ABC | Volume 113, Nº6, Dezembro 2019

Artigo Original Ket et al. Isquemia miocárdica por SPECT e Angio-TC Arq Bras Cardiol. 2019; 113(6):1092-1101 Tabela 3 – Defeitos perfusionais na cintilografia (SPECT) e na TC de perfusão miocárdica em relação com a DAC obstrutiva (n = 35) Defeitos perfusionais SPECT positiva* SPECT negativa* TC positiva** TC negativa** DAC obstrutiva 10 5 14 1 DAC não obstrutiva 10 10 5 15 Teste exato de Fisher, bicaudal para SPECT (*p = 0,49) e para TC (**p=0,0001). DAC: doença arterial coronariana; SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton único; TC: tomografia computadorizada. Tabela 4 – Falso-positivos pela cintilografia do miocárdio Causa do falso-positivo SPECT positiva TC negativa Ponte miocárdica profunda 2 2 Variação anatômica (artéria descendente anterior curta) 1 1 Baixa contagem (extravasamento do radiotraçador) 1 1 Paciente com 40% de estenose na artéria descendende anterior 1 1 Paciente com microfístulas coronário-cavitárias 1 1 Outros (doença na microcirculação?) 4 4 SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton único; TC: tomografia computadorizada. Discussão Realizamos um estudo em que foi possível avaliar o desempenho diagnóstico da perfusãomiocárdica pela angio‑TC de coronárias na detecção de DAC obstrutiva significativa em comparação com a SPECT. Foram comparados os achados perfusionais da cintilografia com sestamibi‑ 99m Tc com achados da perfusão miocárdica pela TC de 64 detectores. Como ponto forte deste estudo, destacamos a utilização simultânea do mesmo estresse farmacológico para aquisição das imagens da perfusão pela TC, bem como a administração do radiotraçador, que, por não ter redistribuição significativa, permite a realização da TC e a posterior aquisição das imagens cintilográficas. Outro dado importante foi a possibilidade de avaliar e correlacionar a anatomia com a presença de defeito de perfusão miocárdica pela SPECT, alémde entender o porquê de este não ter sido identificado pela angio-TC de coronárias e descrever os falso-positivos da SPECT, neste estudo. Se formos analisar apenas os dados de perfusão miocárdica, encontramos uma correlação intermediária entre os achados da TC e da cintilografia, especialmente por termos demonstrado uma sensibilidade da perfusão por TC de 70%, com especificidade de 66% para a detecção de defeitos perfusionais observados à SPECT, levando-se em consideração a cintilografia como método padrão para a perfusão. Tanami et al. 32 afirmam claramente que a angio-TC de coronárias é superior à SPECT na detecção de DAC obstrutiva significativa. Neste sentido, é necessário fazermos uma exploração deste achado e entender que, emuma avaliação sema consideração da anatomia, muitos pacientes com falso-positivos pela SPECT são submetidos ao cateterismo cardíaco desnecessário. 32-35 Um dado interessante e consonante com estudos prévios é a comparação entre a sensibilidade e a especificidade das duas técnicas de perfusão para detecção de lesões coronarianas obstrutivas, tomando a TC de coronárias como o padrão‑ouro anatômico. 35-37 No nosso estudo observamos melhor caracterização de isquemia pela perfusão miocárdica da TC em comparação com a SPECT. Devemos destacar que não utilizamos o cateterismo como padrão-ouro e sabemos que Figura 3 – Comparação da sensibilidade e da especificidade dos métodos de perfusão miocárdica para detecção de doença arterial coronariana obstrutiva. SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton único; TC: tomografia computadorizada. 0,93 0,66 0,5 0,75 SPECT TC Perfusão 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Sensibilidade Especificidade 1097

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