IJCS | Volume 31, Nº3, Maio / Junho 2018

240 Tabela 3 - Características ecocardiográficas e ergométricas dos pacientes que consumiam álcool leve a moderadamente (G1) ou não (G2) submetidos à ecocardiografia sob estresse físico Variáveis G1 (n = 2.130) G2 (n = 4.502) p* Isquemia Ausência de isquemia 1.666 (78,2%) 3.621 (80,4%) Induzida 195 (9,2%) 430 (9,6%) 0,014 Fixa 211 (9,9%) 359 (8%) Fixa e induzida 58 (2,7%) 91 (2%) Aorta 3,3 ± 0,4 3,1 ± 0,4 < 0,001 Átrio esquerdo 3,9 ± 0,4 3,8 ± 0,4 < 0,001 Velocidade da onda E 68,4 ±15,1 70,9 ± 17,1 0,778 Velocidade da onda E' 8,0 ± 4,1 7,6 ± 2,3 0,140 Relação E/E' 9,3 ± 2,8 10,0 ± 3,6 0,347 Fração de ejeção 67% ± 6,4 67% ± 6,5 0,133 IEMVE repouso 1,02 ± 0,09 1,01 ± 0,08 0,246 IEMVE esforço 1,03 ± 0,09 1,02 ± 0,09 0,459 Função diastólica Normal 294 (17,4%) 473 (13,6%) Déficit do relaxamento 851 (50,3%) 1.918 (55,1%) 0,001 Pseudonormal 540 (31,9%) 1.075 (30,9%) Restritivo 8 (0,5%) 17 (0,5%) Infradesnivelamento de ST 1.355 (64,1%) 2.793 (62,5%) < 0,001 Bloqueio de ramo esquerdo 66 (3,1%) 183 (4,1%) 0,054 Arritmias simples 539 (25,3%) 1.309 (29,1%) 0,001 Arritmias severas** 4 (0,2%) 16 (0,4%) 0,245 TVNS - 2 (< 0,1%) 0,330 Fibrilação atrial 1 (0,1%) 2 (0,1%) 0,999 Extrassístole ventricular 63 (3,8%) 105 (3,2%) 0,242 Extrassístole supraventricular 19 (1,1%) 43 (1,3%) 0,654 Tabela 4 - Regressão logística multivariada com parâmetros clínicos associados à presença de isquemia miocárdica à ecocardiografia sob estresse físico Variáveis Odds Ratio IC 95% p Etilismo 0,94 0,81-1,01 0,463 Sexo masculino 1,83 1,62-2,09 < 0,001 Idade 1,02 1,02-1,03 < 0,001 Diabete melito 1,52 1,28-1,80 < 0,001 Hipertensão arterial sistêmica 1,55 1,34-1,79 < 0,001 Dislipidemia 1,84 1,61-2,1 < 0,001 Tabagismo 2,03 1,55-2,64 < 0,001 Antecedentes Familiares 1,69 1,47-1,93 < 0,001 IC: intervalo de confiança. sexo masculino, diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, tabagismo e antecedentes familiares apresentaram-se independentemente associados à isquemia miocárdica (Tabela 4). Quando contemplados esses fatores de confusão do modelo, não houve associação entre consumo leve a moderado de álcool e isquemia miocárdica à EEF. Observou-se, ainda, associação entre idade, sexo masculino, tabagismo e dislipidemia com consumo de álcool leve a moderado (Tabela 5). Discussão O consumo leve a moderado de álcool apresentou relação com a isquemia miocárdica à EEF, mas não se Taquicardia supraventricular 4 (0,2%) 8 (0,2%) 0,999 Insuficiência cronotrópica 160 (7,5%) 440 (9,8%) 0,003 IEMVE: Índice de escore da motilidade ventricular esquerda; TVNS: Taquicardia ventricular não sustentada; (**) Taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular. (*) As variáveis qualitativas foram calculadas por meio do método de qui-quadrado de Pearson, e as variáveis quantitativas, por meio do teste t de Student para amostras independentes, conforme o pressuposto de normalidade da amostra. Fontes et al. Consumo de álcool e isquemia miocárdica à EEF International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(3)235-243 Artigo Original

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