ABC | Volume 113, Nº4, Outubro 2019

Minieditorial Avaliação dos Níveis Séricos de Marcadores de Inflamação, Fibrinólise e Estresse Oxidativo na Predição de Doença Arterial Coronariana: Estudo Transversal Evaluation of Serum Levels of Inflammation, Fibrinolysis and Oxidative Stress Markers in Coronary Artery Disease Prediction: A Cross-Sectional Study Iran Castro 1 e Hugo Fontana Filho 1 Fundação Universitária de Cardiologia - Instituto de Cardiologia (ICFUC), 1 Porto Alegre, RS – Brasil Minieditorial refetente ao artigo: Avaliação dos Níveis Séricos de Marcadores de Inflamação, Fibrinólise e Estresse Oxidativo na Predição de Doença Arterial Coronariana: Estudo Transversal Correspondência: Iran Castro • Instituto de Cardiologia - Av. Princesa Isabel, 395. CEP 90620-000, Santana, Porto Alegre, RS – Brasil E-mail: icastro@cardiol.br Palavras-chave Doença Arterial Coronariana/fisiopatologia; Biomarcadores; Inflamação; Estresse Oxidativo; Fibrinólise. DOI: 10.5935/abc.20190214 Quando avaliamos pacientes com doença arterial coronariana (DAC), fatores de risco tradicionais, como: diabetes mellitus, hipertensão, dislipidemia, tabagismo, estresse, sedentarismo, obesidade e histórico familiar, não estão presentes em 20% dos pacientes, 1 e até 40% dos pacientes apresentam apenas 1 fator de risco. 2 Tendo em vista a alta prevalência da DAC e o fato de que apesar dos inúmeros esforços realizados em prevenção primária a doença ainda tem alta incidência, identificar marcadores que possam predizer pacientes sob risco é um objetivo que deve sempre ser buscado. Porém, quando se avalia um possível marcador de doença, ele deve preencher certos critérios. Deve identificar indivíduos sob risco (acurácia), seus resultados devem ser iguais quando repetidos em outros pacientes (confiabilidade) e, principalmente, deve permitir uma intervenção precoce que reduza a incidência do problema (impacto terapêutico). 3 O modelo de descoberta e validação de um biomarcador engloba primeiro a detecção do mesmo, seguido da avaliação dele em pacientes com e sem a doença. Após, estudos retrospectivos são analisados para determinar se há um limiar que diferencia casos e controles para detectar o limiar de positividade do teste. Posteriormente, testes de rastreamento são aplicados prospectivamente em grandes coortes. Por último, o biomarcador é validado emumEnsaio Clínico Randomizado. 4 O presente estudo 5 avaliou de forma transversal os níveis séricos de marcadores de inflamação, de fibrinólise e de estresse oxidativo em 4 grupos de pacientes com suspeita de DAC (3 deles com diferentes graus de DAC e 1 grupo sem lesões) e 1 grupo controle. A análise verificou que os níveis séricos da proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-as), ácido siálico, vitronectina, inibidor do ativador do plasminogênio-1, e lipoproteína de baixa densidade oxidativa foram significativamente mais elevados nos grupos DAC que no grupo controle. Como era de se esperar, tabagismo, hipertensão e diabetes foram mais prevalentes no grupo DAC que no grupo controle, evidenciando que fatores de risco tradicionais estão provavelmente associados com aumento dos níveis inflamatórios, de fibrinólise e de estresse oxidativo. A avaliação dos níveis dos marcadores não foi estudada prospectivamente, sendo impossível avaliar se a redução dos níveis séricos estaria relacionada com melhor prognóstico. Até o presente momento, o único marcador que preenche todos os critérios citados, acurácia, confiabilidade e impacto terapêutico, parece ser a PCR-as. Estudos de prevenção primária com uso de estatinas evidenciaram redução de desfechos e do marcador após a intervenção em um grupo aparentemente saudável. 6 Estudos de prevenção secundária com o uso anticorpos monoclonais (canakinumab) que reduzem a atividade inflamatória, também reduziram eventos, independentemente dos níveis do LDL, 7 criando a possibilidade de que num futuro próximo a tão almejada redução do chamado risco residual possa ser um alvo atingível. 675

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