IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

149 o uso do betabloqueadores (normal > 0,60), tanto em relação ao T6m quanto para o TECP, conforme encontrado na literatura. 24 O pulso O 2 máximo do T6m e TECP não evidenciou diferençaentreosdois testes, obtendo-sevaloresdepulsoO 2 reduzidos emrelação aoprevisto (<85%), emtornode 70%, e com valores absolutos abaixo de 12 mL.kg -1 .min -1 /bpm, considerado de mau prognóstico. 25 Em relação às duas variáveis ventilatórias analisadas, não foi observada diferença para a inclinação VE/VCO 2 . Os valores da inclinaçãoVE/VCO 2 se encontraramdentro dos citados como de bom prognóstico (< 30), 13 e tal fato associado à falta de diferença entre os dois testes pode reforçar a capacidade prognóstica do T6m. A análise da potência ventilatória (PV) tambémdemonstrou diferença entre os dois testes, com maiores valores para o TECP. A PV, que conjuga a reposta da PAS com a inclinação VE/VCO 2 (PV= PAS x inclinaçãoVE/VCO 2 ) 26 apresentou diferença provavelmente devido à maior PAS no TECP. Entretanto, para ambos os testes, observaram-se valores de bom prognóstico (>3,5). 26 O QR é critério para se obter esforços intensos (> 1,0) ou máximos em exercícios de intensidade crescente (> 1,15). 13 Não houve diferença entre os valores máximos do QR entre os dois testes. Os dados aqui encontrados concordam com os de Kervio et al., 10 que consideram o QR do T6m como de esforço intenso. Tanto na população com ICFER 10 quanto nos pacientes com ICFEN no presente estudo, 50% de cada amostra obteve QR > 1,0. Outros autores concordam e afirmam que quanto maior ao deficiência funcional do grupo estudado, mais o T6m seria executado próximo ao máximo. 6-8 A análise da VE/VO 2 demonstrou que a curva apresentou descenso e posterior ascensão, que se tornou significativa após o quinto minuto de teste (T6 e T7). Tal comportamento é um dos critérios utilizados na identificação do LA em um TECP. 13,24 Ao se transferir este conceito para o T6m, confirma-se que ele representou esforço equivalente ao LA ou pouco acima. Em relação a VE/VCO 2 , observou-se estabilização dos valores após o segundo minuto de esforço (T3), com valores de pico pouco superiores aos do LA obtido no TECP (24,5 ± 3,1 no T6m versus 23,6 do LA no TECP). OVE/VCO 2 se estabilizou em valores que não traduzem ineficiência ventilatória. O VO 2 relativo no T6m demonstrou valores estáveis. Seu comportamento nos pacientes com ICFENnão diferiu do encontrado emestudos semelhantes empacientes com ICFER, tanto em termos de evolução durante todo o T6m quanto em relação aos percentuais obtidos em relação ao TECP: 6-8,10 atingemvalores acima do VO 2 correspondente ao LA do TECP e de percentuais significativos do VO 2 pico do TECP (86,45%). A variável VCO 2 tendeu a se estabilizar a partir do T5 (quartominutodoT6m), discordandodos dados deKervio et al., 10 que, para portadores de ICFER, não observaram estado estável nesta variável até o final do T6m. Os pacientes com ICFER no estudo de Kervio et al., 10 realizaram o T6m acima do VO 2 relativo do LA no TECP, concordando com os achados para pacientes com ICFEN no presente estudo. Os VO 2 do LA no TECP obtidos por Kervio et al., 10 (11,7 ± 0,6 mL.kg -1 .min -1 ) também se encontram bem semelhantes aos encontrados neste estudo (11,76 mL.kg -1 .min -1 ). Interessante notar que 7 dos 22 pacientes no presente estudo obtiveram VO 2 pico do T6m igual ou acima do VO 2 pico do TECP, representando 31,8% do total da amostra. Este valor percentual concorda e supera os de Faggiano et al., 8 (27,0%) para uma população de ICFER. A alta intensidade do T6m para os portadores de IC é reforçada por achados do estudo de Kervio et al., 10 Faggiano et al., 8 e Foray et al., 7 que demonstraram que o T6m causa uma demanda acima de 85% dos valores do VO 2 relativo de pico do TECP. Faggiano et al., 8 encontraram VO 2 pico a 86% do TECP, que representava 73,0%doVO 2 doLAdoTECP. Opresente estudo mostrou percentuais semelhantes em relação ao TECP, mas o VO 2 do LA no TECP apresentou percentuais mais elevados, correspondendo a 85,03% do VO 2 pico do T6mpara o grupo ICFEN. Guimarães et al., 9 realizaramum TECP e um T6m, também em esteira, com os participantes acoplados a um analisador de gás e, utilizando incentivo, encontraram um VO 2 pico a 90% do TECP. Os valores do VO 2 pico relativo encontrados no TECP concordamcomos achados deGuazzi et al., 27 Esses autores encontraram valores de VO 2 pico de 15 mL.kg -1 .min -1 no TECP em pacientes com ICFEN. Na inclinação da eficiência do consumo de oxigênio ( oxygen uptake efficiency slope , OUES), apesar de valores mais baixos para o T6m, não houve diferença entre o T6m e o TECP. Apesar da literatura indicar que tanto a ICFER quanto a ICFEN podem obter valores reduzidos, 13 os pacientes com ICFEN avaliados obtiveramvalores acima de 1,2, considerados de mau prognóstico. 28 A variável metabólica que mais mostrou diferença foi a cinética do consumo de oxigênio na recuperação (T1/2), que mostrou diferença significativa entre os dois Teixeira et al. Análise de Gases noTeste da Caminhada na ICFEN Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)143-151 Artigo Original

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