IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

141 aumentada e DAC obstrutiva; lembra-se que a pesquisa não foi delineada para responder esta questão. Levando-se em conta também a alta frequência de positividadeda troponinaemtodas as condições agudasque acometemocoraçãoe a interseçãodos sintomasnasdiversas etiologias, é de se esperar a confusão diagnóstica quando não existe ummarcador específico para uma dada doença, como o eletrocardiograma no infarto agudo do miocárdio com elevação do ST e no bloqueio atrioventricular total. Este fato tem ocorrido na prática clínica, em que sintomas correlatos a isquemia miocárdica e troponina positiva têm suscitadoa solicitaçãodaAC, interpretandooconjuntocomo uma síndrome isquêmica aguda. Outra limitação seria a progressão da DAC nos pacientes que realizaram a AC em menos de 1 ano e a doença ter surgido neste período. Assume-se, entretanto, que todo processo de investigação restrito a um único centro de pesquisa resulta em limitações, considerando-se as diferenças de condutas e interpretações clínicas que existem nas unidades de saúde. Conclusão Em indivíduos internados com edema agudo de pulmão de origem claramente não definida, a história prévia de coronariopatia e défice de contratilidade miocárdica segmentar foramos preditores independentes de doença coronariana obstrutiva. Destes dois preditores, a história prévia de coronariopatia é omaior determinante probabilístico, praticamente garantindo a presença de doença coronariana obstrutiva. Entretanto, na ausência de história prévia de doença arterial coronariana ou acidente vascular cerebral, a probabilidade de doença coronariana obstrutiva é intermediária, sendo modulada por dois preditores independentes: a fração de ejeção e o défice de contratilidade miocárdica. O valor da troponina não predisse de forma independente a presença de doença coronariana obstrutiva em um cenário de insuficiência cardíaca aguda, e a identificação da presença de doença coronariana obstrutiva implicou poucos procedimentos de revascularização. Isto suscita questionamento quanto à utilidade de perseguir-se o diagnóstico de doença coronariana neste cenário clínico. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Barros MNDS, CorreiaLC.Obtençãodedados: BarrosMNDS, SousaVWB, Lima IAB,NóbregaCRBM,Moreira ICAM, DouradoSMM, Andrade BMS, BatistaVS, SilvaMCFC, CorreiaLC. Análise e interpretação dos dados: Barros MNDS, Correia LC. Análise estatística: Barros MNDS, Correia LC. Obtenção de financiamento: Barros MNDS, Correia LC. Redação do manuscrito: Barros MNDS, Correia LC. Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Barros MNDS, Correia LC. Potencial Conflito de Interesse Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de Financiamento O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação Acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Maria das Neves Dantas da Silveira Barros pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP. Aprovação Ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Bahiana de Medicina e Saúde Publica sob o número de protocolo (CAAE) nº 05503912.6.0000.5544. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. Barros et al. Edema agudo de pulmão. Doença Arterial Coronariana Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)133-142 Artigo Original

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