ABC | Volume 114, Nº4, Abril 2020

Ponto de Vista Ferreira et al. Tendências de busca por anticoagulantes e AVC Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):726-729 políticas são desenvolvidas para a redução das taxas de analfabetismo, as tendências de busca se tornarão cada vez mais correlacionados a padrões diários de comportamento. Conclusão O progressivo crescimento da população mundial tem demandado o desenvolvimento de novos mecanismos para monitorar mudanças epidemiológicas tanto nas tendências de tratamento como nos padrões de doença. Nesse contexto, a Internet tornou-se uma ferramenta valiosa para reunir informações na tomada de decisão diária, particularmente no cuidado à saúde, em que a análise crítica dos dados coletados também é de suma importância. Nos últimos dez anos, o aumento em experiência clínica com AODs em pacientes com FA foi acompanhado por um aumento global significativo na popularidade dessas drogas em sistemas de busca na Internet. Esse fenômeno parece também estar ocorrendo em países de renda média, tal como o Brasil. No entanto, a associação entre tendências de buscas na rede e desfechos clínicos continua uma área pouco estudada. Existe a possibilidade de que a eficácia de políticas de saúde e intervenções em grande escala, tais como campanhas de vacinação, possam ser monitoradas por dados de busca online, principalmente em regiões onde a maioria da população tem acesso à Internet. Áreas específicas da medicina onde essa estratégia possa ser valiosa precisam ser determinadas e exploradas em estudos futuros. Agradecimentos Este estudo recebeu o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto do Coração Edson Saad. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação do manuscrito e revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Ferreira RM, Pinheiro IC, Rocha JRF; Obtenção de dados e análise estatística: Ferreira RM. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohávinculaçãodesteestudoaprogramasdepós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores. 1. Katz D, Maddox T, Turakhia M, Gehi A, O’Brien E, Lubitz S, et al. Contemporary Trends inOral Anticoagulant Prescription in Atrial Fibrillation Patients at Low toModerate Risk of Stroke After Guideline-Recommended Change in Use of the CHADS 2 to the CHA 2 DS 2 -VASc Score for Thromboembolic Risk Assessment. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2017;10(5):e003476. 2. Kirchhof P, Benussi S, Kotecha D, Ahlsson A, Atar D, Casadei B et al. 2016 ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation developed in collaboration with EACTS. Eur Heart J. 2016;37(38):2893-962. 3. Buckingham T, Hatala R. 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