IJCS | Volume 31, Nº3, Maio / Junho 2018

246 Tabela 1 - Dados clínicos, demográficos e cirúrgicos dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca Variáveis Média/DP N (%) Idade (anos) 57 ± 13 Gênero Masculino 24 (48) Feminino 26 (52) Tipo de cirurgia RM 37 (74) Troca valvar 12 (24) Correção de malformações congênitas 1 (2) Duração da CEC (minutos) 72 ± 22 Duração da VM (horas) 8 ± 3 PaO 2 /FiO 2 228,0 ± 33,4 Extubação bem-sucedida 50 (100) DP: desvio padrão; N: número de pacientes; RM: revascularização do miocárdio; VM: ventilação mecânica; CEC: circulação extracorpórea; PaO 2 : pressão arterial de oxigênio; FiO 2 : fração inspirada de oxigênio. Tabela 2 - Análise da mecânica ventilatória e a duração da ventilação mecânica invasiva (VMI) em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca Variável Complacência estática (cm H 2 O) 35,5 ± 9,1 Duração da VMI (horas) 8 ± 3 p a 0,73 Resistência (cm H 2 O) 6,0 ± 2,3 Duração da VMI (horas) 8 ± 3 p* 0,51 Dados apresentados como média ± desvio padrão. *Teste de Pearson. Cordeiro et al. Mecânica respiratória e oxigenação International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(3)244-249 Artigo Original unidade, incluindo a manutenção de estratégias para desmame e decisão sobre a alta para a enfermaria. Os pesquisadores não interferiam sobre as decisões, apenas anotavam a duração da VMI (da admissão na UTI até a extubação) e de internação na UTI. Análise estatística A análise foi realizada com o programa SPSS 20.0 e os dados estão representados como média e desvio padrão. A normalidade foi analisada com o teste de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis categóricas foram analisadas com o teste do qui-quadrado e as variáveis numéricas (duração da VMI, tempo de permanência na UTI, complacência estática, resistência e trocas gasosas) com o teste de correção de Pearson. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados Entre fevereiro e junho de 2016, foram internados 64 pacientes para realização de cirurgia cardíaca. Destes, 14 foram excluídos do estudo por mecânica ventilatória não avaliável (10 pacientes) ou por recusarem assinar o termo de consentimento (4 pacientes). Portando, foram incluídos 50 pacientes (dos quais 52% eram mulheres) commédia de idade de 57,5 ± 13,5 anos que realizaram cirurgia cardíaca no Instituto Nobre de Cardiologia / Santa Casa de Misericórdia em Feira de Santana, Bahia (Brasil). A Tabela 1 apresenta as características dos pacientes incluídos no estudo. A complacência estática média foi de 35,5 ± 9,1 cm H 2 O, a resistência média das vias aéreas foi de 6,0 ± 2,3 cm H 2 O e o tempo médio de estadia na UTI foi de 2,9 ± 1,1 dias. Não foi encontrada uma correlação significativa entre a duração daVMI coma complacência estática e a resistência (p = 0,73 e p = 0,51, respectivamente) (Tabela 2). A Tabela 3 evidencia a complacência estática e a resistência em função do tempo de internamento na UTI, analisados com o teste de Spearman. Também não foi observada uma relação estatisticamente significativa nesta análise (p = 0,83 e p = 0,98, respectivamente). Por outro lado, foi verificada uma forte correlação entre a complacência estática e as trocas gasosas (228,0 ± 33,4, r = 0,8, p < 0,001) (Figura 1). Discussão Os resultados deste estudo mostram que a mecânica ventilatória (complacência estática e resistência) não influenciou a duração da VMI e o tempo de permanência na UTI. Por outro lado, a complacência estática

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