ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):943-987 Diretrizes Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020 Sumário 1. Introdução ...........................................................................................946 1.1. Classes (Graus) de Recomendação ...................................................947 1.2. Níveis de Evidência ...........................................................................947 2. Estrutura de um Programa de Reabilitação Cardiovascular .................947 2.1. Equipe e Responsabilidades dos Profissionais ..................................947 2.1.1. Médico Assistente .........................................................................947 2.1.2. Médico-líder no Programa de Reabilitação Cardiovascular .........947 2.1.3. Outros Profissionais .....................................................................947 2.1.4. Fisioterapeutas e Profissionais de Educação Física ......................947 2.1.5. Profissional de Enfermagem .........................................................947 2.2. Estrutura Física de um Serviço de Reabilitação ................................948 2.2.1. Aspectos Gerais ............................................................................948 2.2.2. Equipamentos para a Prática de Exercícios Físicos ......................948 2.2.2.1. Exercícios Aeróbicos ..................................................................948 2.2.2.2. Exercícios de Fortalecimento Muscular .....................................948 2.2.2.3. Outros Exercícios .......................................................................948 2.2.3. Monitoramento .............................................................................948 2.2.4. Segurança .....................................................................................948 3. Fases da Reabilitação Cardiovascular e Estratificação de Risco ...........949 3.1. Risco Clínico Alto ..............................................................................949 3.2. Risco Clínico Intermediário ...............................................................950 3.3. Risco Clínico Baixo ............................................................................951 4. Custo-efetividade da Reabilitação Cardiovascular ................................952 5. Reabilitação Cardiovascular Domiciliar ................................................953 6. Reabilitação Cardiovascular Integrando o Tratamento Clínico Pleno das Doenças Cardiovasculares .......................................................................953 6.1. Recomendações Gerais para Incremento da Atividade Física e Prática de Exercícios Físicos ................................................................................954 6.2. Hipertensão Arterial Sistêmica .........................................................955 6.2.1. Benefícios Terapêuticos dos Exercícios Físicos .............................955 6.2.2. Indicações de Exercícios Físicos na Hipertensão Arterial Sistêmica ....................................................................................956 6.2.3. Avaliação Pré-participação ...........................................................956 6.2.4. Particularidades na Prescrição e no Acompanhamento dos Exercícios Físicos ....................................................................................957 6.3. Coronariopatia Estável após Evento Agudo ou Revascularizações .....957 6.3.1. Benefícios Terapêuticos dos Exercícios Físicos .............................958 6.3.2. Quando Indicar Reabilitação ........................................................958 6.3.3. Avaliação Pré-participação e Prescrição de Exercícios .................959 6.3.4. Particularidades na Prescrição e Acompanhamento dos Exercícios Físicos ....................................................................................960 6.3.4.1. Angina Refratária .......................................................................960 6.3.4.2. Treinamento com Indução de Isquemia Miocárdica ..................960 6.3.4.3. Ajustes de Fármacos Diante da Assimilação do Treinamento Físico ..................................................................................960 6.4. Insuficiência Cardíaca .......................................................................961 6.4.1. Prescrição dos Exercícios Físicos e Avaliação Pré-participação ....961 6.4.2. Considerações Finais sobre a Insuficiência Cardíaca ...................963 6.5. Transplante Cardíaco ........................................................................963 6.5.1. Benefícios dos Exercícios Físicos ..................................................963 6.5.2. Avaliação Pré-participação e Particularidades ..............................964 6.5.3. Prescrição do Treinamento Físico .................................................964 6.5.4. Reabilitação Cardiovascular Domiciliar .......................................965 6.5.5. Recomendações ............................................................................965 6.6. Miocardiopatias ................................................................................966 6.6.1. Miocardiopatia Hipertrófica .........................................................966 6.6.1.1. Benefícios Terapêuticos do Exercício Físico ...............................966 6.6.1.2. Quando Indicar Exercícios Físicos .............................................967 6.6.1.3. Avaliação Pré-participação .........................................................967 6.6.1.4. Particularidades na Prescrição e no Acompanhamento dos Exercícios Físicos .....................................................................................968 6.6.2. Miocardite .....................................................................................968 6.6.3. Outras Miocardiopatias ................................................................969 6.6.3.1. Cardiomiopatia Arritmogênica do Ventrículo Direito ................969 6.6.3.2. Miocardiopatia Não Compactada ..............................................969 6.7. Valvopatias .......................................................................................970 6.7.1. Fase Pré-intervenção .....................................................................970 6.7.2. Fase Pós-intervenção ....................................................................970 6.7.3. Avaliação Pré-participação ...........................................................970 6.7.4. Particularidades na Prescrição e no Acompanhamento dos Exercícios Físicos ....................................................................................971 6.8. Portadores de Marcapasso ou Cardioversor Desfibrilador Implantável .........................................................................971 6.8.1. Benefícios Terapêuticos dos Exercícios Físicos .............................972 6.8.2. Quando Indicar Reabilitação Cardiovascular ...............................973 6.8.3. Avaliação Pré-participação ...........................................................973 6.8.4. Particularidades na Prescrição e no Acompanhamento dos Exercícios Físicos ....................................................................................973 6.8.5. Treinamento Resistido ..................................................................974 6.8.6. Estimulação Elétrica Neuromuscular ............................................974 6.9. Doença Arterial Obstrutiva Periférica ................................................975 Referências .............................................................................................977 1. Introdução Está cientificamente comprovado, sendo algo incorporado ao senso comum, que ser fisicamente ativo contribui para preservar e recuperar a boa saúde do corpo e da mente. Os efeitos favoráveis da reabilitação cardiovascular (RCV) com ênfase nos exercícios físicos têm sido consistentemente documentados, inclusive emmeta-análises de estudos clínicos randomizados, que demonstram significativas reduções da morbimortalidade cardiovascular e global, 1 bem como da taxa de hospitalização, 1,2 com expressivo ganho de qualidade de vida, 1,2 justificando a sua consensual e enfática recomendação pelas principais sociedades médicas mundiais. 3-6 O sedentarismo, que apresenta elevada prevalência no Brasil e no mundo, está fortemente relacionado às doenças cardiovasculares (DCV) e à mortalidade precoce. 7,8 Em contrapartida, maiores volumes de atividade física são positivamente associados à melhor qualidade e à maior expectativa de vida, 9-13 existindo uma forte e inversa associação dos diferentes componentes da aptidão física com a mortalidade por todas as causas e com a ocorrência de eventos cardiovasculares desfavoráveis. Ou seja, quanto menor o nível de aptidão física, maior tende ser a taxa de mortalidade. 14-21 Portanto, o principal objetivo da RCV com ênfase nos exercícios físicos é propiciar uma melhora dos componentes da aptidão física, tanto aeróbico quanto não aeróbicos (força/ potência muscular, flexibilidade, equilíbrio), algo que exige a combinação de diferentes modalidades de treinamento. Assim, a RCV deve proporcionar os mais elevados níveis de aptidão física passíveis de obtenção, de modo a reduzir o risco de eventos cardiovasculares e promover todos os outros benefícios a serem auferidos pela prática regular de exercícios físicos, culminando com a redução da mortalidade geral. 14-21 Entretanto, apesar dos benefícios documentados e do excelente significado em termos de custo-efetividade, 22,23 a RCV é mundialmente subutilizada. No Brasil, país de dimensão continental e grande diversidade social e econômica, dentre as inúmeras barreiras ao acesso à RCV, 24,25 vale destacar como algo presente em praticamente todas as regiões: escassez de 946

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