ABC | Volume 113, Nº5, Novembro 2019

Diretrizes Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Telemedicina na Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(5):1006-1056 cardiologia, efetividade clínica e redução de custos foram extraídas dos estudos. Para a efetividade, foram avaliados o impacto em redução de mortalidade, a redução de internações, a melhora no manejo de medicações e a antecipação de diagnóstico. A partir das buscas e aplicação dos critérios de exclusão, 35 artigos foram analisados na íntegra por dois pesquisadores (AE e BZ) para extração das variáveis. A figura 5.1 apresenta o fluxo de seleção dos artigos. O número de estudos voltados à Telemedicina, especialmente no acompanhamento de doenças cr nicas, aumentou na última década. Dos 35 estudos identificados, 19 foram publicados após 2015. A Tabela 5.1 apresenta um resumo das características dos artigos. Dentre os estudos, 26 avaliaram o serviço de Telemedicina de telemonitoramento mHealth como a intervenção primária versus tratamento usual presencial. Entre as justificativas dos autores, é frequente a facilidade de uso dos celulares móveis, por meio de aplicativos, para acompanhamento remoto e ágil comunicação com os pacientes. 271 Os desfechos mais comuns entre os estudos avaliados foram: redução de mortalidade (54% das revisões avaliadas) e redução no número de reinternações hospitalares (57% das revisões avaliadas), sendo que ao menos um desses desfechos apareceu em 26 estudos. Outros resultados esperados foram em redução no período de internação, diagnóstico precoce e melhor adesão aos medicamentos. Por outro lado, as avaliações econ micas foram menos frequentes. Apenas 16 revisões encontraram resultados conclusivos sobre a inclusão de análises de custos, destas, 13 afirmaram que o serviço de Telemedicina representou uma economia para a fonte pagadora por causar redução de custos. Oito revisões apresentaram discussões sobre a inclusão de alguma avaliação econ mica da incorporação da Telemedicina na cardiologia, sendo custo-efetividade o método mais presente (sete estudos) e um estudo de custo- minimização. Um estudo sugeriu que as poucas avaliações econ micas existentes ainda são de baixo rigor metodológico, não permitindo uma conclusão assertiva sobre a viabilidade econ mica da implementação. 264,271 De modo resumido, estudos de telemonitoramento de insufici ncia cardíaca mostraram que as estratégias de apoio (vídeo confer ncia ou telefone) são custo benéficas, ou seja, tem um potencial de retorno financeiro. Estudos que avaliaram monitorização através de dispositivos cardíacos mostraram uma relação custo-efetividade incremental de US$ 13.979 por QALYs. Em uma metanálise, o telemonitoramento por dispositivos mostrou uma redução de 44% nas visitas hospitalares, sem efeito na mortalidade, mas com economia de 15-50% dos custos diretos em saúde. 272 Os resultados econ micos de telemonitorização não invasiva são ainda mais heterog neos. Alguns ensaios clínicos demostraram resultados neutros, outros uma redução significativa de readmissões por insufici ncia cardíaca e uma redução de custo total direto de € 3.546 por paciente por seis meses de seguimento. 273 Em um ensaio clínico Holand s, o TEHAF trial, a probabilidade de monitoramento remoto ser custo-efetivo foi de 48% (limiar de € 50.000/QALY), provavelmente pelas diferenças entre as instituições. Um dos estudos mais detalhados foi desenvolvido para perspectiva do sistema de saúde da Inglaterra, através de modelo de Markov, comparando tratamento usual, suporte por telefone ou telemonitoramento a distância para pacientes com insufici ncia cardíaca após alta hospitalar. Assumindo Figura 5.1 – Fluxo de seleção dos artigos de análise econômica em telemedicina aplicada a cardiologia. Busca PubMed: 225 artigos Busca PubMed: 50 artigos Critério de exclusão (PubMed): não ser relacionado a avaliação econômica de telemedicina em cardiologia Critério de inclusão (OPAS): ser relacionado a avaliação de telemedicina em cardiologia 1039

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