ABC | Volume 113, Nº4, Outubro 2019

Artigo Original Gil et al. Função do VE na CMH pela técnica de Strain Arq Bras Cardiol. 2019; 113(4):677-684 tipos III (35%), I (11%) e IV (7%). Encontramos um percentual semelhante à classificação de Maron em relação aos tipos mais frequentes de hipertrofia, ou seja, tipos III e II, seguidos pelos tipos I e IV. No grupo de hipertensos, foi maior a média de idade, o que pode ter influenciado na avaliação da função diastólica e, talvez, na análise do strain . Alguns estudos demostram que a deformação miocárdica apresenta pequena redução com a idade. 28,29 Outros não observaram uma relação clara entre deformação miocárdica e idade. 30,31 Observamos que a média pressórica foi maior no grupo de hipertensos, porém ainda não existe definição na literatura sobre se a elevação da pressão arterial no momento do exame pode influenciar a análise do strain . Limitações do estudo A técnica de strain necessita de ritmo cardíaco regular para que possa ser empregada, o que limita sua utilização emalgumas situações, como na fibrilação atrial, o que levou à exclusão de alguns pacientes. No grupo de hipertensos, a média de idade foi maior e pode ter interferido na análise do strain e na análise da função diastólica. Por fim, um seguimento a longo prazo poderia fornecer mais informações sobre o comportamento da função ventricular, uma vez que nosso estudo foi transversal. Conclusão Os pacientes com CMH e HAS apresentaram menor deformação miocárdica, sugerindo maior comprometimento da função ventricular esquerda, mesmo com fração de ejeção preservada. Este achado pode estar relacionado a um pior prognóstico, com evolução precoce para insuficiência cardíaca e/ou surgimento de arritmias ventriculares. Estudos prospectivos são necessários para confirmar essa hipótese. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Gil TCP, Castier MB, Rocha RM; Obtenção de dados: Gil TCP, Gondar AFP, Sales AF; Análise e interpretação dos dados e Redação do manuscrito: Gil TCP; Análise estatística: Santos MO, Lima FCS; Obtenção de financiamento: Rocha RM; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Castier MB, Rocha RM. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo foi financiado pela FAPERJ. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Thereza Cristina Pereira Gil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, que faz parte do projeto intitulado “Cardiomiopatia hipertrófica: análise do perfil epidemiológico, clínico, genético, laboratorial e de imagem de uma população do Estado do Rio de Janeiro”. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernestro/UERJ sob o número de protocolo 2356113.2.0000.5259. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 1. LiewAC,VassiliouVS,CooperR,RaphaelCE.Hypertrophiccardiomyopathy- past, presente and future. J Clin Med. 2017;6(12):118. 2. BrockR.Functionalobstructionofthe leftventricle;acquiredaorticsubvalvar stenosis. Guys Hosp Rep. 1957;106:221-38. 3. Teare D. Asymmetrical hypertrophy of the heart in young adults. Br Heart J. 1958;20(1):1-8. 4. Braunwald E., Aygen M.M. Idiopathic myocardial hypertrophy without congestiveheartfailureorobstructiontobloodflow:Clinical,hemodynamicand angiocardiographic studies in fourteen patients. Am J Med. 1963;35(1):7-19. 5. Elliott PM, Anastasakis A, Borger MA, Borggrefe M, Cecchi F, Charron P, et al. 2014 ESC Guidelines on diagnosis and management of hypertrophic cardiomyopathy: the Task Force for the Diagnosis and Management of Hypertrophic Cardiomyopathy of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2014;35(39):2733-79. 6. Albanesi Fº FM. Cardiomyopathies. Arq. Bras. Cardiol. 1998;71(2):95-107. 7. Bittencourt MI, Rocha RM, Albanesi Fº FM. Hypertrophic cardiomyopathy. Arq. Bras. Cardiol 2010 23(1):17-24. 8. Malachias MVB, Jardim PCV, AlmeidaFA, Lima Júnior E, Feitosa, GS. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Pharmacological Treatment. Arq Bras Cardiol.2016;107(3 Suppl 3):35-43. 9. Malta DC, Bernal RT, Andrade SS, Silva MMA, Velasquez-Melendez G. Prevalence of and factors associated with self-reported high blood pressure in Brazilian adults. Rev Saúde Pública.2017;51(Suppl 1):11s. 10. KatoTS,NodaA,IzawaH,YamadaA,ObataK,NagataK,etal.Discrimination of nonobstructive hypertrophic cardiomyopathy from hypertensive left ventricular hypertrophy on the basis of strain rate imaging by tissue Doppler ultrasonography. Circulation. 2004;110(25):3808-14. 11. Opdahl A, Helle-Valle T, SkulstadH, SmisethOA. Strain, strain rate, torsion, andtwist:echocardiographicevaluation.CurrCardiolRep. 2015;17(3):568. 12. Mirea O, Duchenne J, Voigt JU. Recent advances in echocardiography: strain and strain rate imaging. F1000Res. 2016 Apr 29;5. pii: F1000 Faculty Rev-787. 13. To AC, Dhillon A, Desai MY. Cardiac magnetic resonance in hypertrophic cardiomyopathy. JACCCardiovasc Imaging. 2011;4(10):1123-37. Review. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2012 Apr;5(4):467. 14. Lang RM, Badano LP, Mor-Avi V, Afilalo J, Armstrong A, Ernande L, et alRecommendations for cardiac chamber quantification by echocardiography in adults: an update from the American Society of Echocardiography and the European Association of Cardiovascular Imaging. J Am Soc Echocardiogr. 2015;28(1):1-39. Referências 683

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=