IJCS | Volume 31, Nº3, Maio / Junho 2018

DOI: 10.5935/2359-4802.20180019 235 ARTIGO ORIGINAL International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(3)235-243 Correspondência: Maria Júlia Silveira Souto Avenida Marechal Rondon, s/n. CEP: 49100-000, Bairro Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe, SE - Brasil. E-mail: souto.mjulia@gmail.com, souto.mjulia@gmail.com Consumo Leve a Moderado de Álcool e Isquemia Miocárdica à Ecocardiografia sob Estresse Físico Low to Moderate Alcohol Consumption and Myocardial Ischemia on Exercise Stress Echocardiography Vítor Joaquim Barreto Fontes, 1 Maria Júlia Silveira Souto, 1 Antônio Carlos Sobral Sousa, 1,2 Enaldo Vieira de Melo, 1 Flávio Mateus do Sacramento Conceição, 1 Caio José Coutinho Leal Telino, 1 Mirella Sobral Silveira, 1 Jéssica Aparecida de Santana Dória, 1 Carlos José Oliveira de Matos, 1 Joselina Luzia Menezes Oliveira 1,2 Universidade Federal de Sergipe (UFS), 1 São Cristóvão, SE- Brasil Centro de Ensino e Pesquisa e Laboratório de Ecocardiografia (ECOLAB) do Hospital e Fundação São Lucas, 2 Aracaju, SE - Brasil Artigo recebido em 04/04/2017; revisado em 31/07/2017; aceito em 22/09/2017. Resumo Fundamento: O impacto do consumo de álcool na evolução da isquemia miocárdica permanece incerto. Os estudos divergem quanto a um eventual efeito cardioprotetor ou a um fator de risco cardiovascular desse consumo de maneira leve a moderada. Objetivo: Estudar a relação do consumo leve a moderado de álcool com a isquemia miocárdica à ecocardiografia sob estresse físico (EEF). Métodos: Estudo transversal composto por 6632 pacientes submetidos à EEF, de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. Dividiram-se dois grupos: G1 - composto por 2130 (32,1%) pacientes com relato de consumo médio igual ou inferior a 1 dose de bebida alcoólica por dia para mulheres ou de 2 doses para homens; e G2 - formado por 4502 (67,9%) indivíduos que negaram consumo de álcool. A comparação entre os grupos foi feita mediante teste t de Student para variáveis quantitativas, e teste qui-quadrado ou teste de Fisher para as variáveis categóricas. Foram considerados significativos os valores de p < 0,05. Realizou-se, também, regressão logística para identificação de fatores de risco independentes para isquemia miocárdica. Resultados: G1 apresentou maior frequência de indivíduos do sexo masculino (77,1%; p < 0,001), menor idade média (54,8 ± 10,3 anos; p < 0,001) e maior frequência de isquemia miocárdica à EEF (p = 0,014). Idade, sexo masculino, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, diabete melito, tabagismo e história familiar positiva apresentaram-se independentemente associados à presença de isquemia miocárdica à EEF. Não foi observada associação independente entre etilismo leve a moderado e isquemia miocárdica (OR 0,96; IC 95%: 0,83-1,11). No entanto, observou-se associação entre idade, sexo masculino, tabagismo e dislipidemia com o consumo de álcool. Conclusão: Etilismo leve a moderado não se apresentou como preditor independente de presença de isquemia miocárdica à EEF. Observou-se, no grupo dos etilistas, um predomínio de homens, dislipidêmicos e tabagistas, importantes variáveis preditoras de isquemia miocárdica. (Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(3)235-243) Palavras-chave: Bebidas Alcoólicas, Consumo de Álcool, Fatores de Risco, Doença da Artéria Coronariana, Ecocardiografia sob Estresse.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=