ABC | Volume 113, Nº6, Dezembro 2019

Artigo Original Ket et al. Isquemia miocárdica por SPECT e Angio-TC Arq Bras Cardiol. 2019; 113(6):1092-1101 apresentaram defeitos de perfusão à cintilografia miocárdica totalizaram 57,1% (n = 20), sendo que apenas metade destes (28,5%; n = 10) também apresentaram defeitos à TC. Em contrapartida, quando a cintilografia era negativa (n = 15) para defeitos de perfusão, a maioria (60,0%; n = 9) dos casos demonstrou tomografia sem defeitos de perfusão. Estes dados demonstram sensibilidade da perfusão por TC de 70,0%, com especificidade de 66,6% para a detecção de defeitos perfusionais observados à SPECT (Figura 2). Defeitos perfusionais pela cintilografia em relação com DAC obstrutiva De acordo com os dados da Tabela 3, conseguimos demonstrar uma associação significativa entre cintilografia normal e ausência de lesões coronarianas obstrutivas. Vinte pacientes apresentaram cintilografia miocárdica anormal, sendo que a metade destes (n = 10) também apresentou DAC obstrutiva à angio-TC de coronárias. A Tabela 4 demonstra os falso-positivos pela cintilografia. Em contrapartida, quando a cintilografia era normal (n = 15) a maioria (66% dos casos) também demonstrou tomografia sem lesões obstrutivas; esta associação não atingiu significância estatística (p = 0,49). Estes dados demonstram sensibilidade da cintilografia para avaliação da anatomia coronariana com a angio-TC de 66%, com especificidade de 50% (Figura 3). Defeitos perfusionais pela TC de perfusão miocárdica em relação com DAC obstrutiva De acordo com os dados da Tabela 3, conseguimos demonstrar uma associação significativa entre TC anormal e presença de lesões coronarianas obstrutivas. De todos os pacientes, 54,2% (n = 19) apresentaram TC anormal, sendo que a maioria destes (73,6%; n = 14) também apresentou lesões obstrutivas coronarianas à TC. Em contrapartida, quando a tomografia de perfusão era normal, o que ocorreu em 45,7% (n = 16) dos pacientes, a quase totalidade (93,7%, n = 15) dos casos também demonstrou tomografia sem lesões obstrutivas (p = 0,0001). Estes dados demonstraram sensibilidade da TC de perfusão para detecção de DAC obstrutiva de 93%, com especificidade de 75% para a detecção de ausência de DAC obstrutiva pela angio-TC de coronárias (Figura 3). Análise da área sob a curva para detecção de DAC obstrutiva Para detecção de DAC obstrutiva, a perfusão miocárdica pela TC teve AUC de 0,84, com intervalo de confiança (IC) de 0,67 a 0,94 (p < 0,001). Já a AUC da perfusão miocárdica pela SPECT foi de 0,58, com IC de 0,40 a 0,74 (p < 0,001) (Figura 4). Avaliação da correlação entre observadores para perfusão por tomografia computadorizada Excelente correlação intra e interobservadores foi demonstrada na avaliação da perfusão sob estresse farmacológico com CCI de 0,90 (0,87 a 0,92) e 0,94 (0,93 a 0,96), respectivamente. A avaliação da correlação intraobservador da perfusão em repouso também foi excelente, com CCI de 0,96 (0,95 a 0,97). Na correlação interobservadores da perfusão em repouso o resultado foi bom, com CCI de 0,71 (0,63 a 0,78). Tabela 2 – Defeitos perfusionais na cintilografia (SPECT) e na TC de perfusão miocárdica (n = 35) Defeitos perfusionais Positivos na cintilografia de perfusão miocárdica Negativos na cintilografia de perfusão miocárdica Positivos na TC de perfusão miocárdica 10 6 Negativos na TC de perfusão miocárdica 10 9 p = 0,73 (teste exato de Fisher, bicaudal). SPECT: tomografia computadorizada por emissão de fóton único; TC: tomografia computadorizada. Figura 2 – Comparação entre as perfusões miocárdicas com defeitos perfusionais sob estresse farmacológico na tomografia computadorizada (TC) e na tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT). Exemplo de um mesmo paciente concordante e com doença arterial coronariana obstrutiva significativa na artéria coronária descendente anterior. 1096

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