ABC | Volume 113, Nº4, Outubro 2019

Artigo Original Gil et al. Função do VE na CMH pela técnica de Strain Arq Bras Cardiol. 2019; 113(4):677-684 Tabela 2 – Dados ecocardiográficos Variáveis Normotensos (n = 31) Hipertensos (n = 14) p Medidas DDVE (cm) 4,56 ± 0,66 4,76 ± 0,60 0,3485 DSVE (cm) 2,42 ± 0,49 3,45 ± 0,46 0,0008 S/PP 2,03 ± 0,65 1,63 ± 0,44 0,0425 Volume AE (ml/m 2 ) 37,76 ± 17,14 38,97 ± 16,79 0,8245 VD (cm) 1,70 ± 0,43 1,71 ± 0,31 0,9757 FE% (Teichholz) 80,18 ± 5,76 74,01 ± 9,90 0,0116 E (cm/s) 78,23 ± 16,30 76,13 ± 26,83 0,7465 A (cm/s) 50,92 ± 16,92 80,70 ± 22,71 < 0,001 E/A 1,57 ± 0,56 0,96 ± 0,25 0,0003 TDE (ms) 241,90 ± 79,15 261,00 ± 66,23 0,4363 TRIV (ms) 119,94 ± 24,90 141,50 ± 35,08 0,0228 e’ septal (cm/s) 5,75 ± 1,30 4,43 ± 0,95 0,0015 e’ lateral (cm/s) 8,37 ± 2,79 7,21 ± 3,47 0,2386 E/e’ septal 13,98 ± 4,26 17,45 ± 6,21 0,0327 E/e’ lateral 10,18 ± 3,81  12,90 ± 6,81 0,0926 E/e’ média 12,40 ± 3,73 15,71 ± 6,21 0,0696 Classificação da função diastólica Indeterminada 41,9% 7,1% 0,0242 Grau 1 12,9% 50,0% Grau 2 41,9% 42,9% Grau 3 3,2 % 0,0% Valores expressos em média ± desvio-padrão ou em proporção, quando indicado. DDVE: diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo; DSVE: diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo; S/PP: relação septo interventricular/parede posterior; AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; FE: fração de ejeção; TSVE: trato de saída do ventrículo esquerdo; E: onda E do fluxo mitral; A: onda A do fluxo mitral; TDE: tempo de desaceleração da onda E; TRIV: tempo de relaxamento isovolumétrico; e’: onda e do Doppler tecidual do anel mitral. Em 1998, Dimitrow et al. 18 publicaram um estudo com 123 pacientes com CMH, sendo 19,5% hipertensos, em que foi avaliada somente a classe funcional, e se observou que a associação de HAS foi mais frequente nos idosos, porém não rara nos jovens, e estes apresentavam pior classe funcional. Em outro trabalho, que não utilizou a técnica de strain , os achados ecocardiográficos foram semelhantes entre os grupos e a HAS também foi mais frequente nos idosos. 19 Em 2014, Gonçalves et al. 20 realizaram a análise do SLG em um grupo de 229 hipertensos puros, sem CMH e com FE preservada, e observaram uma redução do SLG em 15,3% dos pacientes. Contudo, não foram encontrados estudos na literatura utilizando a técnica de strain para comparar pacientes com CMH com e sem HAS associada . Além de detectar alterações precoces da função ventricular, o comprometimento do strain pode ser um preditor de arritmia ventricular. Em uma publicação com 400 pacientes com CMH, os que apresentavam SLG>-10% tiveramquatro vezes mais chance de eventos que pacientes com SLG≤-16%. 21 Alterações regionais do strain na CMH também podem ser preditoras de arritmia, como demonstrado por Correia et al. 22 Em um estudo com 32 pacientes, observou-se que o strain médio septal >-10% teve sensibilidade de 89% e especificidade de 74% para o desenvolvimento de taquicardia ventricular não sustentada, independentemente da idade ou espessura máxima da parede. Essas alterações regionais do strain podem estar relacionadas a áreas com maior percentual de fibrose na ressonância magnética, sendo um potencial substrato para o desenvolvimento de arritmias. 23,24 A disfunção diastólica foi mais evidente nos pacientes hipertensos nesta amostra. Os hipertensos apresentaram maior percentual de disfunção grau I ou II emenor percentual de casos indeterminados, segundo as recomendações mais recentes para avaliação da função diastólica. 15 Deve-se ressaltar que o volume atrial esquerdo, um importante parâmetro na avaliação da função diastólica, 15,25,26 estava aumentado emambos os grupos namédia, sem diferença significativa entres eles. Isto traduz, a princípio, que amaioria dos pacientes apresentava algumgrau de disfunção diastólica, porém esta foi melhor definida nos hipertensos. Em relação ao tipo de hipertrofia, na classificação proposta por Maron et al., 14 que avaliou 125 pacientes, o tipo mais frequente foi o tipo III (52%), seguido pelos tipos II (20%), IV (18%) e I (10%). Em outro estudo, Reant et al. 27 avaliaram 271 pacientes utilizando essa classificação, e o tipo mais frequentemente observado foi o II (47%), seguido pelos 682

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=