ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Saraiva et al. Valores normais para novas técnicas ecocardiográficas Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):935-945 a relação positiva independente entre mulheres e valores absolutos de SCG-VE. Embora outros estudos tenham encontrado correlação entre a ε do VE e a idade, 25,28 não pudemos confirmar esses resultados. Kocabay et al. 26 também não encontraram diferença na ε do VE entre diferentes faixas etárias. 26 A análise de regressão múltipla demonstrou que os valores absolutos de SLG-VE diminuíram com o IMC, conforme descrito anteriormente. 26 A rotação e o twist do VE descritos por nós são semelhantes aos valores descritos anteriormente, 30 mas inferiores aos descritos em outros estudos, 26,31 e superiores aos descritos em outros trabalhos. 28 A torção e o twist do VE aumentaram com a idade, conforme descrito por outros autores. 26,28 As razões para as diferenças encontradas na ε e na torção média do VE entre o nosso e outros estudo podem ser devidas à heterogeneidade introduzida por diferentes fornecedores de equipamentos, 32 idade, 25 distribuição por sexo 25-27 e a técnica usada para obter as medidas SLG-VE e SRG-VE. 27 Com relação à deformação do VD, a medida SLPL-VD descrita por nós se mostrou semelhante à encontrada em estudos anteriores, 33 mas um pouco menor do que a descrita em outros trabalhos. 34 Embora não tenhamos encontrado correlação entre a ε do VD and e a idade após a análise de regressão múltipla ou diferenças com base no sexo, outros estudos 33 concluíram que a medida SLPL-VD diminuiu com o envelhecimento e foi menor entre os homens. Após a análise de regressão múltipla, os valores absolutos da medida SLG-VD diminuíram com o IMC e a etnia, e a medida SLPL-VD também diminuiu com o IMC. Embora não possamos comparar esses resultados comos encontrados na literatura, a SLG-VE é descrita como decrescente com o IMC 26 e a etnia pode influenciar a ε do VE. 25 Mais estudos em indivíduos sem doenças conhecidas são necessários para validar os valores de refer ncia. Limitações Nossos dados foram obtidos pelo equipamento de um único fornecedor, mas a tecnologia de medições ecocardiográficas tridimensionais e EST pode diferir entre diferentes fornecedores e versões de software Echopac. Na verdade, a SLG-VE medida com sete marcas diferentes apresentou uma diferença pequena, porém significativa. 35 Utilizamos uma abordagem multibatimentos para adquirir volumes 3D. As imagens tridimensionais geralmente oferecem uma resolução temporal maior que imagens de um batimento, mas podem ter uma resolução espacial menor devido a artefatos de costura. 36 No entanto, a correlação com volumes medidos por ressonância cardíaca foi descrita como excelente, independentemente do número de ciclos cardíacos utilizados. 37 Recentemente, foram desenvolvidos novos softwares dedicados 38 para medir os volumes tridimensionais do AE, podendo resultar em dados ligeiramente diferentes dos nossos. No entanto, descrevemos boas concordâncias intra e interobservadores referentes às nossas medidas de volume tridimensional do AE 5 e a correlação entre o software 3D não dedicado para medir o volume do AE e a ressonância cardíaca foi descrita como significativa. 39 Nosso trabalho não incluiu um número suficiente de indivíduos de todos os grupos étnicos que compõem a população brasileira, como brasileiros asiáticos e indígenas. Outra limitação é que não realizamos exames laboratoriais para excluir pacientes que desconheciam comorbidades associadas. Além disso, não excluímos pacientes com sobrepeso. De fato, 41 pacientes (53%) apresentavam sobrepeso (IMC ≥ 25 e <30 kg/m 2 ). No entanto, o sobrepeso está se tornando cada vez mais prevalente entre os brasileiros e o percentual total neste artigo é próximo ao valor divulgado pelo IBGE (56,9%). 40 Conclusões Apresentam-se os valores para os novos índices ecocardiográficos em voluntários brasileiros normais e suas diferenças entre homens e mulheres, bem como sua correlação com a idade. No entanto, encontramos diferenças nos valores de refer ncia entre o nosso e outros estudos, o que pode ser explicado pela heterogeneidade introduzida por diferentes fornecedores de equipamentos, idade, distribuição por sexo, etnia e técnica utilizada para medir a ε do VE, AE ou VD. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Saraiva RM, Costa AR. Obtenção de dados: Saraiva RM, Scolin EMB, Pacheco NP, Bouret ME, Holanda MT. Análise e interpretação dos dados: Saraiva RM, Bouret ME, Mediano MFF, Holanda MT, Costa AR. Análise estatística: Saraiva RM, Mediano MFF, Costa AR. Obtenção de financiamento: Saraiva RM. Redação do manuscrito: Saraiva RM, Mediano MFF, Holanda MT, Costa AR. Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Saraiva RM, Scolin EMB, Pacheco NP, Bouret ME, Mediano MFF, Costa AR. Potencial Conflito de Interesse Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de Financiamento O presente estudo foi financiado por Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Brasil (processo E-26/201.561/2014 e E-26/110.176/2014 ao Dr. Saraiva), Programa Estratégico de Apoio à Pesquisa em Saúde /Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil (processo 407655/2012-3 e 421843/2017-9 ao Dr. Saraiva), a Cnpq (processo 305088/2013-0 ao Dr. Saraiva). Vinculação Acadêmica Nãohá vinculaçãodesteestudoaprogramas depós-graduação. Aprovação Ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comit de Ética do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas sob o número de protocolo 0059.0.009.000-09. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 943

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