ABC | Volume 114, Nº6, Junho 2020

Posicionamento Guimarães et al. Posicionamento para Ressuscitação Cardiopulmonar de Pacientes com Diagnóstico ou Suspeita de COVID-19 – 2020 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(6):1078-1087 e alarmes de pressão máxima de 60 cmH 2 O e mínima de 1 ou 0 cmH 2 O. Alarmes de volume-minuto devem permitir o máximo e o mínimo de cada aparelho. O alarme de frequência respiratória deve ser ajustado para o máximo permitido e o tempo de apneia deve ser de 60 segundos. • Os mesmos parâmetros devem ser ajustados em crianças. Avalie continuamente se o ventilador consegue manter esses parâmetros sem autodisparo pela compressão, gerando hiperventilação e aprisionamento de ar, compressões excessivas (sistematicamente acima de 60 cmH 2 O). Em crianças, pode ser necessário desconectar do ventilador; neste caso, deve-se utilizar bolsa-válvula conectado a filtro HEPA; • Alguns ventiladores apresentam a função “RCP/PCR”, que ajusta automaticamente os limites de alarme e aciona os parâmetros alinhados acima. Em ventilação mecânica, preconiza-se a instalação de filtros HEPA no circuito ventilatório após o tubo orotraqueal, e outro na via do circuito expiratório; 16,20,21 • Pinças retas fortes podem ser usadas para clampear o tubo, quando houver necessidade de mudança de circuitos/ ventiladores (bolsa-válvula-máscara para o circuito de ventilador mecânico, por exemplo), com o objetivo de minimizar a aerossolização; • Ao aplicar a desfibrilação, para segurança da equipe e do paciente, deve-se sempre preferir o uso de pás adesivas, que não demandem a necessidade de desconexão do ventilador para liberação do choque. Caso sejam usadas pás manuais para desfibrilação, deve-se liberar o choque; após, colocar o ventilador em modo stand-by e desconectar o tubo orotraqueal do ventilador, mantendo o filtro HEPA acoplado ao tubo. 7. Compressões Torácicas • Realizar as compressões torácicas de alta qualidade, garantindo: ○ Frequência das compressões de 100 a 120 compressões por minuto; ○ Em adultos, profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6 cm); ○ Em lactentes, profundidade de um terço do diâmetro anteroposterior do tórax e, em crianças, um terço do diâmetro anteroposterior do tórax ou no mínimo 5 cm. • Permitir o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima; • Minimizar interrupções das compressões; pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. Considere obter uma fração de compressão torácica a maior possível, tendo como objetivo o mínimo de 60% a 80%; • Revezar com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar cansaço e compressões de má qualidade; • Se o paciente estiver em decúbito dorsal horizontal, realizar as compressões no centro do tórax, na metade inferior do osso esterno; • Entendendo particularidades do uso de EPIs para aerossolização pelos profissionais, a alta demanda física das manobras, seu potencial de exaustão, e a necessidade de minimização da equipe presente na ressuscitação, sugere‑se o uso de dispositivos mecânicos de RCP para adultos, caso disponíveis. 8. Ressuscitação em Posição Pronada/Prona • Caso o paciente esteja em posição pronada, sem via aérea invasiva instalada, recomenda-se reposicioná-lo rapidamente em posição supina, estabelecer as manobras de RCP e, o mais breve possível, instalar a via aérea invasiva, preferencialmente por intubação orotraqueal; • Caso o paciente já esteja sob intubação orotraqueal e ventilação mecânica, recomenda-se iniciar as manobras de RCP com o paciente ainda em posição prona. O ponto de referência para posicionamento das mãos segue a projeção do mesmo lugar das compressões torácicas (T7-T10), na região interescapular (Figura 4). Recomenda-se que tentativas de retorno do paciente para posição supina sejam executadas com o máximo de segurança ao despronar, evitando a desconexão do ventilador e o risco de aerossolização. Se houver disponibilidade de pás adesivas do desfibrilador, deve–se colá-las em posição anteroposterior; 10,22,23 • Caso não existam pás adesivas, a desfibrilação deve ser tentada colocando-se a pá esternal na região dorsal e a pá Quadro 1 – Passos para setar o ventilador mecânico para ressuscitação cardiopulmonar. Modo assistido-controlado a volume ≥ 6 mL/kg peso predito Frequência respiratória ≥ 10 irpm FiO 2 100% Disparo ( trigger ) a fluxo: desligar a sensibilidade ou -15 a -20 PEEP = 0 Alarmes de volume corrente máximo e mínimo permitidos pelo equipamento Alarmes de pressão máxima de 60 cmH 2 O e mínima de 1 ou 0 cmH 2 O Alarmes de volume-minuto máximo e mínimo de cada aparelho Alarme de tempo de apneia de 60 segundos FiO 2 : fração inspirada de oxigênio; PEEP: pressão positiva expiratória final. Fonte: Arquivo dos autores. Figura 4 – Local das mãos para realização das compressões em pacientes em posição prona. 23 1083

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