IJCS | Volume 31, Nº3, Maio / Junho 2018

220 Cardoso et al. Correlação entre lesões coronarianas e troponina International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(3)218-225 Artigo Original ou perda de peso inexplicada) ou ainda hemoglobina glicada maior que 6,5%. 11 Foram considerados tabagistas os pacientes que relataram uso do cigarro no último ano anterior à admissão ou que interromperam o uso do mesmo há menos de 30 dias. Os critérios de inclusão foram: pacientes maiores de 18 anos de idade com diagnóstico confirmado de SCA, segundo a Terceira Definição Mundial de Infarto Agudo do Miocárdio. 3 Já entre os critérios de exclusão, estava a não realização de cineangiocoronariografia durante a internação. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS e aprovado sob número CAAE: 51783415.1.0000.0021. Análise Estatística A avaliação da correlação linear entre a taxa de TnUs e os escores de TIMI, GRACE e SYNTAX, foi realizada por meio do teste de correlação linear não paramétrico de Spearman, uma vez que as amostras de dados não passaram no teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Os demais resultados deste estudo foram apresentados na forma de estatística descritiva ou na forma de tabelas e gráficos. Variáveis quantitativas foram apresentadas na forma de mediana e intervalo interquartil, enquanto que aquelas categóricas foram apresentadas em frequência relativa e frequência absoluta. A análise estatística foi realizada por meio do programa estatístico SPSS, versão 24.0, considerando um nível de significância de 5%. 12 Limitações - Número reduzido de pacientes avaliados; - Falta de alguns dados nos prontuários para cálculo exato dos escores prognósticos GRACE e TIMI, bem como para informações sobre histórico familiar (35,6% dos prontuários não continha tal dado). Para o cálculo do TIMI em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com supra do segmento ST (IAMCSST), são necessários peso do paciente e tempo de início dos sintomas; porém, a maioria dos prontuários não continha tais informações. No primeiro caso (peso), nenhum dos pacientes recebeu pontuação, pois, por experiência do serviço, amaioria deve apresentar peso superior a 67 kg. No segundo caso (tempo de sintomas) todos os pacientes receberam a pontuação, pois devido a problemas no sistema de regulação do município a maior parte dos pacientes é admitida com tempo de dor superior a 4 horas. Sendo assim, alguns pacientes podem ter escores mais elevados dos que os apresentados, visto que algumas características não foram pontuadas adequadamente. - Os pacientes com revascularização miocárdica prévia não foram contabilizados para o cálculo do escore SYNTAX, pois esse não considera as pontes realizadas. - Inexistência de padronização nos horários de coletas de sangue para dosagem de troponina, bem como falta de algumas dosagens devido a problemas estruturais e operacionais do serviço. Essa limitação pode ter prejudicado a constatação do pico da curva desse biomarcador. Resultados A idade dos pacientes variou entre 37 e 92 anos, sendo a maioria do sexo feminino. A população do estudo era, na maioria, hipertensa, não diabética e não tabagista. Apenas 20,7% (n = 36) dos pacientes tinha história familiar positiva para DAC. Entre os pacientes, mais de 40% já utilizavam ácido acetilsalicílico (AAS) no momento do evento e a maioria relatava episódios de angina grave, porém sem infradesnivelamento do segmento ST ao eletrocardiograma. Alterações eletrocardiográficas diferentes de supra ou infradesnivelamento não foram consideradas na análise. Dos 174 pacientes avaliados, 19,0% (n = 33) receberam o diagnóstico de IAMCSST, 43,1% (n = 75) de Infarto Agudo do Miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) e 36,8% (n = 64) de angina instável. A maioria dos pacientes encontrava-se em Killip 1 à admissão. Esses resultados e a distribuição dos pacientes avaliados no estudo em relação aos antecedentes e ao escore KILLIP, estão apresentados na Tabela 1. Os resultados referentes às variáveis clínicas quantitativas (dados vitais, parâmetros bioquímicos e de risco) estão apresentados na Tabela 2. A mediana de TnUs foi de 67 pg/ml. Houve uma correlação linear positiva, significativa e moderada, entre a taxa de TnUs e o escore SYNTAX (p < 0,001, r = 0,440). Este resultado está ilustrado na Figura 1. Além disso, houve correlação linear positiva e significativa, porém fraca, da taxa de TnUs com o escore de risco TIMI (p < 0,001, r = 0,267) e com o escore GRACE (p = 0,001, r = 0,261) (Figuras 2 e 3, respectivamente).

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