ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Artigo Original Gouvea et al. O ETEc na dilatação vascular pulmonar na EHE Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):915-922 Tabela 1 – Características demográficas e clínicas dos pacientes com esquistossomose hepatoesplênica com e sem DVP Idade (anos) 51,8 ± 8,4 (41 a 66) Sexo masculino/feminino 10/9 - SC (m 2 ) 1,72 ± 0,14 (1,56 a 2,07) FC (bpm) 73 ± 16 (51 a 106) PAS (mmHg) 139 ± 20 (105 a 178) PAD (mmHg) 83 ± 15 (60 a 113) Hb (g/dl) 13,7 ± 2,4 (8,9 a 18,8) Htc (%) 41,1 ± 5,3 (30,6 a 48,1) Plaquetas (mil/mm 3 ) 94.843 ± 60.391 (25.000 a 281.000) Albumina (g/dL) 4,43 ± 0,40 (3,9 a 5,3) AST (U/L) 34,8 ± 10,1 (24 a 59) ALT (U/L) 31,5 ± 13,5 (17 a 77) Fosfatase alcalina (U/L) 94 ± 26 (67 a 161) RNI 1,2 ± 0,18 (1,01 a 1,5) PaO 2 (mmHg) 80,2 ± 9,1 (60 a 97) PaCO 2 (mmHg) 36,7 ± 4,7 (28 a 45) SatO 2 (%) 95,8 ± 1,59 (94 a 98) D(A-a)O 2 (mmHg) 10,9 ± 7,5 (2,63 a 26,68) Valores expressos, em média, ± 1 desvio padrão (intervalo de variação entre parênteses). ALT: alanina aminotransferase; AST: aspartato aminotransferase; FC: frequência cardíaca; Htc: hematócrito; Hb: hemoglobina; PaO 2 : pressão parcial de oxigênio no sangue arterial; PaCO 2 : pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; RNI: razão normalizada internacional do tempo de protrombina; SatO 2 : saturação arterial de oxigênio; SC: superfície corporal; D(A-a)O 2 : diferença alveoloarterial de oxigênio. Simpson. O cálculo da pressão arterial pulmonar foi derivado do refluxo tricúspide. Realizou-se teste com contraste por meio de injeção em veia periférica cubital de soro fisiológico agitado manualmente para obtenção de microbolhas. Na presença de DVP, as microbolhas salinas surgiam nas cavidades esquerdas 4 a 6 batimentos cardíacos após seu aparecimento no átrio direito. O surgimento precoce (até 3 batimentos) era atribuído a shunt intracardíaco, em geral devido a FOP, cujo diagnóstico era otimizado pela manobra de Valsalva. O efeito do contraste foi observado no corte apical com quatro câmaras e foi classificado como presente (teste de contraste positivo) ou ausente (negativo), sem graduar sua intensidade (Figura 1). Nenhum dos indivíduos do grupo‑controle apresentou teste de contraste positivo ao ETTc. Realizou-se ETEc sob sedação com midazolam e fentanil, com monitoramento contínuo da SatO 2 , do ritmo cardíaco e da pressão arterial sist mica (PAS) durante o procedimento, de acordo com as técnicas estabelecidas. 18 A manobra de Valsalva foi realizada quando possível. Varizes de es fago não foram consideradas contraindicação absoluta ao ETEc, exceto na presença de sangramento ativo ou recente (< 15 dias). Após a injeção salina agitada, o contraste no átrio esquerdo foi graduado pelo ETEc de acordo com a classificação empregada por Vedrinne et al., 10 porém, modificada: grau 0 = nenhuma microbolha; grau I (mínimo) = microbolhas raras e puntiformes; grau II (leve) = microbolhas com sinal mais grosseiro e difuso, sem preencher completamente o átrio esquerdo; grau III (moderado) = muitas microbolhas preenchendo homogeneamente o átrio esquerdo, mas com menor intensidade que no átrio direito; e grau IV (importante) = distribuição homog nea das microbolhas entre os dois átrios (Figura 2). Análise estatística As variáveis contínuas foram descritas como média e desvio padrão, ou mediana com variações interquartis. Variáveis categóricas foram descritas como proporções. Utilizou-se o teste “t” de Student para comparar variáveis contínuas entre os grupos, além dos testes do qui-quadrado, de Pearson ou exato de Fisher, quando necessários, para comparar a frequ ncia das variáveis categóricas. O valor de p < 0,05 foi utilizado como nível de significância estatística. Resultados Os pacientes do GEHE apresentaram dados estruturais cardíacos normais (dimensões cavitárias, espessura e massa do ventrículo esquerdo), funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo preservadas (fração de ejeção de 0,67 ± 0,04) e PAS pulmonar de 27 ± 3 mmHg (VRT = 2,34 ± 0,14 m/s) avaliados ao ETTc. Todos os pacientes do GEHE realizaram o ETEc sem quaisquer intercorr ncias. Não houve hipóxia, arritmias, alterações neurológicas ou sangramento digestivo decorrente do procedimento. No grupo-controle submetido ao ETEc, o grau I do teste de contraste foi observado em 12 (65%) dos 19 indivíduos, sendo ausente nos demais. Desse modo, o grau I foi considerado resposta normal ao ETEc. Portanto, apenas graus ≥ II foram considerados testes positivos para DVP no GEHE ao ETEc. 917

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