IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

100 Tabela 1 – Valores de p Valores de p Sexo 0,508 Sedentarismo 0,480 História familiar de DAC 0,711 Tabagismo 0,101 Ex-tabagismo 0,674 Hipertensão arterial 0,457 Diabetes mellitus tipo 2 0,637 IAM sem SUPRA ST 0,597 Angina instável 0,457 Dislipidemia 0,444 (> 70%do diâmetro) em três principais artérias coronárias, sem envolvimento da região proximal da descendente anterior, ou se houver envolvimento da região proximal da descendente anterior, a associação com mais uma artéria coronária principal. 10,11 Ainda relacionada à melhora da sobrevida, indica-se o procedimento cirúrgico para pacientes pós parada cardíaca com presumível isquemia, mediada por taquicardias ventriculares decorrente de estenose significativa (> 70%do diâmetro) emuma artéria coronária principal (Classe IB). 12 Relacionada à melhora dos sintomas, há indicação cirúrgica nos casos de uma ou mais estenoses significantes de coronárias passíveis de revascularização, ou casos de angina inaceitável em pacientes com tratamento medicamentoso. 2 Após estabelecimento dos critérios para indicação cirúrgica, deve-se prosseguir para escolha do tipo de enxerto a ser usado pelo médico cirurgião. Dentre as opções arteriais, incluem-se torácica interna, radial, gastroepiplóica, e epigástrica inferior, e dentre as veias, opta-se pelo uso da safena. A eficácia do procedimento relaciona-sediretamente a viabilidadedo enxerto. Segundo o último Guideline da American Heart Association para cirurgia de revascularização do miocárdio, é preferível o uso da artéria torácica interna esquerda (ATIE) para revascularizar a artéria descendente anterior esquerda (DA) quando há indicação damesma (Classe IB). Emcasos de inviabilidade da ATIE, recomenda-se o uso da artéria torácica interna direita (Classe IC). 2 A artéria torácica interna, assim descrita pela Jena Nomina Anatomica em 1936, tem sua origem na artéria subclávia, surgindo ântero-inferiormente na primeira parte da subclávia, cerca de 2 cm acima da clavícula, medialmente à primeira costela. 13 Em 4-30% dos pacientes pode surgir de um tronco comum, junto com outras artérias que também têm origem na subclávia, como o tronco tireocervical, artérias supra-escapulares e tireóideas inferiores. 14 Após sua origem, continua seu curso posteriormente à veia braquiocefálica e medialmente ao músculo escaleno anterior, descendo verticalmente próxima a borda esternal, e cruzando posteriormente as seis cartilagens costais superiores, tendo seu final em uma bifurcação ao nível da sexta costela, dando origem às artérias epigástricas superiores e artérias musculofrênicas. 15 O estudo PREVENT IV analisou 1539 pacientes por meio de angiografia seletiva, com objetivo de descrever o número de falhas no enxerto de ATI para a descendente anterior (DA), em um período de 12 a 18 meses após estes serem submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Foram encontrados 132 pacientes com estenose significativa de ATI, sendo considerado como significativa, uma estenose maior ou igual à 75% do diâmetro do vaso. Dentre os pacientes em estudo, 61 apresentaram oclusão total da ATI, três tiveram uma estenose subtotal, entre 95 e 99%, e 68 uma estenose entre 75-95%. O mesmo estudo realizou um follow-up de quatro anos destes pacientes, com intuito de avaliar a taxa de desfechos maiores, como morte, IAM, e nova revascularização, e compará-la com a do grupo sem estenose significativa. 16 Em casos de estenose significativa encontrou-se a presença de duas vezes mais eventos que no grupo sem estenose significativa (32% vs. 16,5%), demonstrando claramente o impacto negativo da permeabilidade do enxerto sobre o prognóstico do paciente submetido ao tratamento cirúrgico. O estudo considera como um dos principais preditores de falha, a estenose não significativa de DA esquerda, menor que 75%, porém, o trabalho não avaliou a presença de lesões prévias através de uma angiografia de controle, realizada anteriormente à cirurgia, não sendo possível relacionar a inviabilidade posterior à doença aterosclerótica prévia, ou mesmo sua contribuição no processo de estenose a longo prazo. 16 Os resultados do nosso estudo mostram que na população selecionada de pacientes candidatos à CRM, a prevalência de lesões ateroscleróticas e lesões que inviabilizam a ATI é significativa, sendo esta uma artéria não avaliada rotineiramente pela cardiologia intervencionista, de difícil diagnóstico clínico, visto que os Balzan et al. Aterosclerose na artéria torácica interna Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)97-106 Artigo Original

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