IJCS | Volume 31, Nº3, Maio / Junho 2018

265 Wiefels et al. Avaliação do dissincronismo com GSPECT em pacientes com insuficiência cardíaca International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(3)264-273 Artigo Original Abstract Background: Approximately 20 to 40% of patients with heart failure do not respond to cardiac resynchronization therapy (CRT). To improve patient selection, phase analysis by myocardial perfusion scintigraphy (GSPECT) was developed. Objectives: To evaluate the clinical and scintigraphic response of patients with heart failure (HF) submitted to CRT using GSPECT. Method: This was an interventional study that included consecutive patients assessed by GSPECT four weeks prior to CRT implantation and six months after it for comparison. These patients also answered the Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ). The categorical variables were compared using Fisher's exact test and chi-square test, whereas Student's t-test was used for numerical variables. The level of statistical significance was set at 5%. The scintigraphic variables analyzed were left ventricular ejection fraction, end-systolic volume, end-diastolic volume, left ventricular mass, standard deviation and bandwidth, as well as QRS duration and the Minnesota Quality of Life Questionnaire score. The presence of mechanical dyssynchrony was defined as standard deviation > 43º. Results: Nine patients were included in the study. After the cardiac resynchronization therapy, there was a significant improvement (p <0.05) in the end-systolic volume (206 ± 80 mL vs. 158 ± 108 mL), QRS (180 ± 18 ms vs. 120 ± 9 ms), left ventricular mass (248 ± 65 g vs. 193 ± 52 g) and Minnesota Quality of Life Questionnaire score (63 ± 16 vs. 34 ± 20). All patients with scintigraphic criteria of mechanical dyssynchrony showed clinical improvement. Two patients had only electrical dyssynchrony and did not achieve significant clinical improvement, although they showed QRS duration reduction. Conclusion: GSPECTwas able to differentiate patients with isolated electrical dyssynchrony from those with associated mechanical dyssynchrony, through the intraventricular dyssynchrony parameters. The cardiac resynchronization therapy is associated with the improvement of both mechanical and electrical dyssynchrony. Pre-implantation GSPECT showed that patients with associated electrical and mechanical dyssynchrony had a better response to cardiac resynchronization therapy than those with isolated electrical dyssynchrony. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(3)264-273) Keywords : Heart Failure; Cardiac Resynchronization Therapy; Myocardial Perfusion Imaging / scintigraphy; Stroke Volume; Artery Coronary Disease / physiopathology; Myocardial Infarction. Full texts in English - http://www.onlineijcs.org Introdução Nos Estados Unidos, diagnosticam-se anualmente cerca de 550 mil casos novos de insuficiência cardíaca (IC), totalizando 5 milhões de americanos com a doença. A IC descompensada é, assim, responsável por mais de 1 milhão de internações ao ano. 1 Os custos direto e indireto estimados para a IC, em 2011, nos Estados Unidos, foram de US$215 bilhões, com previsão de atingir US$804 bilhões em 2020. 2 O Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (BREATHE) demonstrou que 60% dos casos admitidos nos hospitais com IC são decorrentes de redução da função sistólica ventricular esquerda. 3 A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) constitui- se na utilização de um dispositivo implantável capaz de estimular de modo sincrônico as paredes do ventrículo esquerdo (VE), melhorando o desempenho cardíaco e a fração de ejeção (FE). Ele tem sido efetivo em restaurar a contração sincrônica do septo interventricular com a parede posterolateral do VE, contribuindo para a redução da ativação neuro-humoral e o consequente remodelamento reverso. 4 A TRC é um tratamento consagrado para redução de morbimortalidade na IC. 5 Os critériosatuaispara implantedeTRC, recomendados pela European Society of Cardiology 6 com Classe I e Nível de Evidência A para implante de TRC são: IC classe funcional New York Heart Association (NYHA) II e III com ritmo sinusal, FEVE < 35%, largura do QRS > 150 ms ou 120 a 150ms comdissincronismo elétrico (DE) ventricular por bloqueio de ramo esquerdo (BRE). Apesar do benefício observado com o uso da TRC, ainda existe elevada taxa de não respondedores (entre 20 a 40%). 7-11 Pacientes comdoença coronariana e passado de infarto agudo do miocárdio (IAM) têmmenor chance de apresentar boa resposta ao implante do ressincronizador emenor chance de sofrer remodelamento reverso. 12 Desta forma, torna-se necessário o aprimoramento na seleção dos pacientes para a TRC, considerando não somente os critérios de DE, que seriam alargamento do QRS (> 150 ms) e BRE, mas também a presença de dissincronismo mecânico (DM), de acordo comos critérios cintilográficos. O objetivo do nosso trabalho foi avaliar as respostas clínica e cintilográfica de pacientes com IC submetidos à TRC pelo uso da análise de fase a partir da Tomografia de Emissão de Fóton Único Sincronizada ao Eletrocardiograma (GSPECT, do inglês gated-Single Photon Emission Computerized Tomography ). Métodos Realizamos um estudo de intervenção, prospectivo, que incluiu pacientes consecutivos (> 18 anos) com os

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=