ABC | Volume 115, Nº1, Suplemento, Julho 2020

Correlação Clínico-radiográfica Caso 6/2020 – Jovem de 16 Anos, com Estenose Pulmonar Acentuada a Nível Valvar, após Correção de Tronco Arterial Comum pela Técnica de Barbero-Marcial no Primeiro Mês de Vida Case 6/2020 – 16-Year-Old Adolescent with Severe Pulmonary Stenosis At Valvar Level, After Correction of Truncus Arteriosus using the Barbero-Marcial Technique in the First Month of Life Edmar Ati k e Miguel Barbero-Marcial Clínica privada do Dr Edmar Atik Palavras-chave Cardiopatias Congênitas; Insuficiência Cardíaca; Tronco Arterial/cirurgia; Técnica de Barbero-Marcial; Diagnóstico por Imagem. Dados Clínicos O recém-nascido, em insuficiência cardíaca com tronco arterial comum tipo I, foi corrigido com 15 dias de vida com 2.800 g de peso corporal pela técnica de Barbero-Marcial . Na ocasião fez-se a aproximação direta da via de saída do ventrículo direito (VD) com o tronco pulmonar e colocação de uma monocúspide em posição pulmonar. A evolução foi adequada com o controle da insuficiência cardíaca e se manteve sem sintomas e com desenvolvimento físico normal. O exame clínico descartava lesões residuais como a insuficiência valvar pulmonar. No decorrer do tempo, assintomático, observou-se presença de sopro sistólico na área pulmonar, progressivo em intensidade ao lado de gradiente de pressão crescente na região da monocúspide pulmonar. Com 2 anos ele era de 25 mmHg, com 5 anos de 34 mmHg, com 7 anos de 40, com 13 anos de 90 e com 16 anos de 149 mmHg. Não usa medicamentos específicos. Exame físico: bom estado geral, eupneico, acianótico, pulsos normais. Peso: 60 Kg, Alt.: 165 cm, PA: 110/70 mmHg, FC: 73 bpm. A aorta não era palpada na fúrcula. No precórdio, ictus cordis não palpado e sem impulsões sistólicas na BEE. As bulhas cardíacas eram hiperfonéticas e auscultava-se sopro sistólico, +/++/4 de intensidade, rude, na área pulmonar e ao longo da BEE. Fígado não palpado e pulmões limpos. Exames Complementares Eletrocardiograma: Mostrava ritmo sinusal e sinais de bloqueio completo do ramo direito. AQRS= +160 o , AP e AT= 50 o C. A duração do QRS era de 0,13”. Não havia potenciais de ventrículo esquerdo, com morfologia rR’ em V1 e RS em V6. Radiografia de tórax: Mostra área cardíacamoderadamente aumentada à custa dos arcos atrial e ventricular e trama vascular pulmonar normal. A cardiomegalia foi progressiva desde a correção cirúrgica, com índice cardiotorácico atual de 0,60 (Figura 1). Ecocardiograma: Mostra o remendo interventricular bem posicionado e sem shunt residual. As cavidades direitas se mostram dilatadas em grau moderado e com disfunção ventricular. O VD está também hipertrofiado. Gradiente máximo entre VD e tronco pulmonar de 149 mmHg e médio de 86 mmHg. As dimensões eram: Ao=32, AE= 28, VD= 34, VE= 41, septo= parede posterior= 7, função VE= 66%, APD= 22 e APE= 26 mm. Insuficiência pulmonar discreta. Tomografia do coração: Mostrou os átrios de dimensões normais, VD com hipertrofia médio-apical e Correspondência: Edmar Atik • Consultório privado. Rua Dona Adma Jafet, 74, conj.73, Bela Vista. CEP 01308-050, São Paulo, SP – Brasil E-mail: conatik@incor.usp.br DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190490 Figura 1 – Radiografia de tórax salienta o aumento moderado da área cardíaca à custa das cavidades direitas com trama vascular pulmonar normal. 37

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