ABC | Volume 115, Nº1, Julho 2020

Artigo de Revisão Costa et al. Imagem Cardiovascular e Procedimentos Intervencionistas Arq Bras Cardiol. 2020; 115(1):111-126 avaliados no estudo ISCHEMIA, possuem evolução favorável com tratamento clínico otimizado. Vale ressaltar que, no estudo ISCHEMIA, não foram incluídos pacientes com taxa de filtração glomerular estimada abaixo de 30ml/min/1,73m 2 de área de superfície corporal, síndrome coronariana aguda recente, estenose de tronco de coronária esquerda desprotegido de pelo menos 50%, fração de ejeção do ventrículo esquerdo inferior a 35%, insuficiência cardíaca de classe funcional III/IV da NYHA e angina inaceitável, apesar do uso de terapia médica otimizada. 46 No estudo ISCHEMIA, ficou demonstrada uma maior incidência de infarto agudo do miocárdio nos pacientes com DAC estável que ficaram em tratamento conservador quando comparados aos pacientes submetidos a revascularização. No entanto, isso só ocorreu após o sexto mês de seguimento, corroborando o adiamento de procedimentos intervencionistas nesse subgrupo de pacientes. 46 5 . 4 . S í n d r ome C o r o n a r i a n a A g u d a s em Supradesnivelamento de ST (SCASSST) Primeiramente é importante ressaltar que 7-22% dos pacientes com COVID-19 apresentam quadro de injúria miocárdica com grande elevação de marcadores de necrose miocárdica, podendo corresponder a infarto agudo do miocárdio tipo 2 ou miocardite. 7,10 Deve-se tentar diferenciar infarto tipo 2 de síndrome coronariana aguda “primária”, com consideração de adiamento da estratificação invasiva no primeiro, principalmente se o paciente estiver hemodinamicamente estável. Para a maioria dos pacientes com SCASSST e suspeita de COVID-19, será possível realizar testes de diagnóstico para COVID-19 antes do cateterismo cardíaco e permitir uma decisão mais consciente sobre o controle de infecção. Pacientes com SCASSST instáveis, cuja instabilidade se deva à síndrome coronariana aguda, devem seguir fluxo de atendimento de urgência. A Figura 4 propõe um fluxograma para atendimento de casos confirmados de SCASSST de acordo com o diagnóstico de COVID-19. Agilidade na alta após revascularização provavelmente será importante em termos de maximização da disponibilidade de leitos hospitalares e redução da exposição do paciente dentro do hospital. Acompanhamento por telemedicina pode ser uma ferramenta adicional neste período em que se recomenda minimizar o deslocamento de pessoas. 47 Figura 3 – Recomendações de realização de exames de ressonância magnética cardíaca durante a pandemia de COVID-19. COVID-19: doença do coronavírus 2019; RMC: ressonância magnética cardíaca. 118

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