ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Artigo de Revisão Costa et al. O coração e a COVID-19 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):805-816 Tabela 1 - Resumo das características clínicas dos principais estudos sobre COVID-19 Autor N Tipo Idade (anos) Comorbidades Principais achados Huang et al. 2020 17 41 Prospectivo 49 (41-58) - DM: 8 (20%) - HAS: 6 (15%) - DCV: 6 (15%) - DPOC: 1 (2%) - Câncer: 1 (2%) - 13 (32%) internação em UTI - 5 (12%) IM, sendo que 4 (31%) foram para UTI - 3 (7%) choque e 12 (29%) SDRA - Mortalidade: 6 (15%) Wang et al. 2020 30 69 Retrospectivo 42 (35-62) - HAS: 9 (13%) - DCV: 8 (12%) - DM: 7 (10%) - DPOC: 4 (6%) - Câncer: 4 (6%) - Hospitalização: 44 (65.7%) - Mortalidade: 5 (7,5%) - Pacientes com DM, HAS e DCV apresentavam mais hipoxemia (SatO 2 < 90%) - Não avaliado IM Chen et al. 2020 31 99 Retrospectivo 55 (21-82) - DCV: 40 (40%) - DM: 12 (12%) - Câncer: 1 (1%) - 57 (58%) hospitalização, 17 (17%) SDRA, 4 (4%) choque - Mortalidade: 11 (11%) - Dos óbitos, 63% tinham > 60 anos e 33% HAS Wang et al. 2020 9 138 Retrospectivo 56 (42-68) - HAS: 43 (31,2%) - DCV: 20 (14,5%) - DM: 14 (10,1%) - Câncer: 10 (7,2%) - AVC: 7 (5,1%) - 36 (26%) internação em UTI, prevalência elevada de fatores de risco - 12 (8,7%) choque, 23 (16,7%) arritmias, 27 (19,6%) SDRA e 10 (7,2%) IM - Mortalidade: 6 (4,3%) Zhang et al. 2020 29 140 Retrospectivo 57 (20–83) - HAS: 42 (30%) - DM: 17 (12,1%) - DAC: 7 (5%) - Arritmias:5(3,6%) - Comparando grupo grave x não grave: mediana idade 64 vs 51.5, p < 0,001 comorbidades 79,3% vs 53,7%, p =0,002 dímero-D 0,4 vs 0,2, p<0,001 Guo et al. 2020 10 187 Retrospectivo 58,5 (±14,7) - HAS: 61 (32,6%) - DAC: 21 (11,2%) - IC: 8 (4,3%) - DM: 28 (15%) - DPOC: 4 (2,1%) - Câncer: 13 (7%) - 52 (27,8%) IM - Comparando tropo nl x tropo elevada: HAS 27% vs 63,5%, p 0.001 DAC 3% vs 32,7%, p <0.001 IC 0% vs 15,4%, p <0,001 - 43 mortes, sendo 31 (59,6%) no grupo IM - Mortalidade: 13,3% DCV sem IM e 69,4% DCV com IM Zhou et al 2020 12 191 Retrospectivo 56 (46-67) - HAS: 58 (30%) - DM: 36 (19%) - DAC: 15 (8%) - DPOC: 6 (3%) - Câncer: 2(1%) - IM: 24/145 (17%), mais elevada em pacientes que evoluíram a óbito (22,2 [5,6-83,1] vs 3,0 [1,1-5,5], p <0,001) - IC 44 (23%), choque 38 (20%), SDRA 59 (31%) - 54 (28%) óbitos, 67% com comorbidades Shi et al. 2020 11 416 Prospectivo 64 (21-95) - HAS: 127 (30.5%) - DM: 60 (14,4%) - DAC: 44 (10,6%) - AVC: 22 (5,3%) - IC: 17 (4,1%) - Câncer: 9 (2,2%) - 82 (19,7%) IM - Prevalência alta de HAS, DM, DAC e IC nos pacientes com IM - IM esteve relacionada com maior mortalidade:  (42 de 82 [51,2%] vs 15 de 334 [4,5%]; p<0,001) - IM esteve associada com SDRA: (48 de 82 [58,5%] vs 49 de 334 [14,7%]; p<0,001) Guan et al. 2020 32 1099 Retrospectivo 47 (35-58) - DPOC: 12 (1,1%) - DM: 81 (7,4%) - HAS: 165 (15%) - DAC: 27 (2,5%) - AVC: 15 (1,4%) - Câncer: 10 (0,9%) - Os pacientes graves: HAS 41 (23,7%) - Elevação de CK-MB 90/657 (13,7%) - 12 (1,1%) choque, 37 (3,4%) SDRA, 1029 (93,6%) hospitalizações, 55 (5%) admissão em UTI - Mortalidade: 15 (1,4%) DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial; DCV: doença cardiovascular; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; AVC: acidente vascular cerebral; DAC: doença arterial coronariana; IC: insuficiência cardíaca; IM: injúria miocárdica; nl; normal; tropo: troponina; SDRA: síndrome do desconforto respiratório; UTI: unidade de terapia intensiva. Algoritmo de avaliação do sistema cardiovascular Apesar de não haver recomendações formais sobre a avaliação cardiovascular do paciente com infecção suspeita ou confirmada por SARS-CoV-2, acredita-se que seja benéfica em: a) pacientes que tenham DCV preexistente ou fatores de risco cardiovasculares; b) pacientes que apresentem sinais e sintomas cardiovasculares (dispneia, choque, dor precordial, alteração eletrocardiográfica ou aumento de área cardíaca); c) presença de alteração em biomarcadores como dímero-D, troponina, NT-proBNP e ferritina; e d) pacientes com necessidade de internação. Aqueles com DCV são mais propensos a sofrer injúria miocárdica após infecção por SARS- CoV-2 e apresentam maior risco de morte. 10 O cardiologista deve fazer parte do time de cuidado do paciente crítico, provendo auxílio na discussão dos casos e no tratamento. 809

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