ABC | Volume 114, Nº1, Janeiro 2020

Artigo Original Aimole e Miranda Manejo do IAMCSST por médico recém-formado Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):35-44 Comparando os 90 candidatos oriundos de nossa instituição com todos os concorrentes das demais instituições, os seguintes resultados foram observados: solicita monitorização eletrocardiográfica (86% vs. 83%; p = 0,50), inserção de acesso venoso periférico (81% vs. 54%; p < 0,0001), avalia a duração da dor (63% vs. 71%; p = 0,11), diagnóstico correto de IAMCSST (76% vs. 68%; p = 0,20), administra ácido acetilsalicílico (100% vs. 94%; p = 0,01), administra segundo antiagregante (80% vs. 76%; p = 0,004), administra nitrato (72% vs. 65%; p = 0,16), administra morfina (82% vs. 70%; p = 0,01), solicita transferência imediata (82% vs. 61%; p < 0,0001), habilidade de comunicação adequada (49% vs. 32%; p = 0,001), insiste na transferência mesmo na ausência de vaga (38% vs. 23%; p = 0,003). Discussão Esta investigação mostra a necessidade de aprimorar o treinamento durante a graduação para o reconhecimento do IAMCSST e, principalmente, para o conhecimento dos fluxos assistenciais na linha de cuidado desta patologia. Segundo dados do relatório da demografia médica do Brasil, no ano de 2016 houve 18.753 novos registros nos conselhos regionais de medicina, sendo a maioria oriundo da região sudeste (50% dos inscritos). 7 Portanto, temos a cada ano, um grande número de jovens médicos egressos das diversas faculdades de medicina no Brasil. Muitos iniciam a prática médica por opção, ou por dificuldades de acesso à programas de residência médica e até mesmo junto com estes programas para complementação de remuneração. Devido a escassez de profissionais dedicados exclusivamente para o atendimento das emergências, o médico recém-formado geralmente assume plantões no pronto-atendimento de emergências. No Brasil, aproximadamente 50% dos pacientes com IAMCSST recebe terapia de reperfusão, 8 chegando a percentagem de 20% em hospitais públicos de algumas regiões. 9 Em registro brasileiro de síndrome coronariana aguda, com inclusão de 2.453 pacientes, observou-se elevada taxa de utilização do ácido acetilsalicílico (97,6%) e inibidor P2Y 12 (89,5%) nas primeiras 24 horas, semelhantes as taxas encontradas em nossa investigação, mas entre os pacientes com IAMCSST, somente 35,9% receberam angioplastia primária e 25,3% receberam fibrinolíticos. 10 Vários fatores contribuem para esta taxa reduzida de pacientes recebendo terapia de reperfusão em nosso país, contudo, um destes fatores é a falta de reconhecimento e manejo inapropriado por médicos recém-formados no primeiro atendimento. Figura 4 – Gráfico de barras mostrando o desempenho dos médicos recém-formados em cada um dos seis itens da lista de checagem relacionados diretamente ao diagnóstico e gerenciamento da transferência do paciente durante avaliação prática de estação simulada de atendimento ao IAMCSST. 80 60 40 20 0 80 60 40 20 0 80 100 60 40 20 0 20 10 30 40 0 60 40 20 0 80 60 40 20 0 Avalia o tempo da duração da dor? Reconhece necessidade de transferência imediata para reperfusão? Insiste na transferência mesmo na ausência de vagas? Explica adequadamente ao paciente sobre doença e tratamento? Aguarda marcadores de necrose para definição conduta? Reconhece diagnóstico de IAMCSST? Porcentagem (%) Porcentagem (%) Porcentagem (%) Porcentagem (%) Porcentagem (%) Porcentagem (%) Sim Não Sim Não Sim Não Sim Parcialmente Parcialmente Parcialmente Não Sim Não Sim Não 40

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