ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Barroso et al. Telemedicina no diagnóstico da hipertensão arterial Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):970-975 Figura 3 – Participantes classificados como pré-hipertensos e hipertensos estágio 1 considerando a medida casual e reclassificados de acordo com a MRPA, n = 1273. Normotensão Hipertensão do Avental Branco Hipertensão Arterial Hipertensão Mascarada Número de participantes Pré-hipertensão Hipertensão estágio 1 145 (20,6%) 558 (79,4%) 291 (51,1%) 279 (48,9%) 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Na amostra do presente estudo, entre os pré-hipertensos (n=703), encontramos uma preval ncia de HMde 20,6%; esse valor é ainda maior quando analisamos os estratos de PA mais elevados nesse grupo. Nos PH comPAS≥130mmHg e/ou PAD ≥ 85 mmHg, essa prevalência é de 27,8%, significativamente maior (p < 0,001) que os PH com níveis menores que 130/85 mmHg. Os nossos achados são consonantes com a tend ncia das últimas diretrizes e posicionamentos 1,2,5,18-21 em dedicar especial atenção aos indivíduos pré-hipertensos, pois em alguns desses indivíduos haverá aumento significativo de desfechos cardiovasculares. Também é justificável a recomendação das diretrizes americana e europeia para que se realize, sempre que possível, MAPA ou MRPA quando a PA casual for ≥ 130/85 mmHg. 2,19 Finalmente, ao avaliarmos os indivíduos diagnosticados como hipertensos estágio 1 (n = 570), encontramos uma preval ncia de HAB de 48,9%, o que poderia resultar em diagnóstico e adoção de estratégia terap utica equivocados em praticamente metade desses indivíduos. A maior parte da amostra foi constituída por indivíduos do Nordeste do país (67,7%); isso pode ser considerado uma limitação, entretanto, como a análise se refere aos fenótipos da HA, parece-nos que a distribuição por região geográfica teria pouca ou mesmo nenhuma interfer ncia nos resultados. A plataforma de MRPA por telemedicina (TeleMRPA) apresenta-se como modalidade extremamente útil, de baixo custo, fácil realização e grande abrang ncia, permitindo avaliação sistematizada das medidas domiciliares da PA, em acordo com as recomendações da DBHA. Além da avaliação individual na prática clínica, o acúmulo de informações nessa plataforma representa importante banco de dados para análises sobre diagnóstico e tratamento da HA em diversas regiões do Brasil, tanto em instituições públicas quanto privadas. Conclusão A medida casual da PA é um método de rastreamento de HA, mas é necessário levar em consideração que as medidas domiciliares apresentam maior acurácia no diagnóstico. Encontramos preval ncias elevadas de HM e do avental branco em indivíduos diagnosticados como pré-hipertensos ou hipertensos estágio 1. A plataforma TeleMRPA permitiu a reclassificação de 33,3% dos indivíduos estudados. Co-Investigadores Nacionais Adriana C. Oliveira (Clínica Vittá, Goiânia), Adriana Serpa (Clínica SAVE, Recife), AndressonW. Andrade (Icordis, Caruaru), Ana C. Arantes (Universidade Federal de Goiás, Goiânia), Annelise M. G. Paiva (Centro Universitário CESMAC, Alagoas), Ant nio A. M. A. Braga (Clínica Ant nio Almeida, Recife), Carlos A. Machado (Núcleo de Apoio à Estratégia Saúde da Família. SecretariaMunicipal de Saúde de Campos do Jordão), Cláudia F. Gonçalves (Universidade Federal de Goiás, Goiânia), Cleuriberto V. Pereira (Cardiocity, Guarulhos), Danielle B. L. Melo (Cardiologia IMIP, Recife), Ederaldo B. Leite (Cárddio - Hospital Anchieta, Taguatinga), Elder G. A. Cruz (Clínica Santa Louise, Salgueiro), Fábio Argenta (Clínica Mediodonto, Lucas do Rio Verde), Fábio S. Silveira (Clinica do Coração, Sergipe), Fernando M. F. França (Clínica Cardiovasf, Petrolina), Gustavo A. C. S. Barros (MCor, Recife), Jadil F. F. Júnior (Clínica CardioService, Porto Velho), João A. C. Berigó (Universidade Federal de Goiás, Goiânia), Josafá O. Costa (Clínica Vitta, Igarassu), Luiz H. Thompson (Prev- Saúde, Recife), Luiz Kencis Jr (Centro de Medicina Avançada Dr Luiz Kencis, São Paulo), Marcelo De’ Carli (Clínica Ipado, Petrolina), Marcelo J. Oliveira (Cardiográficos - Diagnóstico em Cardiologia, Ribeirão Preto), Marco A. M. Alves (Escada Clinical Center, Escada), Marcos A. P.Meira Junior (Clincar, João Pessoa), Mariana B. C. Sepulvida (Universidade Federal de São Paulo, São Paulo), Nelson Dinamarco (Laboratório de Hipertensão Arterial- UESC, Salvador), Renné G. Busnello (Clinicordis - Diagnóstico emCardiologia, Porto Alegre), Stephan Barisic Junior (Clínica do Coração, Mossoró), Valdir L. Schwerz (Clínica Fares, São Paulo). Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa e Obtenção de dados: Souza WKSB, Feitosa ADM, Barbosa ECD; 974

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