ABC | Volume 115, Nº1, Julho 2020

Artigo de Revisão Costa et al. Imagem Cardiovascular e Procedimentos Intervencionistas Arq Bras Cardiol. 2020; 115(1):111-126 pacientes estáveis, cujo risco ao transporte seja mínimo, além de em ambiente seguro, com respeito às regras de segurança local e com os profissionais envolvidos no transporte e na aquisição das imagens usando EPI. 16 4.1. Radiografia de Tórax A radiografia é normalmente o primeiro exame de imagem a ser realizado nos pacientes com COVID-19 pelo baixo custo e facilidade de acesso, especialmente nos hospitalizados que não podem ser transportados de forma segura. 29 Esse exame apresenta baixa sensibilidade e as alterações não são específicas para COVID-19, sendo comumente encontradas nas síndromes gripais. Observam-se consolidações (47%), opacidades de baixa densidade (33%) e derrame pleural (3%). 30 As alterações têm localização predominantemente periférica, ocorrendo commaior frequência em 10 a 12 dias. 30 Na Figura 1, encontram-se resumidos os principais achados na radiografia de tórax. 4.2. Tomografia Computadorizada do Tórax A TC é uma ferramenta auxiliar no diagnóstico, sendo a confirmação da COVID-19 baseada nos exames sorológicos ou de RT-PCR (do inglês, reverse transcriptase polymerase chain reaction ) viral. O uso da TC como screening deve ser desencorajado. 29 Os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves não devem ser submetidos a TC. Seu uso em pacientes pouco sintomáticos e sem acesso à realização dos testes de RT-PCR ou sorológicos é incerto. Nos sintomáticos graves, internados, com condições seguras para transporte, que envolvem o uso de máscara pelo paciente, a TC deve ser considerada quando há suspeita de complicações (tromboembolismo pulmonar, derrame pleural e sobreposição de infecção bacteriana). 29 A Figura 1 sumariza os achados e as recomendações para a realização da TC. O protocolo recomenda o uso de doses baixas de radiação, preferencialmente sem a administração de contraste, que deve ser reservado para indicações específicas, como para excluir tromboembolismo pulmonar. 29 A TC pode ser normal nos primeiros dias de evolução, o que não exclui o diagnóstico. A sensibilidade e a especificidade relatadas da TC para COVID-19 variam muito (60% a 98% e 25% a 53%, respectivamente), provavelmente devido à natureza retrospectiva dos estudos publicados, incluindo a falta de critérios rigorosos para diagnóstico de imagens e diferenças de procedimento para confirmar a infecção. 31 Figura 1 – Radiografia de tórax e tomografia computadorizada de tórax na COVID-19. RX, radiografia; TC, tomografia computadorizada. 115

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