IJCS | Volume 31, Nº2, Março / Abril 2018

193 DOI: 10.5935/2359-4802.20170100 International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(2)193-195 RELATO DE CASO Correspondência: Michel Cabrera Ortega Calle 100 y Perla, Postal Code: 10800. Altahabana. Boyeros. La Habana, Boyeros – Cuba E-mail: michel@cardiows.sld.cu; anrossca@yahoo.es Melhora de Dissincronia Induzida por Estimulação Septal do Ventrículo Direito em uma Criança com Tetralogia de Fallot Improvement of Pacing-Induced Dyssynchrony by Right Ventricular Septal Stimulation in a Child with Tetralogy of Fallot Alexander González Guillen, Michel Cabrera Ortega, Francisco Díaz Ramírez, Dunia Bárbara Benítez Ramos Cardiocentro Pediátrico "William Soler", Boyeros, Havana – Cuba Artigo recebido em 02/02/2017; revisado em 05/06/2017; aceito em 07/07/ 2017 Cardiopatias Congênitas; Tetralogia de Fallot / cirurgia; Bloqueio Atrioventricular; Disfunção do Ventrículo Direito; Terapia de Ressincronização Cardíaca. Palavras-chave Introdução O bloqueio atrioventricular total (BAVT) não é uma complicação incomum após cirurgia para correção de tetralogia de Fallot (TdF). A escolha do sítio de estimulação ventricular em pacientes que necessitam de terapia com marca-passo depende de fatores como idade, peso, presença de anomalia venosa e curto‑circuito intracardíaco. Os efeitos nocivos da estimulação ventricular são mais acentuados durante estimulação do ventrículo direito (VD), mas mesmo sim, a estimulação de sítios no VD foi definida como sendo ótima em alguns pacientes com e sem cardiopatias congênitas. 1 Relato do caso Um menino de 4 anos com história de TdF corrigida cirurgicamente recebeu um marca-passo de câmara única em modo de resposta (VVIR) implantado no epicárdio do ventrículo esquerdo (VE) devido a um BAVT pós‑operatório (Figura 1a). Durante a estimulação do VE, o eletrocardiograma (ECG) demonstrou aumento na duração do complexo QRS e um padrão acentuado de bloqueio de ramo direito (BRD) com complexos QRS estimulados negativos em derivações inferiores (Figura 1b). Avaliações ecocardiográficas subsequentes mostraram dissincronia interventricular e intraventricular direita, associada a uma dilatação progressiva do VD. Após 1 ano de estimulação ventricular, o paciente desenvolveu disfunção do VD comuma fração de variação de área (FVA) de 28% e uma excursão sistólica do plano anular tricúspide (TAPSE) de 12 mm. Além disso, um strain bidimensional refletiu um índice de dissincronia de VD de 56 ms, com o pior retardo QS na porção médio-septal do VD (195 ms). Considerando os efeitos benéficos da estimulação septal, 1,2 o paciente foi submetido a uma substituição de eletrodo e marca-passo. Um eletrodo ventricular ativo (Medtronic CapSureFix, Medtronic Limited, Watford, Reino Unido) foi fixado na região médio‑septal do VD (Figura 2), obtendo limiares adequados de detecção e estimulação. Após estimulação médio‑septal do VD em sítio único, um ECG de superfície de 12 derivações revelou complexos QRS com duração mais curta e um padrão de bloqueio de ramo esquerdo com complexos QRS estimulados positivos nas derivações inferiores. Além disso, houve uma redução imediata da dissincronia interventricular para 31 ms e o índice de dissincronia do VD para 27 ms. Uma avaliação ecocardiográfica mostrou um aumento no FVA (39%) e TAPSE (15 mm), com uma redução dos diâmetros do VD 3 meses após a terapia. Discussão O VE é o melhor local de estimulação na população pediátrica. 3 No entanto, Karpawich et al. 1 demonstraram que o melhor local para implantação do eletrodo varia de acordo com o paciente e a cardiopatia congênita. Em nosso caso, a estimulação do VE produziu uma contração dissincrônica do VD, evidenciada por um aumento da duração do QRS e por parâmetros ecocardiográficos.

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