ABC | Volume 114, Nº1, Janeiro 2020

Artigo Original Aimole e Miranda Manejo do IAMCSST por médico recém-formado Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):35-44 Tabela 2 – Comparação entre os grupos de desempenho superior (escore geral > 7) e desempenho inferior (escore geral ≤ 7) na avaliação prática simulada referente ao atendimento do IAMCSST Característica Escore geral Diferença Relativa Valor de p > 7 n = 363 ≤ 7 n = 408 Demográficas Idade, média ± SD 26 ± 7 26 ± 5 0,99 Idade, anos; mediana(19) 25(24-27) 25(24-27) Gênero masculino, n(%) 189(52) 255(63) -11% 0,0034 Graduação médica Tempo finalização, anos; mediana(19) 0(0-1) 0(0-1) > 0,05 Instituição privada, n(%) 99(27) 155(38) -11% 0,0016 Instituição pública, n(%) 259(71) 250(61) +10% 0,0032 Região origem, n(%) 0,792 Sudeste 245(67) 254(62) +5% Nordeste 72(20) 101(25) -5% Sul 24(07) 24(06) +1% Centro-oeste 16(04) 9(02) +2% Norte 3(01) 7(02) -1% Itens da lista checagem, sim; n(%) Reconhece necessidade de transferência 363(100) 125(31) +69% < 0,0001 Explica adequadamente ao paciente 201(55) 63(15) +40% < 0,0001 Reconhece IAMCSST 323(89) 207(51) +38% < 0,0001 Insiste na transferência na ausência de vaga 162(45) 31(08) +37% < 0,0001 Solicita inserção acesso venoso 245(67) 193(43) +24% < 0,0001 Avalia duração da dor 300(83) 244(60) +23% < 0,0001 Administra nitrato SL 274(75) 232(57) +18% < 0,0001 Administra morfina IV 293(81) 258(63) +18% < 0,0001 Administra inibidor do P 2 Y 12 318(88) 298(73) +15% < 0,0001 Solicita monitorização ECG 318(88) 323(79) +9% 0,0018 Administra ácido acetilsalicílico 355(98) 377(92) +6% 0,0006 Espera marcadores de necrose para conduta 00(00) 32(08) -8% < 0,0001 SD: desvio padrão; ECG: eletrocardiograma; IAMCSST: infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST ; SL: sublingual; IV: intravenoso. Dificilmente um IAMCSST não vai ser reconhecido por um cardiologista, mas o médico menos experiente pode ter dificuldades, por outro lado, é mais provável de um paciente com IAMCSST ser atendido nas UPA do SUS por um médico recém-formado que por um médico especialista na área. Portanto, para se aumentar a proporção de pacientes com IAMCSST que recebem terapia de reperfusão no Brasil precisa‑se incentivar e aprimorar o ensino desta patologia durante o curso de graduação médica. Em outra investigação realizada no Brasil, entrevistando 97 pacientes vítimas de infarto agudo do miocárdio, observou‑se que somente 33% conseguiram internação hospitalar de imediato, enquanto 67% dos sujeitos passaram por até cinco serviços até conseguirem a internação hospitalar, e entre as principais razões para a falta de hospitalização estava o encaminhamento médico para casa devido o não reconhecimento deste diagnóstico. 11 Ghanem et al. 12 utilizando-se de questionários padronizados aplicados a estudantes de medicina, observaram que somente 22% destes sabiam como ajudar pacientes com infarto do miocárdio. 12 Little et al., 13 mostraram que somente 61% dos estudantes do último ano de medicina reconheceram o diagnóstico eletrocardiográfico de um IAMCSST da parede inferior. 13 A simulação realística foi a metodologia empregada nesta avaliação. Esta é uma importante ferramenta de avaliação de profissionais de saúde, pois permite a realização de inúmeras avaliações dentro de uma mesma sistemática, garantindo a uniformidade, o que seria impraticável em um cenário real e, por outro lado, tenta reproduzir diretamente o ambiente onde usualmente ocorre este atendimento, possibilitando a avaliação do conhecimento, de habilidades e de atitudes. 14 Consideramos esta simulação como de alta fidelidade, pois 41

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