ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Original Dalmazo et al. Estresse na hipertensão Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):374-380 Com base no descrito e considerando que a prevenção primária da elevação da pressão arterial pode ser obtida através do controle de fatores de risco e isto inclui mudanças no estilo de vida. Neste caso, estão indicadas intervenções multimodais, integrando educação sobre estilo de vida saudável e recursos médicos, atividade física, controle do estresse e aconselhamento sobre fatores de risco psicossociais. 28 O presente estudo apresentou algumas limitações, destaca- se a aplicação do questionário de frequência de consumo alimentar. Este método requer maior precisão para lembrar dos alimentos consumidos nas diferentes frequências avaliadas, o que potencialmente poderia ser considerado um viés de memória. No entanto, dentre os tipos de protocolos de consumo alimentar validados, este é considerado de maior confiabilidade e representatividade da alimentação, quando comparado ao recordatório alimentar de 24 horas ou ao diário alimentar. Outra dificuldade observada foi o reduzido número de estudos científicos sobre o tema, o que dificultou maior aprofundamento na discussão dos dados. Na população de pacientes hipertensos, há a necessidade da exploração de estratégias em equipe para melhor manejo do estresse assim como prescrever a redução da ingestão de alimentos gordurosos e acompanha-los, o que implicará na eficácia do controle da doença, controle de risco relacionados a comorbidades e melhor qualidade de vida. Sugere-se mais estudos em relação à alteração do consumo alimentar e níveis pressóricos em relação as determinadas fases do estresse. Mesmo assim, as análises do estudo poderão ser úteis para levantamento de hipóteses para estudos futuros. Conclusão A alteração nas escolhas alimentares foi evidenciada pelo maior consumo de alimentos ricos em gorduras nos indivíduos com prevalência de sintomas psicológicos. Porém sugerem-se mais estudos em relação à alteração do consumo alimentar e níveis pressóricos em relação às determinadas fases do estresse. A hipertensão arterial por ser uma doença multifatorial, necessita uma abordagem multiprofissional, para atingir melhores resultados no tratamento. Estes achados são importantes para contribuir com o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e tratamento de doenças, minimizando assim os fatores de risco para progressão de doenças cardiovasculares. Contribuição dos autores Concepçãoedesenhodapesquisa:DalmazoAL,GoldmeierS, Irigoyen MC, Pellanda LC, Osório DRD; Obtenção de dados: Dalmazo AL, Goldmeier S, Osório DRD; Análise e interpretação dos dados: Goldmeier S, Pellanda LC, Barbosa ECD, Osório DRD; Análise estatística: Fetter C, Moreira TR; Obtenção de financiamento:Irigoyen MC; Redação do manuscrito: Dalmazo AL, Fetter C, Moreira TR, Osório DRD; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Fetter C, Goldmeier S, Irigoyen MC, Pellanda LC, Barbosa ECD, Moreira TR, Osório DRD. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de trabalho de conclusão de curso de Aline Lopes Dalmazo pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do IC-FUC sob o número de protocolo 4843/13. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtidode todos os participantes incluídos no estudo. 1. Silverthorn DU. Fisiologia Humana. 5th ed. Porto Alegre: ArtMed; 2010.p.1-992. 2. MalachiasM,PlavnikFL,MachadoCA,MaltaD,ScalaLCN,FuchsS.7thBrazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 1 - Concept, Epidemiology and PrimaryPrevention.ArqBrasCardiol.2016;107(3Suppl3):1-6. 3. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation. World Health Organ Tech Rep Ser. 2000;894:i-xii, 1-253. 4. Ulrich-Lai YM, Fulton S,WilsonM, PetrovichG, Rinaman L. Stress exposure, food intake and emotional state. Stress. 2015;18(4):381-99. 5. Cartwright M,Wardle J, Steggles N, Simon AE, Croker H, JarvisMJ. 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