ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Saraiva et al. Valores normais para novas técnicas ecocardiográficas Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):935-945 Tabela 1 – Características dos participantes do estudo Todos n = 77 Sexo masculino n = 36 Sexo feminino n = 41 Valor de p a Idade, anos 40,4 ± 10,4 (faixa etária 19–78) 39,5 ± 9,7 (faixa etária 19–62) 41,3 ± 11,0 (faixa etária 21–78) 0,45 IMC, kg/m 2 25,0 ± 3,2 25,1 ± 3,0 24,9 ± 3,3 0,78 PAS, mmHg 122 ± 12 124 ± 10 121 ± 13 0,28 PAD, mmHg 76 ± 8 77 ± 7 75 ± 9 0,49 Local de origem 0,15 Sudeste 32 (41,5%) 19 (52,7%) 13 (31,7%) Nordeste 41 (53,2%) 16 (44,4%) 25 (61%) Norte 4 (5,2%) 1 (2,8%) 3 (7,3%) Etnia 0,13 Branca 42 (54,5%) 24 (66,6%) 18 (43,9%) Afro-brasileiros 11 (14,3%) 4 (11,1%) 7 (17,1%) Miscigenados/Pardos 24 (31,1%) 8 (22,2%) 16 (39,0%) Ecocardiograma bidimensional AE, cm 3,4 ± 0,4 3,5 ± 0,5 3,2 ± 0,3 0,009 VEd, cm 5,0 ± 0,5 5,3 ± 0,4 4,7 ± 0,4 < 0,0001 VEs, cm 3,0 ± 0,4 3,2 ± 0,4 2,8 ± 0,4 < 0,0001 Fração de ejeção do VE, % 68 ± 6 67 ± 5 69 ± 6 0,10 VE S’, cm/s 9,6 ± 2,0 9,8 ± 2,0 9,4 ± 2,0 0,32 Massa VE, g/m² 60 ± 12 63 ± 13 58 ± 11 0,07 Razão E/A 1,6 ± 0,5 1,7 ± 0,5 1,6 ± 0,4 0,08 TD, ms 160 ± 34 161 ± 34 160 ± 35 0,81 E’, cm/s 13,6 ± 2,9 14,1 ± 2,4 13,3 ± 3,2 0,22 Razão E/E’ 6,2 ± 1,8 5,5 ± 1,0 6,9 ± 2,0 0,0003 Vp, cm/s 73 ± 23 72 ± 26 74 ± 120 0,67 E/Vp 1,2 ± 0,4 1,1 ± 0,3 1,3 ± 0,4 0,21 VD S’, cm/s 14,6 ± 2,3 14,7 ± 2,4 14,6 ± 2,2 0,93 TAPSE, mm 24 ± 4 25 ± 4 24 ± 3 0,71 PSVD, mmHg 26 ± 5 26 ± 5 25 ± 5 0,45 A: pico de velocidade de enchimento diastólico tardio da ondaA; IMC: índice de massa corporal; PAD: pressão arterial diastólica; DT: tempo de desaceleração da onda E; E’: pico de velocidade diastólica precoce do anel mitral; AE: átrio esquerdo; VE: ventrículo esquerdo; VEd: diâmetro diastólico final do VE; VEs: diâmetro sistólico final do VE; VD: ventrículo direito; PSVD: pressão sistólica do VD; S’: pico da velocidade do anel mitral sistólico; PAS: pressão arterial sistólica; TAPSE: excursão sistólica do plano do anel tricúspide; Vp: velocidade de propagação. a Teste t de Student ou tabelas de contingência comparando homens vs. mulheres, conforme apropriado. n (%); média ± DP. Discussão No presente artigo, apresentamos valores para novos índices ecocardiográficos obtidos de brasileiros sem doenças cardiovasculares conhecidas. A maioria dos participantes do estudo nasceu no sudeste e nordeste do Brasil. Nosso estudo incluiu uma população de ambos os sexos, composta, em sua maioria, por brancos, seguidos de miscigenados/pardos e afro-brasileiros, semelhante à distribuição étnica descrita pelo censo demográfico do IBGE de 2010: 44,7% de brancos, 43,1% de miscigenados/pardos, 7,6% de afro-brasileiros, 1,1% de brasileiros asiáticos e 0,43% de indígenas (https://www.ibge. gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo- demografico-2010.html?edicao=10503&t=resultados). Os diâmetros do AE e VE medidos pela ecocardiografia bidimensional foram maiores nos homens e a massa do VE também tendeu a ser maior nos homens, tendo em vista que esses parâmetros variam em função do sexo. 1 Outros estudos com brasileiros também encontraram as diferenças descritas neste trabalho entre homens e mulheres com relação aos diâmetros do AE e VE e massa do VE. 9,10 Descobrimos também que a relação E/E’ foi maior em mulheres, conforme descrito em outros estudos. 11,12 Portanto, poderá ser necessária a obtenção de valores de refer ncia específicos de cada sexo para as medidas realizadas por Doppler na prática clínica. Com relação aos volumes do AE, encontramos valores médios indexados dentro da faixa normal publicada em outros 939

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