IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

99 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Presente Ausente Lesões Lesões Gráfico 1 – Prevalência de lesões O estudo a seguir respeitou os padrões éticos, visto que se submeteu ao comitê de ética e pesquisa, por meio da Plataforma Brasil ® , aplicando o termo de consentimento livre e esclarecido para todos os pacientes, tendo sua aprovação registrada pelo parecer 1.651.761 (CAAE: 57529416.0.0000.5539). Análise estatística Os pacientes foram divididos em grupos com e sem alterações na ATIE. As variáveis categóricas foram descritas em percentuais e os grupos comparados com teste do qui-quadrado e exato de Fisher. A única variável contínua, a idade, foi testada para normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e, por não ter distribuição normal, foi descrita em mediana (P25; P75) e os grupos comparados com teste de Mann-Whitney. O nível de significância estatística utilizado foi p < 0,05. As análises foram realizadas no software SPSS ® versão 20. Resultados Este estudo analisou a prevalência de lesões ateroscleróticas e outras lesões que inviabilizam o uso da ATIE, em 39 pacientes candidatos à CRM. A mediana de idade (percentil 25; percentil 75) dos pacientes foi de 63 anos, sendo 79,5% do sexo masculino e 20,5% do sexo feminino. Identificou-se a prevalência de 7,7% de lesões na ATIE (Gráfico 1). Constatou-se um caso de estenose da ATIE, com >70% de obstrução, e duas lesões que inviabilizam a ATIE como enxerto, sendo essas, circulação colateral para membros inferiores através da ATIE e epigástricas, e uma oclusão total da artéria subclávia em porção proximal. A análise das variáveis categóricas por meio do teste qui-quadrado, e pelo teste exato de Fisher de fatores preditores para a ocorrência dos desfechos, levou emconta a idade do paciente, tabagismo, sedentarismo, diabetes mellitus tipo 1 e 2, hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, história prévia de IAM com supra desnivelamento do segmento ST, sem supra desnivelamento do segmento ST, e acidente vascular encefálico isquêmico e hemorrágico prévios, onde nenhuma variável se mostrou como fator preditor para a ocorrência dos desfechos (Tabela 1). Todos os pacientes eram assintomáticos com relação às alterações da ATIE. Discussão Após a determinação do grau das lesões coronarianas, evidenciadas pelo exame de cinecoronariografia, e a partir da sua gravidade, determina-se a conduta a ser tomada, optando-se por: tratamento clínico, intervenção coronária percutânea ou cirurgia de revascularização domiocárdio. Os critérios de indicação para cirurgia de revascularização do miocárdio são baseados em dois principais objetivos, sendo eles, a melhora da sobrevida, e amelhora dos sintomas. Quando pensamos emmelhora da sobrevida, a principal indicação (Classe IB) é para pacientes com estenose significativa (> 50% do diâmetro) do tronco da artéria coronária esquerda. 8,9 Ao analisar outras regiões anatômicas que não o tronco da artéria coronária esquerda, há indicação cirúrgica para melhora da sobrevida (Classe IB) nos casos de estenose significativa Balzan et al. Aterosclerose na artéria torácica interna Int J Cardiovasc Sci. 2018;31(2)97-106 Artigo Original

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