ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Diretrizes Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Telemedicina na Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):1006-1056 Tabela 5.5 – Principais resultados do projeto “Estudo de Análise Econômica e de impacto da Aplicação de Serviços de Telessaúde na Atenção Básica em Municípios de Minas Gerais” 282 Custo médio de cada atividade de telessaúde em 2010 R$ 10,68 Custo fixo médio do encaminhamento/paciente R$ 41,77 Economia para o município por encaminhamento evitado R$ 71,11 Número mínimo mensal de redução de encaminhamentos por município para viabilizar o sistema 4,28 Número mínimo mensal de atividades por município para viabilizar o sistema 5,5 Número médio mensal de atividades por município em 2010 28,5 Investimento realizado pela SES/MG (2005-2009) R$ 11.599.638,00 Economia para o sistema de saúde (de junho/2006 a julho/2011) R$ 31.970.549,13 Retorno do investimento (ROI) (economia:investimento) 2,76:1 % de encaminhamentos evitados 78% Distância mínima de encaminhamento para viabilidade do sistema (aproximada) 54 Km Custo médio de cada atividade de telessaúde em 2010* R$ 10,68 *Laudo ECG, discussão de casos e teleconsultoria. II. atendimento a distância: quando o médico na Atenção Básica recebe suporte a distância por meio de um serviço de telessaúde e esse suporte evita o encaminhamento do paciente. Os resultados se referem a 20 municípios participantes do Projeto Nacional de Telessaúde com dados confiáveis, localizados nas Regiões Norte/Nordeste e Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, considerada uma das regiões mais pobres do Estado. Os principais resultados do projeto são mostrados na tabela 5.4. 279,280 Esse projeto apresentou resultados mais realistas em relação ao anterior pois coletou informações sobre o custo de encaminhamento do paciente diretamente nos municípios. No entanto, manteve a amostragem dos municípios participantes concentrada em uma mesma região do Estado, o Vale do Jequitinhonha, de baixo índice de desenvolvimento humano (IDH). Em 2009, o Projeto “Expansão Minas Telecardio” levou o serviço para regiões de IDH mais elevados, para uma amostra final de outros 66 municípios. Os resultados foram similares aquele encontrados no projeto anterior e são mostrados na tabela 5.5. 281-283 Recentemente, foi feito um estudo, a ser publicado, relativo ao custo-efetividade da ONTD. A ONTD é um projeto do Ministério da Saúde para ofertar serviços de telecardiologia (laudos de ECG e teleconsultorias) para todos os Estados brasileiros para o qual o CTS HC/UFMG foi escolhido como Núcleo Especialista, ou seja, provedor do serviço. Os Núcleos Estaduais de Telessaúde recebem financiamento do Ministério da Saúde para treinar e implantar o serviço em municípios de seu Estado, previamente acordados com as Secretarias Estaduais da Saúde, que enviam suas solicitações de exame e teleconsultorias para o Núcleo Especialista em regime 24/7. As solicitações podem ser eletivas ou de urg ncia. O laudo é disponibilizado em uma plataforma e, quando necessário, os médicos locais podem tirar dúvidas em teleconsultorias. Um sistema de alerta informa médicos e enfermeiros quando há situações críticas. A efetividade do sistema foi comprovada por meio de indicadores de performance (tempo para envio dos exames, tempo de espera para análise de laudos urgentes/ eletivos, tempo da primeira visualização do laudo, número de exames solicitados por município etc.) e satisfação dos usuários. Os resultados comprovaram a efetividade do sistema em substituição às alternativas disponíveis anteriormente para obtenção do exame/laudo (encaminhamento do paciente, visitas periódicas do cardiologista ao município e terceirização do exame para empresas/clínicas privadas). Em relação a essas alternativas, o custo do exame pela ONTD é cerca de cinco vezes mais baixo, o que demonstra custo-efetividade. 5.7. Análise de Impacto Econômico do Serviço de Teleconsultoria do TelessaúdeRS A análise econ mica conduzida no serviço do TelessaudeRS foi realizada para avaliar resultados financeiros do serviço gerada ao Estado. São oferecidas teleconsultorias para diversas especialidades, além da contribuição com a regulação da fila de atendimento para o estado do RS. Selecionaram- se teleconsultorias de endocrinologia, gastroenterologia, proctologia, reumatologia e urologia como amostra. O custo por teleconsultoria (R$ 110,29) foi avaliado considerando dados de oito meses de serviço e contemplou custos de estrutura física do serviço (aluguéis, energia, depreciação, capacidade de servidor, entre outros) e pagamento de profissionais. Foi adotado como premissa que todas as teleconsultorias e regulações que geraram como resultado o cancelamento da consulta presencial representam, para o Estado, economia de transporte do paciente para Porto Alegre (variável de acordo com o município de origem) e de Tabela 5.4 – Comparação de custos médios (R$/mês/município) entre o atendimento presencial e o atendimento a distância encontrados no projeto “Análise da Gestão Financeira de Serviços de Telessaúde Aplicados na Atenção Básica” 279,280 Item de custo (R$/mês) Atendimento presencial Atendimento a distância Encaminhamento de pacientes 2.399,58 697,78 Implementação do sistema 56,03 Depreciação de equipamentos no município 101,97 Manutenção de equipamentos no município 40,79 Custo de capital de equipamentos 51,92 Atividades de atendimento a distância* 210,80 Total 2.398,58 1.159,29 *Laudo ECG, discussão de casos e teleconsultoria. 1045

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