IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

102 Figura 2 – ATIE com estenose após infusão de nitroglicerina. ser atribuído à população usada como base por cada autor, visto que Sons et al., 17 Chen et al., 18 avaliaram pacientes candidatos à correção cirúrgica do miocárdio, como o presente estudo, diferente de Perić et al., 19 que selecionaram pacientes de forma aleatória. Todos os estudos apresentam um número reduzido de pacientes avaliados, o que dificulta tanto a homogeneidade dos dados, quanto a concordância entre a prevalência das lesões. O que fica claro é a necessidade de se avaliar a ATI, pré-operatória, em pacientes candidatos à CRM, visto que alémde diagnosticar lesões que irão prejudicar a efetividade da CRM, também pode-se identificar possíveis alterações que causem consequências para os pacientes, como a isquemia de membro inferiores em casos de ATI atuando como circulação colateral, e a síndrome do roubo subclávio nos pacientes com oclusão ou estenose significativa da subclávia. A presença de doença crônica aorto-ilíaca (DCAI), é considerada um importante preditor para o desenvolvimento de alterações anatômicas envolvendo a ATI. Geralmente estes pacientes desenvolvem perfusões colaterais no intuito de reconstruir o sistema arterial da pelve e membros inferiores, evitando a isquemia dos mesmos. A ATI, juntamente com as artérias epigástricas superiores e inferiores, funcionam como a principal via colateral parietal na reconstituição da artéria ilíaca externa, e caso haja utilização deste enxerto para revascularização do miocárdio, o paciente pode ter uma isquemia aguda de membros inferiores, no pós-operatório. 20-25 A presença desta via colateral é de tamanha importância, que a ATI se torna uma das principais artérias responsáveis pela irrigação dos membros inferiores, chegando a responder por 38% do fluxo sanguíneo da região, e dobrando o volume de sangue que é levado por ela (ATI), a cada minuto. 26 Estudos apontam que a presença de ATI e epigástricas como via colateral para extremidades inferiores não é um achado incomum empacientes comDCAI, tendo sua prevalência estimada ematé 12%dos casos emque DCAI foi maior ou igual a 75%do diâmetro do vaso. 25 Emnosso estudo, um paciente apresentou a ATIE e epigástricas como via colateral para irrigação de membros inferiores (Figura 3), alteração identificada por meio da angiografia seletiva pré-operatória em paciente com indicação de revascularização do miocárdio, sem a presença de alterações clinicas que evidenciassem a existência de DCAI. 26 A identificação da ATI como via colateral, deu‑se através da progressão do contraste até vasos mais inferiores, as artérias epigástricas superiores e inferiores (Figura 3), e continuidade até o nível dos vasos pélvicos (Figura 4). Não foram investigadas alterações que pudessem evidenciar a presença de DCAI no presente estudo, porém, autores como Kim et al., 25 apontam que a presença de fraqueza de pulsos femorais emextremidade acometida, com diminuição de amplitude e volume, e alterações do índice tornozelo braquial por sonda Doppler, menor que 0,7, são importantes indicativos da presença de DCAI. Após a identificação da presença de Balzan et al. Aterosclerose na artéria torácica interna Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)97-106 Artigo Original

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