ABC | Volume 114, Nº4, Abril 2020

Artigo Original Mejia et al Qualidade, a nova era na cirurgia cardiovascular Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):603-612 7) avaliação da causa de mortalidade cirúrgica através do POCMA (Phase of Care Mortality Analysis); 8) solicitação de métricas de melhoria da qualidade para cada área envolvida no cuidado; 9) desenvolvimento de Pesquisas em Qualidade e Segurança; 10) precisão na indicação e no momento cirúrgico dos pacientes da urgência/emergência. Análise estatística No caso da taxa de mortalidade observada, os períodos foram comparados por meio do teste bicaudal para comparação das proporções. No ano de 2019, o segundo semestre apresentou a mesma quantidade de cirurgias e de mortes médias em relação ao primeiro semestre de 2019. Nos anos de 1984 a 2007, para o grupo Arritmias, apenas a média anual da quantidade de cirurgias de cada período havia sido disponibilizada. Consequentemente, consideramos que a quantidade em cada ano era igual a média do período, para o calculo do valor do p. Para a variável de quantidade de cirurgias, foi utilizado o teste bicaudal de Mann-Whitney. O nível de significância estabelecido foi de 0,05. O software R versão 3.5.3 foi utilizado para a realização das análises e dos gráficos. Também foi utilizado o software Excel para consolidar a base original. Ética e Termo de Consentimento Este projeto foi realizado dentro da UCQSP, coma aprovação da direção do hospital, como um estudo sobre melhoria da qualidade. Foi um estudo embanco de dados sem identificação de pacientes. Portanto, o termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes foi dispensado. Resultados Foram realizadas 105.599 CCVs, com uma média anual de 2.964 procedimentos e mortalidade de 5,63%. Na análise do volume total, houve um aumento de 32,5% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,001) e de 35,3% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0001). Houve uma queda de 22,7% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0006) e um aumento discreto de 6,7% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,3677). Em relação à CRM, houve um acréscimo de 18,3% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,0145) e de 9,2% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0293). Houve um decréscimo de 42,3% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0002) e de 6,4% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,2141). Nas cirurgias valvares, houve um aumento de 8,5% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,1471), e de 37,6% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0001). Esse incremento diminuiu na mesma proporção entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0009). No entanto, houve um aumento de 24,9% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,2019). Nas cirurgias congênitas, houve um incremento de 23,4% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,0020) e de 37,8% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0077). Houve uma queda de 22,7% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0312) e um aumento de 16,1% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,1250). Nas cirurgias de arritmia, houve umaumento de 154,6%entre o 1º e 2º períodos (p = 0,0001), 68% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0001), 12,6% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0084) e 1,6% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,8081) (Tabela 1). Na análise da mortalidade total, embora tenha havido uma diminuição da mortalidade de 1% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,0001), houve um aumento de 0,1% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,5227), e de 2,9% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0001). Contudo, houve uma diminuição de 2,8% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,0001), o que se traduziu numa queda de 0,8% entre o 1º e 5º períodos (0,0051). Em relação à CRM, embora tenha havido uma queda da mortalidade de 0,1% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,7088), houve aumento de 0,5% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,1072), e de 1% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0121). Não obstante, houve uma diminuição de 2,6% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,0001), chegando a uma redução de 1,3% entre o 1º e 5º período (p = 0,0092). Nas cirurgias das cardiopatias valvares, houve umaumento da mortalidade de 0,3% entre o 1º e 2º períodos (p = 0,6693), de 0,5% entre o 2º e 3º períodos (p=0,4174) e de 5,5% entre o 3º e 4º períodos (p=0,0001). No entanto, houve uma diminuição de 6,5% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,0001), finalizando com uma queda de 0,2% entre o 1º e 5º períodos (p = 0,8946). Nas cirurgias congênitas, houve uma queda damortalidade de 0,9% entre o 1º e 2º períodos (p=0,1993) e de 2,7% entre o 2º e 3º períodos (p = 0,0001). Embora tenha havido um aumento da mortalidade de 6,9% entre o 3º e 4º períodos (p = 0,0001), houve diminuição de 2,5%entre o 4º e 5º períodos (p=0,0017). Quando comparamos o 1º e 5º períodos, houve aumento da mortalidade de 0,7% (p = 0,3943). Nas cirurgias de arritmia, houve uma diminuição da mortalidade de 1,2% entre o 4º e 5º períodos (p = 0,0001). Nós não conseguimos recuperar com exatidão os dados sobre a mortalidade das cirurgias de arritmia dos períodos 1, 2 e 3. (Tabela 2) Os gráficos do volume e da mortalidade global, coronária, valvar e congênita em >35 anos do InCor podem ser vistos nas Figuras 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Adicionalmente, fornecemos o volume (Tabela 3) e a mortalidade anual (Figura 5) dos procedimentos mais complexos emais realizados na cirurgia cardiovacular desde 2008: Dissecção Aguda da Aorta, Congênitas, CRM Isolada, CRM+ Valva, Valva Aórtica, Valva Mitral, e Valva Aórtica + Valva Mitral. Para fins didáticos, decidimos comparar estes procedimentos também nos períodos 4 e 5. Assim, na Disseção Aguda da Aorta, o volume anual médio aumentou 66% (p = 0,1060) e a mortalidade caiu 11,2% (p = 0,0016). Na CRM + Valva o volume anual médio caiu 22,4% (p = 0,1481) e a mortalidade caiu 12,1% (p = 0,0001). Na cirurgia da Valva Mitral, o volume anual médio aumentou 34,1% (p = 0,1535) e a mortalidade caiu 6,4% (p < 0,0001). Na cirurgia da Valva Aórtica, o volume anual médio aumentou 14,6% (p = 0,1481) e a mortalidade caiu 6,7% (p < 0,0001). Na Cirurgia da Valva Mitral + Valvar Aórtica, o volume anual médio aumentou 22% (p = 0,2688) e a mortalidade caiu 11,9% (p < 0,0001) (Figura 5). Analisamos também dois procedimentos considerados o estado da arte na cirurgia cardiovascular: a CRM sem 605

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