ABC | Volume 113, Nº6, Dezembro 2019

Minieditorial Bortolotto Ortostase e função arterial Arq Bras Cardiol. 2019; 113(6):1082-1083 arterial manifestado por aumento da velocidade de pulso, enquanto os intolerantes apresentaram aumento da distensibilidade arterial. 9 Esse dado reforça a participação do aumento da VOP no processo de adaptação à gravidade. Como os autores mencionam, o estudo tem algumas limitações, tornando algumas hipóteses apenas especulativas, como a participação da maior atividade simpática neste processo, visto ela não ter sido diretamente avaliada. Outra limitação não mencionada pelos autores, mas que pode mostrar diferenças na interpretação dos resultados, é a maior predominância do sexo masculino entre a população estudada. É bem reconhecido que as mulheres apresentam maiores medidas de rigidez arterial, sobretudo maior precocidade das ondas de reflexão, provavelmente associadas a menor diâmetro da aorta. 11 Estas alterações poderiam interferir na resposta da VOP à ortostase nos diferentes sexos, como foi visto em um pequeno estudo com astronautas que permaneceram 6 meses sem gravidade, e as mulheres tiveram maiores alterações da rigidez de carótida do que os homens após retornarem ao efeito da gravidade. 10 Apesar disso, os achados fornecem parâmetros importantes para discutir a participação das propriedades de amortecimento dos grandes vasos em adaptações fisiológicas às mudanças posturais, o que pode proporcionar novas estratégias terapêuticas para condições clínicas onde estas adaptações são inadequadas. 1. Bortolotto LA, Safar ME. [Blood pressure profile along the arterial tree and genetics of hypertension]. Arq Bras Cardiol. 2006;86(3):166-9. 2. Bortolotto LA, Sousa MG, Costa-Hong V. Comprometimento de Órgãos- Alvo: Vasos. Hipertensão Arterial - Bases Fisiopatológicas e Prática Clínica. São Paulo: Atheneu; 2013. p. 359-76. 3. Elias Neto J, Ferreira A, Futuro G, Santos LC, Heringer Filho N, Gomes F, et al. Influences on the functional behavior of great arteries during orthostasis. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(6):1072-1081. 4. Vlachopoulos C, Aznaouridis K, Stefanadis C. Prediction of cardiovascular events and all-causemortality with arterial stiffness: a systematic review and meta-analysis. J Am Coll Cardiol. 2010;55(13):1318-27. 5. SchroederEC,RosenbergAJ,HilgenkampTIM,WhiteDW,BaynardT,Fernhall B. Effect of upper body position on arterial stiffness: influence of hydrostatic pressure and autonomic function. J Hypertens. 2017;35(12):2454-61. 6. Lakatta EG. Cardiovascular regulatorymechanisms in advanced age. Physiol Rev. 1993;73(2):413-67. 7. Alghatrif M, Lakatta EG. The conundrumof arterial stiffness, elevated blood pressure, and aging. Curr Hypertens Rep. 2015;17(2):12. 8. Saladini F, Palatini P. Isolated Systolic Hypertension in Young Individuals: Pathophysiological Mechanisms, Prognostic Significance, and Clinical Implications. High Blood Press Cardiovasc Prev. 2017;24(2):133-9. 9. Tuday EC, Meck JV, Nyhan D, Shoukas AA, Berkowitz DE. Microgravity- induced changes in aortic stiffness and their role in orthostatic intolerance. J Appl Physiol. 1985;102():853-8. 10. Hughson RL, Robertson AD, Arbeille P, Shoemaker JK, Rush JW, Fraser KS, Greaves DK. Increased postflight carotid artery stiffness and inflight insulin resistance resulting from 6-mo spaceflight in male and female astronauts. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2016;310(5):H628-38. 11. Costa-Hong VA, Muela HCS, Macedo TA, Sales ARK, Bortolotto LA. Gender differences of aortic wave reflection and influence of menopause on central blood pressure in patients with arterial hypertension. BMC Cardiovasc Disord. 2018;18(1):123. Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 1083

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