ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Artigo Original Ribeiro Junior e Fernandes Efeito cumulativo da atividade física na Hipertensão Arterial Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):755-761 como a HA é um agravo crônico, cuja terapêutica assegura seu controle, mas não a cura, é possível que esse tipo de viés esteja minimizado, sendo o corte transversal uma opção adequada de delineamento de estudo. A população do estudo é composta predominantemente por jovens trabalhadores, mas os resultados obtidos e descritos de prevalência de hipertensão para as diferentes faixas etárias permitem comparação com outras populações, desde que observada cada faixa de idade. Conclusão Neste estudo, evidenciou-se que o menor volume de movimento nas diversas dimensões da AF foi um fator associado à HA nessa população. Visto que outros estudos demonstram linha semelhante de evidências, os resultados do presente estudo podem ser considerados válidos. A partir destes, considerou-se que a investigação da AF, fator modificável na ocorrência da HA, não pode prescindir da abordagem das suas diferentes dimensões, sob pena de implicar em erro metodológico ao classificar sujeitos ativos no trabalho ou no ambiente doméstico como inativos, ao se basear apenas na dimensão do lazer. Devem ser planejadas intervenções no ambiente ocupacional, objetivando ouvir dos trabalhadores o significado da HA para eles próprios, dando acesso aos resultados de pesquisas, a fimde estimular mudanças de hábitos e a ampliação do protagonismo dos trabalhadores na definição do lazer ativo, além de dar visibilidade à importância da AFO. Novas investigações devem aprimorar o estudo da AF, a fim de trazer novas evidências sobre seu papel na HA. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa e análise estatística: Ribeiro Junior UES, Fernandes RCP; Obtenção de dados e Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: FernandesRCP; Análise e interpretação dos dados e redação do manuscrito: Ribeiro Junior UES. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Uelito Everaldo Souza Ribeiro Junior pelaUniversidade Federal da Bahia. 1. Brasil.MinistériodaSaúde.SecretariadeVigilânciaemSaúde.VigitelBrasil2016. Brasília;2017. 2. Malachias MVB, SouzaWKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3 Supl 3):1-83. 3. Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the AmericanCollegeofSportsMedicineandtheAmericanHeartAssociation.Med Sci Sports Exerc. 2007;39(8):1423-34. 4. Caspersen CJ, Powell K, Christenson GM. Physical activity , exercise , and physical fitness : definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985;100(2):126-31. 5. WorldHealthOrganization.(WHO).Globalstatusreportonnoncommunicable diseases 2014. Geneva; 2014. 6. World Health Organization.(WHO) Non Communicable Diseases Progress Monitor 2017. Geneva; 2017. 7. TuriBC,CodognoJS,FernandesRA,SuiX,LavieCJ,BlairSN,etal.Accumulation ofdomain-specificphysicalinactivityandpresenceofhypertensioninBrazilian PublicHealthcare System. J Phys Act Health. 2015;12(11):1508-12. 8. MedinaC,JanssenI,BarqueraS,Bautista-ArredondoS,GonzálezME,González C. Occupational and leisure time physical inactivity and the risk of type II diabetes and hypertension amongMexican adults: a prospective cohort study. Sci Rep. 2018;8(1):5399. 9. Morris JN, Raffle PA. Coronary heart disease in transport workers; a progress report. Br J IndMed. 1954;11(4):260-4. 10. LoweCR.Arterialpressure,physique,andoccupation.BrJPrevSocMed.1964 Jul;18:115–24. 11. Lamy S, De Gaudemaris R, Lepage B, Sobaszek A, Caroly S, Kelly-Irving M, et al. Psychosocial and organizational work factors and incidence of arterial hypertension among female healthcare workers: results of theOrganisation des Soins et Santé des Soignants cohort. J Hypertens. 2014;32(6):1229-36. 12. Coenen P, Huysmans MA, Holtermann A, Krause N, van Mechelen W, Straker LM, et al. Do highly physically active workers die early? A systematic review with meta-analysis of data from 193 696 participants. Br J Sports Med. 2018;52(20):1320-6. 13. Hallman DM, Jørgensen MB, Holtermann A. On the health paradox of occupational and leisure-Time physical activity using objective measurements: effects on autonomic imbalance. PLoS One. 2017;12(5):e0177042. 14. Korshøj M, Clays E, Lidegaard M, Skotte JH, Holtermann A, Krustrup P, et al. Is aerobic workload positively related to ambulatory blood pressure? A cross-sectional field study among cleaners. Eur J Appl Physiol. 2016;116(1):145-52. 15. Araújo TM, Karasek R. Validity and reliability of the job content questionnaire in formal and informal jobs in Brazil. Scand J Work Environ Health. 2008;(6):52-9. 16. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e SíndromeMetabólica. Diretrizes Brasileiras de obesidade/ABESO2016. 4.ed. São Paulo: ABESO; 2016;4:1-188. 17. Coutinho LMS, Scazufca M, Menezes PR. Methods for estimating prevalence ratios in cross-sectional studies. Rev Saude Publica. 2008;42(6):992-8. 18. Rothman KJ. Six persistent research misconceptions. J Gen Intern Med. 2014;29(7):1060-4. 19. Rothman KJ, Greenland S, Lash TL. Modern Epidemiology. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2013. 20. Lessa Í, Magalhães L, AraújoMJ, Almeida Filho N, Aquino E, OliveiraMMC. Arterial hypertension in the adult population of Salvador (BA) - Brazil. Arq Bras Cardiol. 2006;87(6):683-92. Referências 760

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=