ABC | Volume 114, Nº4, Abril 2020

Artigo Original Mejia et al Qualidade, a nova era na cirurgia cardiovascular Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):603-612 Limitações Podemos citar 3 limitações do presente estudo: 1) Trata-se de um estudo unicêntrico e retrospectivo, o que dificulta a generalização dos resultados. No entanto, o grande volume cirúrgico e a existência de um registro institucional, que se aperfeiçoa com o tempo, minimizam esse viés. 2) A falta de estratificação dos pacientes em função do risco dificulta entender se a diminuição namortalidade cirúrgica estariamais relacionada com uma maior proporção de pacientes de baixo risco. Foi feita uma subanálise dos períodos mais recentes, de 2013 até 2019, e encontramos diminuição significativa da mortalidade, sem diferenças no volume cirúgico e no risco estimado pelo EuroSCORE II. 3) O PMCQ se consolidou em 2016, mas ações de melhoria remontam ao ano de 2007. De fato, ações isoladas vêm ocorrendo desde 2007, mas a formulação e estruturação do PMCQ foram estabelecidas entre 2015 e 2016. Na prática, podemos dizer que o pacote de ações convergiu em 2016, o que explica a redução da mortalidade para todos os grupos. Conclusão Embora haja uma tendência recente ao aumento dos volumes cirúrgicos, exceto no tocante à CRM, ficou clara a redução significativa da mortalidade cirúrgica geral e nos grupos analisados. A consolidação do PMCQ do InCor esteve associada à diminuição progressiva da mortalidade cirúrgica, o que corrobora as evidências, independente do cenário ou região. Após a consolidação do PMCQ, as taxas de mortalidade se aproximaram a dos padrões internacionais. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Mejia OAV, Lisboa LAF, Jatene FB; Obtenção de dados: Mejia OAV, Lisboa LAF, Arita ET; Análise e interpretação dos dados: Mejia OAV, Lisboa LAF, Caneo LF, Brandão CMA, Dias RR, Costa R, Jatene MB, Pomerantzeff PMA, Dallan LAO, Jatene FB; Análise estatística e Redação do manuscrito: Mejia OAV; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Lisboa LAF, Caneo LF, Arita ET, Brandão CMA, Dias RR, Costa R, Jatene MB, Pomerantzeff PMA, Dallan LAO, Jatene FB. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Não há vinculação deste estudo a programas de pós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores. 1. D’AgostinoRS, Jacobs JP,BadhwarV,FernandezFG,PaoneG,WormuthDW, etal.TheSocietyofThoracicSurgeonsAdultCardiacSurgeryDatabase:2019 Update on Outcomes andQuality. Ann Thorac Surg. 2019;107(1):24-32. 2. Grover FL, Shroyer AL, Hammermeister K, Edwards FH, Ferguson TB Jr, Dziuban SW Jr, et al. A decade’s experience with quality improvement in cardiac surgery using the Veterans Affairs and Society of Thoracic Surgeons national databases. Ann Surg. 2001;234(4):464-74. 3. Ribeiro AL, Gagliardi SP, Nogueira JL, Silveira LM, Colosimo EA, Lopes do Nascimento CA. Mortality related to cardiac surgery in Brazil, 2000-2003. J Thorac Cardiovasc Surg. 2006;131(4):907-9. 4. MejíaOA, Lisboa LA, Dallan LA, Pomerantzeff PM, Moreira LF, Jatene FB, et al. Validation of the 2000 Bernstein-Parsonnet and EuroSCORE at theHeart Institute - USP. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2012;27(2):187-94. 5. Mejía OA, Lisboa LA, Puig LB, Moreira LF, Dallan LA, Pomerantzeff PM, et al. 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