ABC | Volume 114, Nº1, Janeiro 2020

Artigo Original Otto et al. Desproporção de prótese aórtica no sistema público Arq Bras Cardiol. 2020; 114(1):12-22 Potenciais Limitações e Forças do Estudo Em relação as principais limitações do estudo podemos relacionar que este foi um estudo retrospectivo. É importante enfatizar que houve perda de dados da AOEi em 45% da população estudada (o principal parâmetro para a diferenciação de DPP), o que pode gerar viés e aumentar a prevalência da DPP acentuada. O tipo de prótese empregada não foi encontrado em alguns pacientes, apesar de exaustivamente procurado em prontuário. Não há dados de acompanhamento clínico e ecocardiográfico de longo prazo disponíveis para avaliar o efeito da DPP acentuada nos desfechos. No entanto, é o primeiro estudo a mostrar uma alta frequência de DPP após TVA no Sistema de Saúde Público brasileiro. Além disso, nosso estudo foi capaz de construir um modelo matemático para predizer o risco de DPP e encontrar variáveis independentes pré-operatórias relacionadas à implantação de próteses pequenas. Mais estudos são necessários para aplicar e validar este modelo em outras populações. Conclusão A DPP acentuada aórtica é frequente entre os pacientes operados no Sistema Público de Saúde brasileiro. Os determinantes pré-operatórios independentes da DPP acentuada nessa população foram: IMC alto, gêneromasculino, menor DVSVE, idade mais jovem e etiologia reumática para valvopatia. Desenvolvemos ummodelomatemático que incluiu essas variáveis pré-operatórias para prever o risco de DPP acentuada antes da cirurgia. Este modelo pode ser útil para implementar estratégias preventivas prospectivas em pacientes identificados como alto risco de DPP. Temos que evitar próteses pequenas em pacientes grandes. Contribuição dos autores Concepçãoedesenhodapesquisa:OttoME, Atik FA, Lima JGE, Pibarot P; Obtenção de dados: Otto ME, Moreira MN, Ribeiro LCM, Mello BCR, Domingues ACPM, Calzada RP, Schloicka LL, Ribeiro MS, Jreige Jr. A; Análise e interpretação dos dados: Otto ME, Atik FA, Moreira MN, Mello BCR, Domingues ACPM, Calzada RP, Schloicka LL, Pibarot P, RibeiroMS, Jreige Jr. A; Análise estatística: Otto ME, Atik FA, Ribeiro LCM, Lima JGE, Calzada RP, Ribeiro MS, Jreige Jr. A; Obtenção de financiamento: Otto ME; Redação do manuscrito: Otto ME, Atik FA, Pibarot P; Revisão crítica domanuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: OttoME, Atik FA,MoreiraMN, RibeiroLCM,MelloBCR, Lima JGE, Domingues ACPM, Calzada RP, Schloicka LL, Pibarot P. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohávinculaçãodesteestudoaprogramasdepós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal sob o número de protocolo 061/2010. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 1. Lancellotti P, Pibarot P, Chambers J, Edvardsen T, Delgado V, Dulghero R, et al. Recommendations for the imaging assessment of prosthetic heart valves: a report from the European Association of Cardiovascular Imaging endorsed by the Chinese Society of Echocardiography, the Inter-American Society of Echocardiography, and the BrazilianDepartment of Cardiovascular Imaging. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2016;17(6):589-90. 2. Rahimtoola SH. The problem of valve prosthesis-patient mismatch. Circulation. 1978;58(1):20-4. 3. Head SJ, Mokhles MM, Osnabrugge RL, Pibarot P, Mack MG, Takkenbert JJ, et al. 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