IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

146 respiratório (QR) entre os dois testes, e seus valores máximos foram superiores a 1,0. Os resultados mostram valores elevados ao final do T6m2 (1,04), sendo que dos 22 pacientes que realizaram o T6m2, 11 obtiveram um QR ≥ 1,0 (50% do grupo). Destes 11 pacientes, 7 obtiveram um QR ≥ 1,10 (31,8% da amostra). Devido à impossibilidade de se medir a PA durante o T6m, esta só foi obtida na situação basal e no pós‑esforço imediato ao T6m. Como não era realizada espirometria prévia, não foram avaliados outros parâmetros ventilatórios. A análise longitudinal da FC durante o T6m2 mostrou que o grupo atingiu valores estáveis de FC após o segundo minuto do T6m2 (T3). A FC máxima durante o T6m2 (108,9 bpm) foi semelhante à FC do LA no TECP (108 bpm), demonstrado na linha tracejada (Figura 1), e 85,7 % em relação à FC máxima do TECP (126 bpm), mostrado em destaque na Figura. O comportamento longitudinal do VO 2 relativo (mL.kg -1 .min -1 ) durante o T6m2 no grupo estudado encontra-se na Figura 2. Observa-se na linha tracejada o valor do VO 2 do LA do TECP (11,76 mL.kg -1 .min -1 ) e o valor de 15,9 mL.kg -1 .min -1 do VO 2 pico do TECP em destaque (Figura 2). O comportamento longitudinal da produção de dióxido de carbono (VCO 2 ) relativo durante o T6m2 evoluiu de forma semelhante à do VO 2 , atingindo valores máximos no T6m2 de 11,5 mL.kg -1 .min -1 (Figura não apresentada). Os níveis de correlação de Pearson (r) encontrados entre a distância máxima percorrida no T6m2 com o VO 2 pico obtido nestemesmo teste, e desta distância percorrida com o VO 2 pico do TECP foram, respectivamente, r = 0,528 (p = 0,014) e r = 0,532 (p = 0,013). Discussão Uma revisão de literatura realizada sobre o tema deste estudo – T6m e ICFEN – evidenciou que a quase totalidade dos trabalhos sobre este tema está voltada para a ICFER. Tornou-se difícil, então, comparar os resultados encontrados neste estudo, que incluiu pacientes com ICFEN, comos achados da literatura. Por isso, a discussão abaixo será realizada com base em resultados similares encontrados em estudos com ICFER. Riley et al., 6 Foray et al., 7 Faggiano et al., 8 e Kervio et al., 10 analisaram a cinética de variáveis utilizando analisador de gás portátil e demonstraram que a cinética e outros parâmetros cardiovasculares estão alentecidos na população de ICFER, em resposta ao esforço representado pelo T6m. Entretanto, não se encontram estudos que descrevam como a cinética de um grupo de portadores de ICFEN se comporta durante esse teste. Teixeira et al. Análise de Gases noTeste da Caminhada na ICFEN Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)143-151 Artigo Original Tabela 1 – Características clínicas da população estudada Variáveis n = 24 % Sexo masculino 7 29,2 feminino 17 70,8 Média DP FE (%) 64,7 8,2 Peso (kg) 84,3 16,6 Estatura (cm) 160,2 7,4 IMC 32,9 6,7 Cintura (cm) 104,4 13,3 Quadril (cm) 110,8 11,6 C/Q 0,944 0,086 Idade (anos) 59,6 10,2 Abreviaturas: FE: fração de ejeção; IMC: índice de massa corporal; C/Q: relação cintura-quadril; DP: desvio padrão.

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