ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Costa-Mateu et al. Cateterismo com estratégia de um cateter Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):960-968 – Necessidade de usar cateteres 4Fr. – Cirurgia de revascularização miocárdica prévia. – Realização de ventriculografia, aortografia ou angioplastia coronariana ad hoc. – Alergia ao contraste iodado previamente conhecida e que não pode receber pré-medicação. – Mulheres com possibilidade de estarem grávidas. – Inclusão em outros ensaios clínicos ou registros. * Desfechos e definições: Odesfechoprimário foi ovolume total (mL) de contraste iodado usado durante procedimentos coronarianos de diagnóstico. Os desfechos secundários foram relacionados ao desenvolvimento de espasmo radial, duração do procedimento, exposição à radiação ionizante e custos econ micos. Definiu-se espasmo radial como a presença de pelo menos dois dos seguintes critérios: a) resist ncia à manipulação do cateter; b) dor no braço durante o cateterismo; c) dor após manipulação do cateter; d) dor após a remoção da bainha ou e) resist ncia durante a remoção da bainha. 4 A duração do procedimento coronariano foi indiretamente avaliada pelo tempo de fluoroscopia (min). A exposição à radiação ionizante foi avaliada pelo produto dose-área ( dose-area product – DAP) e kerma no ar. Os custos econ micos, medidos em € por procedimento, foram definidos como os custos diretos atribuíveis a cada estratégia de cineangiocoronariografia, incluindo o tipo e o número de cateteres, os fármacos usados no laboratório de cateterismo, o material fungível e o volume de contraste iodado usado em cada procedimento. 10,11 Os custos econ micos relacionados aomaterial utilizado para a cineangiocoronariografia estão descritos no Material Complementar. Questões que envolvem o procedimento Apenas pacientes encaminhados paracineangiocoronariografia diagnóstica por acesso radial direito foram incluídos, pois os cateteres TIG I não são projetados para realizar cineangiocoronariografia pelo acesso radial esquerdo ou acesso femoral. 6,9 Os pacientes foram designados para a estratégia de dois cateteres ou um cateter a critério do cardiologista intervencionista. A artéria radial direita palpável, bem como o teste não patológico de Allen, foram obrigatórios para a realização pelo acesso radial direito. Para minimizar o espasmo arterial, administrou-se diazepam sublingual (10 mg) 30 minutos antes da administração de anestesia local por via subcutânea. Utilizando a técnica de Seldinger, implantou‑se uma bainha da marca Glidesheath radial hidrofílica de 5 ou 6 Fr (RADIFOCUS® INTRODUCER II; Terumo Europe NV, Leuven, Bélgica). Em seguida, administrou-se bolus intra-arterial com 2 mg de verapamil e 50 IU/kg de heparina não fracionada. A bainha Glidesheath radial foi removida imediatamente após o procedimento diagnóstico, e obtendo‑se a hemostasia por compressão com curativo compressivo convencional durante 4 horas. 12 Utilizou-se fio-guia padrão de 0,035 polegadas com ponta curva (J) (Radifocus M; Terumo Europe NV, Leuven, Bélgica) para a inserção e troca de cateteres. A fim de obter imagens coronariográficas de ótima qualidade, foram obtidas no mínimo 5 projeções para a artéria coronária esquerda e no mínimo 3 projeções para a artéria coronária direita. O volume de contraste utilizado foi de 7 mL a 3 mL/seg para a artéria coronária esquerda e 4 mL a 2 mL/seg para a artéria coronária direita. No entanto, a quantidade de contraste em cada injeção e o número final de projeções para a avaliação correta da árvore coronária ficaram a critério do operador. Utilizou-se o meio de contraste iodado de baixa carga osmolar [Xenetix 350 (Iobitridol; Guerbert Group, Villepinte, França)] junto com o injetor de contraste robótico ACIST CVi® (ACIST Medical Systems, Eden Prairie, MN, EUA) para uniformizar a administração de contraste. As imagens foram obtidas da seguinte forma: fluoroscopia de baixa qualidade a 7,5 imagens/seg para canulação coronariana e cinefluoroscopia a 15 imagens/seg para projeções coronarianas. Foram coletados dados relacionados às características clínicas basais, indicação para cineangiocoronariografia e características angiográficas (número de vasos coronarianos com estenose >50%), volume de contraste iodado, espasmo radial, mudança de via de acesso ( crossover ), necessidade de cateteres suplementares, duração do procedimento, custos econ micos diretos e informações relativas à exposição a radiações ionizantes. No caso de falha no acoplamento do óstio da artéria coronária, foi feita a mudança para a estratégia alternativa. Todos os dados gerados foram coletados prospectivamente e inseridos em um banco de dados informatizado específico. Análise estatística Utilizou-se o software SPSS Statistics 24.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA) para a análise de dados. Todos os valores de p foram avaliados de maneira bicaudal, com valores de p > 0,05 sendo considerados estatisticamente significativos. As variáveis categóricas foram expressas como contagem (porcentagem), sendo comparadas utilizando-se o teste do qui-quadrado. Variáveis contínuas foram exploradas para distribuição normal utilizando-se o teste de Kolmogorov‑Smirnov. As variáveis com distribuição normal foram expressas como média (1 desvio padrão) e as variáveis sem distribuição normal foram expressas como mediana (intervalo interquartil) e comparadas pelo teste t de Student não pareado ou o teste U de Mann‑Whitney, conforme apropriado. Resultados Um total de 1.953 procedimentos coronarianos diagnósticos, realizados em 1.829 pacientes, foi coletado entre janeiro de 2013 e junho de 2017. Duzentos e cinquenta e dois procedimentos (12,9%) foram realizados pela estratégia de um cateter e 1.701 procedimentos (87,1%) pela estratégia de dois cateteres. A Figura 2 mostra o fluxograma do estudo. Características clínicas basais As características clínicas basais são apresentadas na Tabela 1. Não houve diferenças entre os dois grupos de comparação 962

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