ABC | Volume 115, Nº1, Julho 2020

Artigo de Revisão Costa et al. Imagem Cardiovascular e Procedimentos Intervencionistas Arq Bras Cardiol. 2020; 115(1):111-126 5.8.Laboratório de Hemodinâmica Dedicado Uma sala dedicada para atendimento de casos suspeitos/ positivos objetiva reduzir o risco de infecção para os profissionais de saúde e minimizar a contaminação por vírus de outras salas. Se houver mais de uma sala de procedimento disponível, deve-se ter uma dedicada à COVID-19 e outra para os procedimentos “limpos”. Isso não garante que o “laboratório limpo” não seja contaminado a qualquer momento, mas serve para minimizar os riscos e otimizar o fluxo do paciente (especialmente para aqueles com “baixo risco de exposição”) no laboratório de hemodinâmica. É recomendável explorar com a engenharia do hospital se as salas de procedimento podem ter “pressão negativa de ar”. O entendimento do sistema de ar condicionado é importante, devido à possibilidade de expor outras partes do hospital à contaminação viral com um único procedimento. 50 5.8.1. Medidas de controle administrativo : Deve-se restringir a entrada de fornecedores, visitantes, observadores, coordenadores de pesquisa e qualquer pessoal não essencial ao laboratório de hemodinâmica na medida do possível durante a pandemia. 55 5.8.2. Abordagem ao Paciente: É importante realizar uma avaliação de risco de infeção por SARS-CoV-2 antes de submeter o paciente ao procedimento intervencionista. Recomenda-se organização para minimizar os tempos de espera nas áreas comuns do hospital antes ou depois do procedimento. 7 Todos os pacientes devem ser interrogados quanto a sintomas respiratórios, febre ou contato próximo com casos suspeitos/positivos antes de entrar na sala; também é recomendável medir a temperatura de todos os pacientes. 55 • Abordagem do paciente sem confirmação de infecção por SAR-CoV-2: Dada a situação atual e a possibilidade de tratar pacientes assintomáticos ou não diagnosticados, recomendamos medidas de proteção meticulosas. Os pacientes deverão utilizar máscara cirúrgica antes de entrar na sala. O cardiologista intervencionista deve tomar medidas de segurança que incluem a higienização adequada das mãos e o uso de avental estéril e impermeável, luvas estéreis, óculos, touca que cubra os cabelos e máscara cirúrgica. Auxiliares, enfermeiras e circulantes devem utilizar óculos, luvas, touca e máscara cirúrgica. 55 • Abordagemdo paciente com suspeita ou confirmação de infecção por SARS-CoV-2: Os procedimentos que envolvam vias aéreas e/ou manipulação esofágica devem ser considerados como de alto risco. Somente pessoal essencial deve entrar na sala e as portas permanecerão fechadas o tempo todo. Evite sair da sala com equipamento contaminado (avental, luvas, máscara) para pegar material ( stents , cateteres). Idealmente o material utilizado para o procedimento ficará fora de sala. Um circulante ficará somente fora da sala e entregará exclusivamente o material necessário para o procedimento para outro circulante que ficará somente dentro da sala. Os medicamentos devem ser preparados antes que o paciente entre na sala. O paciente usará máscara cirúrgica, que atua como uma barreira às secreções. O responsável pela transferência de um paciente com COVID-19 da maca para a mesa da sala de procedimentos deve usar EPI, incluindo bata impermeável a fluidos, touca, luvas que cobrem o pulso, óculos de proteção e máscara FFP2/N95. 56 No final da transferência, deve tirar a roupa conforme indicado abaixo, lembrando-se de nunca remover a máscara enquanto estiver dentro da sala. 55 5.8.3. Paramentação: O cardiologista intervencionista deve lavar as mãos, usar avental impermeável reforçado (se não for impermeável, é necessário adicionar um avental de plástico), luvas duplas, óculos plumbíferos ou óculos convencionais, barreira de proteção facial (escudo facial ou face shield ) e máscara de filtro de alta eficiência do tipo FFP2/ N95. 56 Os auxiliares, enfermeiros e circulantes devem utilizar luvas, touca, bata impermeável e máscara FFP2/N95. Uma máscara cirúrgica deve ser colocada sobre a máscara FFP2/ N95. É recomendável usar sapatos fechados. 56 5.8.3.1. Passo a passo para a paramentação em casos de COVID-19 suspeita ou confirmada (Figura 6) Fora de Sala • Certifique-se de não usar joias ou adereços • Recolha o cabelo (se necessário) • Coloque o avental de chumbo e o propé • Realize uma higiene adequada das mãos • Coloque a máscara FFP2/N95. As ligas devem estar nos seguintes pontos: a inferior, na parte superior do pescoço; e a superior, no topo da cabeça. Em seguida, deve-se ajustar ao nível da ponte nasal e das bochechas, para que se isole e não haja vazamentos. • Coloque a touca • Coloque a máscara cirúrgica acima da N95 • Coloque os óculos e o escudo facial • Realize desinfecção das mãos com álcool gel ou espuma • Coloque o primeiro par de luvas • Entre em sala Dentro de Sala • Coloque o avental impermeável • Coloque o segundo par de luvas 5.8.3.2. Passo a passo para se desparamentar em casos de COVID-19 suspeita ou confirmada (Figura 7) Dentro de Sala • Desinfete as luvas (externas) com álcool gel ou espuma • Remova o avental e, simultaneamente, o par de luvas externas e jogue-as no recipiente de risco biológico- infectante (não empurre o avental para dentro do recipiente para evitar o aerossol, pois ele pode estar infectado) • Desinfete as luvas (internas) com álcool gel ou espuma • Retire o gorro, o escudo facial e o propé • Retire o segundo par de luvas (internas) • Desinfete as mãos com álcool gel ou espuma • Saia de sala 122

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=