ABC | Volume 114, Nº5, Maio 2020

Posicionamento Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez e Planejamento Familiar na Mulher Portadora de Cardiopatia – 2020 Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):849-942 3.6.5.7. Pontos-chaves • Avaliação sorológica é recomendada para todas as gestantes com epidemiologia positiva; • O risco para a gestação depende da forma clínica da doença de Chagas; • Gravidez pode propiciar a reativação da doença; • O aleitamento não deve ser desaconselhado; • Tratamento antiparasitário está contraindicado durante a gestação e o aleitamento; • A indicação do tipo de parto é obstétrica. 4. Síndrome Hipertensiva da Gestação 4.1. Introdução A síndrome hipertensiva na gestação é considerada um grave problema de saúde pública, com expressiva taxa de morbimortalidade materna e fetal, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. É a complicação médica mais comum da gestação e afeta 5 a 10% das gravidezes em todo o mundo. A pré-eclâmpsia ocorre em aproximadamente 3% de todas as gravidezes nos Estados Unidos, sendo responsável por 9% das mortes maternas, 264 com aumento de 25% em incidência nas últimas duas décadas. Há registro de aumento da proporção de mulheres com pré-eclâmpsia nos últimos anos na ordem de 2,2%, em 2009, para 5,58% em 2013, sendo que, ao longo dos últimos cinco anos, 22,5% experimentaram uma complicação em geral grave. 265 Embora pesquisas tenham evoluído na área das síndromes hipertensivas na gestação, sua etiologia permanece desconhecida. Inúmeros são os desafios metodológicos das pesquisas em relação à pré-eclâmpsia, como definições da hipertensão na gravidez, níveis de gravidade e fisiopatologia. Esses dados provavelmente interferem nas pesquisas e nos desfechos, justificando as recomendações a seguir. Figura 7 – Fluxograma para abordagem da infecção por Trypanosoma cruzi Não binômio mãe/filho. ELISA: Enzyme Linked ImmunosorbentAssay; HAI: hemaglutinação indireta; IFI: imunofluorescência indireta. Adaptada de: II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas. 259 Gestantes procedentes ou residentes em área endêmica para doença de Chagas Pré-natal habitual/rotina Encaminhar a mãe para controle médico da doença e avaliação do tratamento Realizar sorologia anti- T. cruzi nos demais filhos (se houver) Investigar infecção por T. cruzi no recém-nascido Encaminhar para pré-natal de alto risco - avaliar comprometimento da gestante (avaliação clínica e ECG) b,c No momento do parto No período do pós-parto Ausência de alterações clínicas sugestivas de infecção congênita Presença de alterações clínicas sugestivas de infecção congênita Pesquisa positiva Pesquisa de T. cruzi novamente (1 semana pós-nascimento) Pesquisa positiva Confirmada infecção congênita por T. cruzi (segundo fluxograma para diagnóstico a ) Descartada infecção congênita por T. cruzi (segundo fluxograma para diagnóstico a ) Tratamento da infecção por T. cruzi . Pesquisa negativa Investigar outras causas de infecção congênita Sorologia da criança (2 testes após os 9 meses de vida) e Pesquisa negativa sem alterações clínicas Pesquisa negativa com alterações clínicas Pesquisa por T. cruzi d Confirmada infecção por T. cruzi (segundo fluxograma para diagnóstico) a Descartada infecção por T. cruzi (segundo fluxograma para diagnóstico) a,b 1ª consulta pré-natal Dois testes sorológicos a anti- T. cruzi na gestante – métodos diferentes [ELISA/IFI/HAI] 895

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=