ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Original Santos et al. Hipertensão arterial em comunidades quilombolas Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):383-390 Tabela 3 – Preditores de hipertensão arterial sistêmica em comunidades quilombolas do estado de Sergipe, Brasil, 2016-2017 Variáveis HA HAS HAD OR IC 95% p OR IC 95% p OR IC 95% p Idade 1,05 1,03 a 1,06 < 0,001 1,06 1,04 a 1,07 < 0,001 1,02 1,01 a 1,04 < 0,001 Sexo Feminino (ref.) Masculino 0,71 0,38 a 1,33 0,29 0,67 0,36 a 1,24 0,24 0,98 0,48 a 2,01 0,97 ABEP B2-C2 (ref.) D-E 1,75 0,93 a 3,28 0,07 1,38 0,74 a 2,56 0,29 2,47 1,22 a 5,03 0,01 IMC 1,05 1 a 1,11 0,04 1 0,95 a 1,05 0,84 1,10 1,03 a 1,17 0,002 HA: hipertensão arterial (sistólica, diastólica ou ambas); HAS: hipertensão arterial sistólica (somente); HAD: hipertensão arterial diastólica (somente); OR: odds ratio; IC: intervalo de confiança; ABEP: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa; IMC: índice de massa corporal. Figura 1 – Probabilidade de hipertensão arterial em comunidades Quilombolas de acordo com a idade e o sexo. 0,9 0,7 0,5 Probabilidade de hipertensão arterial 0,3 18 23 33 43 53 Idade (em anos) Mulheres Homens 63 73 83 93 88 98 28 38 48 58 68 78 importante foi o consumo de álcool, que apresentou alta prevalência. Entretanto, este fator não obteve associação à hipertensão arterial, corroborando os resultados de outros estudos desenvolvidos em comunidades quilombolas. 21,30 Dentre as limitações desta pesquisa, podemos citar o fato de a participação ter sido voluntária, ou seja, as comunidades foram aleatoriamente selecionadas e o número amostral foi previamente determinado, mas o arrolamento foi voluntário. Adicionalmente, parte da população masculina não se encontrou acessível, por estar exercendo atividades no campo ou na pesca durante as visitas. A presença de diabetes e dislipidemia não foi estudada, uma vez que não foram realizadas mensurações de glicemia e lipídios, respectivamente, e evitou-se a mera declaração por parte dos indivíduos arrolados, em virtude da propensão a viés de informação. Pesquisas futuras devemavaliar adequadamente esses fatores de risco entre os quilombolas para obter melhor compreensão, visto que, até onde se pôde investigar, este é o primeiro estudo a elucidar tal temática em quilombolas do estado de Sergipe. Conclusão A prevalência da hipertensão arterial em quilombolas foi mais elevada que na população geral. Idade e IMC elevado foram os principais preditores. Esse achado aponta para 388

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