu um fator de risco para a depressão empacientes ambulatoriais com IC. Discussão Este é o primeiro estudo que comparou os métodos de rastreamento de depressão em pacientes ambulatoriais em uma clínica multiprofissional especializada em IC. A depressão não tem sido analisada sistematicamente em pacientes com IC, mas quando especificamente pesquisada, constata-se que é frequente nesta população. 28-36 Esta condição afeta entre 14,0% e 26,0% dos pacientes sem IC, porém a incidência aumenta para 24,0% a 85,0% em pacientes com IC. 33,34 Os principais achados neste estudo apontam uma prevalência relevante de depressão em pacientes com IC, quando rastreada pelos instrumentos HAM-D, BDI-II e PHQ-9. O BDI-II tem sido considerado o instrumento padrão-ouro no rastreamento da depressão empacientes com IC, mas para indivíduos com comprometimento

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=