ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Posicionamento Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez e Planejamento Familiar na Mulher Portadora de Cardiopatia – 2020 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):849-942 Tabela 45 – Variáveis Preditivas de Eventos Maternos e Escore de Risco do Estudo CARPREG 1. Evento cardíaco prévio (IC, ataque isquêmico transitório, acidente vascular pulmonar prévio à gestação ou arritmia) 2. CF NYHA > II ou cianose 3. Obstrução do coração esquerdo (área mitral < 2 cm 2 , área valvar aórtica < 1,5 cm 2 , gradiente pico na via de saída de ventrículo esquerdo > 30 mmHg) 4. Função sistólica ventricular reduzida (< 40%) Escore de risco CARPREG (cada variável soma 1 ponto): • pontos – 5% de risco • 1 ponto – 27% de risco • Mais de 1 ponto – 75% de risco CF: classe funcional; IC: insuficiência cardíaca; NYHA: New York Heart Association. Tabela 46 – Variáveis Preditivas de Risco Materno do Estudo ZAHARA História de arritmia antes da gestação – 1,5 pontos IC com CF NYHA > II – 0,75 pontos Obstrução de coração esquerdo (estenose de valva aórtica com gradiente pico > 50 mmHg ou área valvar < 1cm 2 ) – 2,5 pontos Prótese valvar mecânica – 4,25 pontos Regurgitação de valva atrioventricular sistêmica de moderada a grave (possivelmente por disfunção ventricular) – 0,75 pontos Regurgitação de valva atrioventricular subpulmonar de moderada a grave (possivelmente por disfunção ventricular) – 0,75 pontos Uso de medicação cardiovascular antes da gestação – 1,5 pontos Doença cardíaca cianogênica reparada ou não reparada – 1 ponto Score de risco ZAHARA : 0 a 0,5 – 2,9% de risco 0,51 a 1,5 – 7,5% de risco 1,51 a 2,5 – 17,5% de risco 2,51 a 3,5 – 43,1% de risco > 3,5 – 70% de risco CF: classe funcional; IC: insuficiência cardíaca; NYHA: New York Heart Association. mortalidade. Esse estudo também mostrou diferenças entre países desenvolvidos e emergentes quanto às características das cardiopatias e aos índices de complicações que podem levar a distorções na interpretação do escore de risco. As Diretrizes da ESC 52 sugerem utilização da classificação da OMS modificada para estabelecimento do risco materno. O Posicionamento da SBC-2020 considera a classificação da OMS como mais aceita e deve ser aplicada para a estratificação do risco das cardiopatias para a gravidez. Vale considerar que fatores complicadores esperados na história natural das cardiopatias tais como arritmias complexas, antecedentes de IC, tromboembolismo ou EI, modificam a pontuação de risco materno. Os recursos de atendimento e distinção da equipe multidisciplinar especializada também devem ser considerados e individualizados no aconselhamento à gestação. A Diretriz da ESC 52 acrescentou as doenças de aorta associadas a síndrome de Turner (tamanho de aorta indexado de 25 mm/m 2 ); tetralogia de Fallot (diâmetro de aorta > 50 mm), síndrome vascular de Ehlers-Danlos; e circulação de Fontan complicada, no risco IV-OMS. 6.1.1. Pontos-chaves e Recomendações • O planejamento familiar é essencial para a portadora de cardiopatia tanto na estratificação de risco à gravidez como na escolha da anticoncepção; • As variáveis preditivas de risco devem ser definidas antes da gestação; • A classificação de risco elaborada pela OMS é, no momento, a mais aceita; • Os recursos de atendimento e a disponibilidade da equipe multidisciplinar especializada devem ser considerados no aconselhamento da gravidez. 6.2. Contracepção Não Paciente com Doença Cardiovascular 6.2.1. Diferentes Métodos Anticoncepcionais Contracepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É um recurso de planejamento familiar para a constituição de prole desejada e programada de modo consciente. Atualmente, são conhecidas inúmeras estratégias 924

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