ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Congo et al. Fibrilação auricular de novo no IAMSST Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):948-957 Figura 1 – Fluxograma com pacientes incluídos e excluídos. Pacientes diagnosticados com IAMSST (n = 6957) Pacientes incluídos (n = 6325) Grupo 1 – Pacientes que não desenvolveram FA durante a internação hospitalar devido a IAMSST (n = 5960) Grupo 2 – Pacientes com FA de início recente durante a internação hospitalar por IAMSST (n = 365) Pacientes excluídos devido a diagnóstico prévio de FA, erapia de anticoagulação prévia ou informações faltantes (n = 632) incluídos (Figura 1). Detectou-se FA de novo em 365 pacientes (5,8%). A Tabela 1 mostra as características basais gerais e de ambos os grupos. Com relação aos dados demográficos e comorbidades dos pacientes, os pacientes que desenvolveram FA de novo tinham idade mais avançada, maior preval ncia do sexo feminino, maior preval ncia de hipertensão, diabetes mellitus, cirurgia de revascularização miocárdica prévia, valvulopatia cardíaca, insufici ncia cardíaca (IC) prévia, acidente vascular cerebral prévio, doença arterial periférica, doença pulmonar obstrutiva cr nica (DPOC) e dem ncia. Houve menor preval ncia de tabagismo e histórico familiar de doença coronariana no grupo 2. Não houve diferença entre os dois grupos em relação às demais características analisadas. Os dados clínicos no momento da internação são apresentados na Tabela 2. Os pacientes do grupo 2 apresentaram maior frequ ncia cardíaca e menor pressão arterial sistólica no momento da internação. Os pacientes do grupo 2 apresentaram insufici ncia cardíaca com maior frequ ncia. Com relação à terapia, a reperfusão foi realizada com sucesso em ambos os grupos (Figura 2), sem diferença significativa. No entanto, os pacientes que desenvolveram FA apresentaram maior tempo desde o início dos sintomas até a reperfusão [mediana de 243 (166–400) minutos vs. 267 (185–398) minutos, p = 0,033]. O número de pacientes submetidos à angiografia coronariana ou angioplastia não se mostrou estatisticamente diferente. Não houve diferença no número de vasos acometidos, embora os pacientes do grupo 2 tenham apresentado maior preval ncia de tronco comum da coronária esquerda (3,0% vs. 5,2%, p = 0,041), sem diferença em relação a doenças de outros vasos. Os pacientes do grupo 2 haviam implantado maior número de stents metálicos (25,1% vs. 35,4%, p = 0,003). Os dispositivos de trombectomia foram mais utilizados em pacientes do grupo 2 (32,5% vs. 42,9%, p < 0,001). A terapia medicamentosa durante a internação hospitalar e na alta encontra-se nas Tabelas 3, 4 e 5. A maioria dos pacientes desenvolveu FA de novo no primeiro dia [mediana 0 (0-1) dias; média 1,2 ± 3,5 dias]. A FA de novo mostrou-se associada a maior índice de complicações intra-hospitalares, a saber: pior função ventricular esquerda, maior preval ncia de IC, choque cardiog nico, bloqueio AV, taquicardia ventricular, parada cardíaca, complicações mecânicas, acidente vascular cerebral e hemorragia importante (Tabela 6). Também esteve associada a uma necessidade mais frequente de cateter de Swan-Ganz, balão intra-aórtico, ventilação mecânica invasiva e estimulação cardíaca intravenosa (Tabela 7). A duração da internação foi maior nos pacientes do grupo 2 [3 (3; 5) dias vs. 5 (4; 9) dias, p < 0,001]. A mortalidade intra-hospitalar foi maior nos pacientes que desenvolveram FA de novo (3,8% vs. 13,4%; 950

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