ABC | Volume 114, Nº1, Janeiro 2020

Artigo Original Aimole e Miranda Manejo do IAMCSST por médico recém-formado Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):35-44 para a terapia de reperfusão esta indicada mesmo na ausência de vagas hospitalares. Concordamos que algumas diferenças podem ser observadas de acordo com a organização da linha de cuidado do IAMCSST em cada localidade brasileira, como, por exemplo, a disponibilização de fibrinolíticos em algumas destas UPAs. Neste caso, sugerimos que o item Reconhece a necessidade de transferência imediata para terapia de reperfusão deveria ser desmembrado em dois subitens: administra o fibrinolítico e solicita a transferência imediata para um hospital, pois de qualquer maneira, este paciente deverá ser transferido para um centro com possibilidade de realização de intervenção coronariana, 19 e de fato, nenhuma UPA em nosso país disponibiliza este recurso. Quarto, em relação a lista de checagem, a medicação heparina não foi incluída na mesma. Este fato ocorreu porque durante o atendimento inicial em uma UPA não se sabe para qual estratégia de reperfusão o paciente será encaminhado (fibrinolítico ou angioplastia primária) e dependendo da estratégia alocada o tipo de heparina e a dose preconizada como primeira opção são diferentes e na maioria das vezes, esta medicação é postergada para ser administrada no serviço hospitalar onde a terapia de reperfusão será executada. Apesar de fazer parte do tratamento, os medicamentos, betabloqueador, estatina e inibidor da enzina conversora de angiotensina, não foram incluídos, pois estas medicações não precisam ser prescritas de imediato e poderão ser introduzidas ao longo das primeiras 24 horas. Quinto, devido a restrição de tempo de cada avaliação (5minutos), alguns tópicos considerados mais importantes pelos avaliadores foram selecionados como o diagnóstico e conduta terapêutica em detrimento de outros relacionados a história clínica e exame físico, fato até mesmo compreensível, visto que, na maioria das vezes o exame físico destes pacientes é pouco alterado. E, por último, esta ferramenta necessita de uma validação externa em outros centros formadores. Conclusão O ensino da abordagem do IAMCSST precisa ser aprimorado durante a graduação médica enfatizando-se aspectos práticos como a temporalidade para o início do tratamento e dos fluxos assistenciais destes pacientes dentro do sistema único de saúde brasileiro. A simulação realística pode ser uma ferramenta adequada para o aprimoramento destas competências. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, Obtenção de dados, Análise e interpretação dos dados e Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Aimoli US, Miranda CH; Análise estatística, Obtenção de financiamento e Redação do manuscrito: Miranda CH. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohávinculaçãodesteestudoaprogramasdepós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do HC‑FMRP‑USP sob o número de protocolo 838/2017. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. 1. Fox KA, Steg PG, Eagle KA, Goodman SG, Anderson FA, Jr., Granger CB, et al. Decline in rates of death and heart failure in acute coronary syndromes, 1999-2006. JAMA. 2007;297(17):1892-900. 2. 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